(…)
[O SEF] foi extinto porque, se nenhum português
tem de ir a uma esquadra para tratar de papelada, nenhum imigrante tem de o
fazer junto de uma força policial.
(…)
As coisas vinham mal da pandemia e nos dois
anos seguintes, numa transição preparada com os pés e feita aos bochecos,
acumularam-se processos e os imigrantes ficaram no limbo da ilegalidade tácita.
(…)
Saídos da pandemia, houve, perante a
indefinição em relação ao futuro, uma espécie de “greve de zelo” do SEF.
(…)
A AIMA, que substituiu as funções administrativas
do SEF, resolveu chamar de uma só vez todos os que tinha entregado a sua
manifestação de interesse entre maio de 2022 e maio de 2023, entupindo os
serviços e a plataforma digital.
(…)
[Relativamente aos emigrantes] a única coisa
que nos interessa, enquanto comunidade, é quanto podemos tirar desta lucrativa
vaca leiteira.
(…)
Os imigrantes dão 1,6 mil milhões de lucro à
segurança social, são 10% de um país envelhecido e 13% da população empregada,
trabalham nas áreas mais exportadoras e estão a repovoar o território.
(…)
São explorados pelas máfias, pelo patrão, pelo
senhorio e pelo Estado.
(…)
Mesmo quando são vítimas de ataques violentos,
acabam sempre culpados.
(…)
No conteúdo da habitual crueldade das crianças [relativamente
ao espancamento da criança nepalesa], elas repetiriam o que ouvem em casa, os
pais repetem o que ouvem na televisão e redes e ali repete-se o que foi
legitimado por eleitos.
(…)
A fera está à solta e a culpa não é só de
Ventura.
(…)
A presidente da Junta de Arroios, (…), escolheu
dizer, sobre estes episódios, que a imigração tinha um impacto negativo e
causava uma sensação de insegurança nas populações.
(…)
Se Portugal tem um problema com a imigração ele
é a insegurança dos imigrantes.
(…)
E isso não se resolve fechando as portas, para
que entrem ilegalmente pela janela, ainda mais desprotegidos.
(…)
A imigração é uma boa notícia. Quem a recusa
está a recusar a riqueza económica, social, cultural e política que a
diversidade nos oferece.
Daniel Oliveira, “Expresso”
(sem link)
A maioria dos que têm criticado Israel não tem
nenhuma complacência com o massacre do Hamas.
(…)
A
maioria dos que são hoje acusados de serem anti-semitas, como eu serei depois
de escrever isto, acha-se insultada pelo epíteto. E os insultos não se levam
para casa. Ponto.
(…)
O
massacre que o Hamas organizou foi um acto de pura violência contra israelitas,
apenas por serem israelitas e isso merece a máxima punição como acto de guerra
anti-semita e todos os esforços para libertar os reféns.
(…)
A
absoluta indiferença com as mortes civis palestinianas, velhos, mulheres e
crianças, mostra que as vidas palestinianas valem muito pouco, se para matar um
militante do Hamas pouco importa matar pelo caminho 100 civis e destruir para
muitos anos a possibilidade de se viver em Gaza a não ser em mais um campo de
refugiados.
(…)
Não é
preciso aceitar a classificação de genocídio para condenar de forma veemente o
modo como os israelitas estão a actuar em Gaza, cometendo todos os tipos de
crimes de guerra, violando todas as regras do direito da guerra, do direito
internacional e a mais comezinha humanidade.
(…)
Que o Hamas o faça, é previsível e é por isso
que é considerado uma organização terrorista.
(…)
Do mesmo modo, deve-se condenar a majestosa e
hipócrita condescendência com que é tratado pelos governos das democracias
(…)
Acresce que é também absolutamente condenável (…) a
maneira como nos países democráticos se limita de forma inaceitável a liberdade
de manifestação, a liberdade de opinião, perseguindo, esta é a palavra certa,
todos os que se manifestam contra Israel.
(…)
Israel
pode ganhar a guerra ao Hamas, mas deixa atrás de si tantos estragos na sua
reputação, que o apoio de que sempre gozou nas democracias está a desaparecer
rapidamente.
(…)
E,
pior ainda, a herança de ódio nas memórias dos palestinianos, que será o
principal recrutador para outros grupos terroristas, das crianças que hoje vão
sobreviver e que viram o que viram nas andanças da Morte à sua volta.
(…)
[A indinação
de milhares de pessoas com o que se passa em Gaza] é uma atitude moralmente sadia, muito mais respeitável do que a
indiferença perante o que Israel está a fazer em Gaza.
Pacheco Pereira, “Público”
(sem link)
Ontem celebrou-se o Dia Internacional contra a Homofobia,
Transfobia e Bifobia, data coincidente com a retirada da homossexualidade da Classificação
Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. Foi em 1990, há pouco
mais de 30 anos.
(…)
Hoje ainda há mulheres queimadas vivas por causa da sua
orientação sexual, como as bruxas nas fogueiras de um passado que parece cada
vez menos distante.
(…)
A comunidade LGBTQ+ é constituída por um conjunto de homens e
mulheres que exigem ao mundo o direito a ser quem são. É só isso que eles
pedem: espaço e respeito para viver como são.
(…)
A orientação sexual faz parte da nossa identidade pessoal.
(…)
O tratamento dado à diferença é um dos maiores indicadores de
evolução de uma sociedade.
(…)
Nas faixas de protesto, pintadas por mãos combativas, [na
Argentina] lia-se uma frase mais rasgada do que desenhada: “eles mataram-nas”.
(…)
O Amor é, naquilo que mais e melhor o define, indomável.
Não há fogo que o consiga queimar, nem convenções que o possam domesticar.
(…)
Já o ódio deixa sempre um rasto de destruição.
Martha Mendes, “diário as beiras”
As exigências das guerras trazem consigo a violação dos
direitos fundamentais dos cidadãos, das liberdades, da dignidade, e sacrificam
vidas humanas em todas as gerações.
(…)
A guerra é a crise das crises.
(…)
Gera fome e miséria e deixa países absolutamente exauridos.
(…)
A guerra é feita por seres humanos contra outros seres
humanos, para os aniquilar. Tem perdas incalculáveis. E, na era nuclear em que
vivemos, as perdas podem ser fatais para toda a Humanidade.
(…)
Nada é mais precioso que a paz.
(…)
Há inimigos comuns a toda a Humanidade: a pobreza e a
miséria, a fome, a doença, a falta de habitação e de água, a destruição do
clima e do ambiente, a falta de trabalho digno.
(…)
Façamos do combate a estes inimigos a nossa única guerra.
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