sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

CITAÇÕES

 
[Na Argentina] passará a haver cidadãos com luz verde para se manifestarem e outros disso impedidos, pela superior determinação da ministra [do Capital Humano].

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Pensarão os seus colegas Bolsonaro e Zelensky, que se perfilaram na tomada de posse, que a receita é universal? A resposta é afirmativa. 

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Os liberais, que se definem unicamente pelo projeto da redução de impostos para os mais ricos, são protecionistas (Trump) e autoritários (Bolsonaro, Milei)

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Transformam a sociedade no pandemónio do salve-se quem puder, como na habitação.

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Defendem a liberalização do trabalho e opõem-se à imigração no país que foi feito por imigrantes, os Estados Unidos, ou noutros.

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São nacionalistas xenófobos e internacionalistas da finança.

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[O liberalismo] absorve a direita tradicional no vórtice e o centro procura credibilizar-se com cortes sociais, chamando-lhes perversamente “contas certas”.

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Liberais repressivos, partidários do mercado livre que são protecionistas, democratas exterministas, economia medida pelo investimento em armamento, vai assim o regime.

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A outra guerra, a de Gaza, permitiu a Netanyahu, à frente de um Governo que seria visto em qualquer país europeu como um ataque de zombies, promover um massacre que só tem paralelo com outras chacinas rácicas. 

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Esta banalização do mal é o caldo da extrema-direita, que não é o resultado de qualquer particularidade cultural ou entretenimento folclórico. 

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A ministra Petrovello e Milei, ou Netanyahu ou Meloni, não são maçãs extravagantes no cesto político, são o trivial desta vaga e é o que explica o seu sucesso.

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A finança, que rege o mundo, quer medo e os bufões são os seus arautos.

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Nas eleições europeias (…) contaremos os votos que podem levar esta vaga de xenofobia e racismo social a vitórias em Itália, França, Países Baixos, Áustria, Alemanha.

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[A bufonaria] tem que distrair e aterrorizar, não precisa de convencer. Não recua. 

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Se alguém pensa que se pode enfrentar o perigo com um regime cerimonioso, assente num centro que vende os princípios que são o pilar da democracia, cedo saberá do engano. 

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A bufonaria tem um programa social: recusa da transição energética, choque de gerações, discriminação de mulheres ou de imigrantes e a bagatela da violência.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Para que haja uma hipótese de manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 ºC, a era do carvão, do petróleo e do gás tem de acabar.

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Ao concordar com a “transição para o abandono da utilização de combustíveis fósseis”, a COP28 representou a primeira vez que estes foram incluídos num texto da ONU sobre as alterações climáticas.

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No entanto, uma análise mais atenta do texto revela uma “longa lista de lacunas” e de escapatórias que permitirão à indústria prosseguir como até aqui, e, ao mesmo tempo, anunciar que está a fazer o combate justo.

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Garantir que o acordo é verdadeiramente histórico significa que temos de garantir que a política climática não seja cooptada pela indústria dos combustíveis fósseis.

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A nomeação de Al Jaber, diretor executivo da Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC), como presidente da COP28 [trouxe] um conflito de interesses gritante.

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A indústria dos combustíveis fósseis ao comando das conversações.

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No início da primeira semana, a coligação Kick Big Polluters Out (Expulsem os Grandes Poluidores) revelou que o número de lobistas dos combustíveis fósseis presentes na COP28 era quase quatro vezes superior ao do ano anterior.

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A indústria [petrolífera] estava lá para reabilitar a sua imagem como parte da solução. 

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São tantas [as lacunas do texto] que até as grandes empresas do petróleo e do gás louvaram o resultado.

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Para tornar o resultado da COP28 verdadeiramente “histórico”, temos de libertar as negociações — e os nossos sistemas políticos e económicos — das garras oleosas da indústria dos combustíveis fósseis.

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A campanha Kick Big Polluters Out está a lutar por uma política de prevenção de conflito de interesses para proteger as conversações e as nossas capitais da interferência dos combustíveis fósseis.

Pascoe Sabido, “Público” (sem link)

 

Como neste e noutros crimes anteriores, juntaram-se as vozes a pedir uma investigação rigorosa e a apresentação dos culpados à justiça, mas poucos acreditam que o crime contra [o jornalista] Chamusse tenha outro desfecho que a impunidade.

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Em Moçambique, mata-se porque compensa, dado que raramente os verdadeiros autores são castigados.

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Os canários que alertam para o cheiro pútrido dos negócios públicos ou privados vivem desprotegidos.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Mataram-lhe a mulher, um filho de 15 anos, uma filha de sete anos e um neto (que ele transportou nos braços para as urgências) e continuou a relatar em frente à câmara o que se passa na Faixa de Gaza bombardeada de forma inclemente pelas Forças de Defesa de Israel desde 7 de Outubro.

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Na passada sexta-feira, Israel disparou um míssil que atingiu o carro onde seguia depois de uma reportagem, tendo o seu operador de câmara morrido.

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A dor de Wael Dahdouh, chefe da delegação em língua árabe da Al-Jazeera na Faixa de Gaza, correu mundo.

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[Na Faixa de Gaza] já foram mortos 68 jornalistas desde 7 de Outubro.

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[Este jornalista Wael Dahdouh que] Israel prendeu ainda adolescente e que passou sete anos na cadeia.

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Num vídeo publicado nas redes sociais a 26 de Outubro, um dia depois da morte dos seus familiares, Dahdouh explicava que “voltar ao trabalho o mais rápido possível” era uma questão “de dever”.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Na prática, o dito imposto único [IRS], nascido em 1988 “à luz das modernas exigências”, para distribuir a carga fiscal “segundo um esquema racional de progressividade” nem é único, nem racional, nem progressivo: as “modernas exigências” foram às urtigas.

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Voltámos ao sistema desconchavado, em que cada fonte de rendimento tem o seu tratamento fiscal.

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Talvez a consequência mais perniciosa desta erosão dos princípios fundadores do IRS seja a nossa incapacidade para discutirmos a progressividade do imposto.

Susana Peralta, “Público” (sem link)


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