sábado, 18 de maio de 2024

MAIS CITAÇÕES (283)

 
Quando o SEF não garantia dividendos políticos, ninguém, para além das associações de apoio aos imigrantes, ligava ao que lá se passava.

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[O SEF] foi extinto porque, se nenhum português tem de ir a uma esquadra para tratar de papelada, nenhum imigrante tem de o fazer junto de uma força policial.

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As coisas vinham mal da pandemia e nos dois anos seguintes, numa transição preparada com os pés e feita aos bochecos, acumularam-se processos e os imigrantes ficaram no limbo da ilegalidade tácita. 

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Saídos da pandemia, houve, perante a indefinição em relação ao futuro, uma espécie de “greve de zelo” do SEF.

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A AIMA, que substituiu as funções administrativas do SEF, resolveu chamar de uma só vez todos os que tinha entregado a sua manifestação de interesse entre maio de 2022 e maio de 2023, entupindo os serviços e a plataforma digital.

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[Relativamente aos emigrantes] a única coisa que nos interessa, enquanto comunidade, é quanto podemos tirar desta lucrativa vaca leiteira. 

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Os imigrantes dão 1,6 mil milhões de lucro à segurança social, são 10% de um país envelhecido e 13% da população empregada, trabalham nas áreas mais exportadoras e estão a repovoar o território.

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São explorados pelas máfias, pelo patrão, pelo senhorio e pelo Estado.

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Mesmo quando são vítimas de ataques violentos, acabam sempre culpados.

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No conteúdo da habitual crueldade das crianças [relativamente ao espancamento da criança nepalesa], elas repetiriam o que ouvem em casa, os pais repetem o que ouvem na televisão e redes e ali repete-se o que foi legitimado por eleitos.

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A fera está à solta e a culpa não é só de Ventura.

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A presidente da Junta de Arroios, (…), escolheu dizer, sobre estes episódios, que a imigração tinha um impacto negativo e causava uma sensação de insegurança nas populações. 

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Se Portugal tem um problema com a imigração ele é a insegurança dos imigrantes.

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E isso não se resolve fechando as portas, para que entrem ilegalmente pela janela, ainda mais desprotegidos. 

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A imigração é uma boa notícia. Quem a recusa está a recusar a riqueza económica, social, cultural e política que a diversidade nos oferece.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A maioria dos que têm criticado Israel não tem nenhuma complacência com o massacre do Hamas.

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A maioria dos que são hoje acusados de serem anti-semitas, como eu serei depois de escrever isto, acha-se insultada pelo epíteto. E os insultos não se levam para casa. Ponto.

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O massacre que o Hamas organizou foi um acto de pura violência contra israelitas, apenas por serem israelitas e isso merece a máxima punição como acto de guerra anti-semita e todos os esforços para libertar os reféns.

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A absoluta indiferença com as mortes civis palestinianas, velhos, mulheres e crianças, mostra que as vidas palestinianas valem muito pouco, se para matar um militante do Hamas pouco importa matar pelo caminho 100 civis e destruir para muitos anos a possibilidade de se viver em Gaza a não ser em mais um campo de refugiados.

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Não é preciso aceitar a classificação de genocídio para condenar de forma veemente o modo como os israelitas estão a actuar em Gaza, cometendo todos os tipos de crimes de guerra, violando todas as regras do direito da guerra, do direito internacional e a mais comezinha humanidade.

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Que o Hamas o faça, é previsível e é por isso que é considerado uma organização terrorista.

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Do mesmo modo, deve-se condenar a majestosa e hipócrita condescendência com que é tratado pelos governos das democracias

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Acresce que é também absolutamente condenável (…) a maneira como nos países democráticos se limita de forma inaceitável a liberdade de manifestação, a liberdade de opinião, perseguindo, esta é a palavra certa, todos os que se manifestam contra Israel.

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Israel pode ganhar a guerra ao Hamas, mas deixa atrás de si tantos estragos na sua reputação, que o apoio de que sempre gozou nas democracias está a desaparecer rapidamente.

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E, pior ainda, a herança de ódio nas memórias dos palestinianos, que será o principal recrutador para outros grupos terroristas, das crianças que hoje vão sobreviver e que viram o que viram nas andanças da Morte à sua volta.

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[A indinação de milhares de pessoas com o que se passa em Gaza] é uma atitude moralmente sadia, muito mais respeitável do que a indiferença perante o que Israel está a fazer em Gaza.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Ontem celebrou-se o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, data coincidente com a retirada da homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. Foi em 1990, há pouco mais de 30 anos.

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Hoje ainda há mulheres queimadas vivas por causa da sua orientação sexual, como as bruxas nas fogueiras de um passado que parece cada vez menos distante.

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A comunidade LGBTQ+ é constituída por um conjunto de homens e mulheres que exigem ao mundo o direito a ser quem são. É só isso que eles pedem: espaço e respeito para viver como são.

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A orientação sexual faz parte da nossa identidade pessoal. 

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O tratamento dado à diferença é um dos maiores indicadores de evolução de uma sociedade.

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Nas faixas de protesto, pintadas por mãos combativas, [na Argentina] lia-se uma frase mais rasgada do que desenhada: “eles mataram-nas”.

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O Amor é, naquilo que mais e melhor o define, indomável. Não há fogo que o consiga queimar, nem convenções que o possam domesticar. 

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Já o ódio deixa sempre um rasto de destruição.

Martha Mendes, “diário as beiras”

 

As exigências das guerras trazem consigo a violação dos direitos fundamentais dos cidadãos, das liberdades, da dignidade, e sacrificam vidas humanas em todas as gerações. 

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A guerra é a crise das crises. 

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Gera fome e miséria e deixa países absolutamente exauridos.

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A guerra é feita por seres humanos contra outros seres humanos, para os aniquilar. Tem perdas incalculáveis. E, na era nuclear em que vivemos, as perdas podem ser fatais para toda a Humanidade.

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Nada é mais precioso que a paz. 

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Há inimigos comuns a toda a Humanidade: a pobreza e a miséria, a fome, a doença, a falta de habitação e de água, a destruição do clima e do ambiente, a falta de trabalho digno.

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Façamos do combate a estes inimigos a nossa única guerra.

Carvalho da Silva, JN


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