sexta-feira, 3 de maio de 2024

CITAÇÕES

 
O problema da habitação precária nunca foi resolvido no nosso país, devido à falta de políticas de habitação que garantam esta necessidade fundamental a toda a gente.

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[Hoje] agrava-se a sobrelotação extrema e são cada vez mais os moradores de rua.

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Os preços não param de subir e há uma total falta de alternativas efectivas dignas, e a especulação desenfreada instalou-se nas nossas cidades.

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Muitas câmaras municipais da Área Metropolitana de Lisboa voltaram a promover, nos últimos tempos, demolições selvagens, com violência policial.

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Quando apresentam [notificação prévia], dão prazos para saída de cinco ou seis dias.

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As famílias expulsas são maioritariamente pessoas que trabalham, que saem de manhã e regressam à noite para dormir numa tenda ou numa casa precária construída por si.

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São também elas que têm construído as nossas casas e que sustêm as nossas cidades com o seu trabalho, mas não têm salário suficiente para aceder a uma casa digna.

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Em vez de acusarem as famílias de construção ilegal, devem ver que são as próprias câmaras que não cumprem a lei.

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Há quem considere que os direitos referidos são de natureza programática e não vinculam o Estado.

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Esta é uma interpretação enviesada e parcial da concepção dos direitos e de uma determinada hierarquia que deveria ser questionada.

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Ao fim de 50 anos de Estado democrático, os direitos sociais fundamentais não podem continuar a ser programáticos, têm de ser efectivos e garantidos pelos Estados através das suas opções de políticas públicas.

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Em caso de despejo, os municípios ou outras entidades do Estado estão obrigadas a encaminhar os agregados com efectiva carência habitacional para soluções de acesso à habitação.

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No entanto, varias autarquias da Área Metropolitana de Lisboa voltam a avançar com demolições e despejos sem qualquer alternativa, enquanto participam nas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril.

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Além de desrespeitarem a lei, demonstram enorme desrespeito pela pessoa humana e pela democracia.

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A culpabilização das vítimas que promovem alimenta discursos de ódio, típicos da extrema-direita.

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[As câmaras municipais devem desenvolver] uma verdadeira política que garanta habitação digna a toda a gente que honre a nossa revolução e quem por ela lutou.

Rita Silva, “Público” (sem link)

 

O tempo da política não se confunde com a cronologia e o que é verdade hoje pode ser mentira no dia seguinte com a maior das facilidades. 

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A polémica com as ex-scut no Parlamento é uma autoestrada para a demagogia que não inflecte direcção em boa parte das motivações que acabaram por entregar 50 lugares à extrema-direita nos 50 anos do 25 de Abril.

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O que o PS não admitia há seis meses é agora o que fez aprovar; o que o PSD defenderia há meio ano é agora o que não permite avançar com o seu voto.

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Aprovado na generalidade contra a vontade do Governo, o fim das portagens nas ex-scut impõe-se em nome da coesão territorial.

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A bondade da medida é evidente.

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A justeza da opção deveria enformar todo o debate.

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Há uma certeza evidente que mede, a olho, a velocidade da mudança [de opinião]: a posse do poder, travestida de propriedade.

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Esse contraste é tão evidente que faria corar qualquer condutor na passagem do pórtico. 

Miguel Guedes, JN


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