sábado, 31 de maio de 2025

MAIS CITAÇÕES (335)

 
[A escola pública] continua a ter um enorme potencial transformador, apesar das maldades que lhe vão sendo feitas com políticas públicas desadequadas. 

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A Escola Pública é um espaço fundamental para a formação cultural, social, ética e intelectual dos indivíduos, e é a instituição mais democrática no processo de socialização: combate as desigualdades, promove a diversidade cultural, os valores, normas e expectativas sociais da generalidade dos cidadãos. 

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Até agora, os projetos de segregação que existem no setor são alimentados por grupos ultrafavorecidos.

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Fazem-no para reproduzir a classe privilegiada a que pertencem.

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Muitas maldades têm sido feitas aos professores e a outros profissionais do ensino. 

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Entretanto, o aumento exponencial da imigração trouxe exigentes desafios à Escola.

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[Entre 2007 e 2024] as verbas para as escolas aumentaram 16,9%”, enquanto a inflação foi de 32,65%”.

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Representavam 3,41% do PIB em 2007 e apenas 2,45% em 2024. Nesse período o número de alunos teve um decréscimo de 9%, mas o de docentes diminuiu 14%.

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Foi a Escola Pública, tão vilipendiada, que formou “a geração de jovens mais qualificada de sempre”. 

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Uma parte emigra e outra vê as suas competências esfumarem-se.

Carvalho da Silva, JN

 

A crise institucional da democracia que se vive também no nosso país e se traduziu no desfecho eleitoral tem como origem o desprestígio e a impopularidade do monopólio rotativo da governação PS-PSD.

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Adotando em áreas fundamentais políticas essencialmente idênticas, ela permitiu a degradação dos principais serviços públicos, agravou as desigualdades sociais e as condições de vida.

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Como sucedeu noutros países, também em Portugal a extrema-direita potenciou e cavalgou (…) esse mal-estar de setores relevantes das classes médias e assalariadas.

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Mentiu todos os dias, manipulou, sempre estimulada por uma generosa e cúmplice cobertura mediática dominante.

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A vitória eleitoral do PSD é, por isso mesmo, mais aparente e efémera do que real e estabilizadora do regime.

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O esgotado situacionismo rotativo do centro-direita foi precisamente o que fez crescer a extrema-direita.

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O PSD pode jogar no equilíbrio instável. 

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A direita tradicional pode desfazer-se paulatinamente do “não é não” e mandar às urtigas a aparência de “cordão sanitário”

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Nesse caso, temos uma aliança parlamentar da velha direita com a nova extrema-direita, a caminho de um novo tipo de regime autoritário: uma espécie de neofascismo.

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Na realidade, à luz da democracia conquistada em Abril, as soluções aparentemente previsíveis para a direita desembocam num caminho de regressão cívica e civilizacional a curto ou a médio prazo.

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Devemos talvez, nesta situação grave, procurar com lucidez e coragem reinventar o antifascismo.

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Devemos promover uma solução à esquerda, plural, que una tudo o que pode ser junto em torno de um duplo objetivo geral: defender a democracia e a liberdade, por um lado, salvaguardar e aprofundar a justiça social e distributiva por outro.

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Um antifascismo que se coloque contra a guerra e a demência armamentista que a promove e se pronuncie sem tibiezas aviltantes contra o massacre genocida em Gaza e pelos direitos do povo palestiniano.

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Não é, certamente, um caminho fácil neste rescaldo de um duro revés eleitoral. 

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Apesar de tudo, Abril vale bem um entendimento. E de cabeça erguida.

Fernando Rosas, “Público” (sem link)

 

A direita global está a coordenar-se numa escala sem precedentes. Isto deve preocupar qualquer pessoa que se preocupe com os valores e a liberdade que conhecemos e de que desfrutamos.

Zsuzsanna Vegh, “Público” (sem link)

 

O desastre eleitoral da esquerda tem como epicentro o PS, mas vai muito mais longe do que o PS.

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Nem Pedro Nuno Santos é um “radical”, a palavra mais abastardada destas eleições, nem o PS derrubou o Governo, que se suicidou em público.

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O domínio da comunicação social pela direita fez com que este tipo de “explicações” se tornasse dominante, sem muitas vezes a percepção de que estavam a reproduzir como análise aquilo que era o argumentário da AD.

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Uma das razões do actual sucesso da direita na comunicação social vem de ter um comentário muito mais agressivo e grupal à direita, face ao “outro” lado, muito mais mole.

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Com o eficaz lobby do Observador de um lado e do outro António José Seguro, o que é que se esperava?

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Na verdade, há factores comuns na crise da democracia na Europa e nos EUA e a crise nacional, mas, no caso português, há também factores endógenos a explicá-la.

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Do mesmo modo que a ascensão do Chega tem a ver com o crescimento da extrema-direita noutras democracias, esta ascensão tem também de ser interpretada junto com a crise da esquerda, como um processo que tem factores comuns.

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O “admirável mundo novo” em que estamos a viver e cada vez mais a entrar é hostil às democracias não por fora, mas por dentro.

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Ou seja, é tudo mais grave do que se pensa, vai mais fundo do que se imagina, e processos como o Chega (…)  e a crise da esquerda são epifenómenos.

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Há gente que ajuda ao que está acontecer, há gente que sabe o que está a acontecer, há gente que ganha com o que está a acontecer, por isso pode e deve ser combatida em nome da democracia.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)


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