O Bloco de Esquerda (BE) considerou hoje que o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) apresentado pelo Governo constitui uma "ruína económica", um "erro fiscal" e uma "tragédia social".
Numa declaração política na Assembleia da República, o deputado bloquista Heitor de Sousa salientou que o PEC "agrava todas as grandes desigualdades existentes na sociedade portuguesa, promove a exclusão social e distribui os sacrifícios pelos suspeitos do costume: os trabalhadores".
"O documento apresentado pelo Governo é uma ruína económica com um plano de privatizações em que o Estado perde mais em dividendos do que encaixa com a venda ao desbarato do património", começou por afirmar Heitor de Sousa.
O plano, prosseguiu, é também "um erro fiscal" porque "promove cortes cegos e arbitrários onde devia imperar uma política de promoção da igualdade" e uma "tragédia social" com a "diminuição das transferências para os idosos e mais pobres dos mais pobres".
Para o BE, o plano de privatizações previsto no PES constitui "uma venda ao desbarato" e a perda de propriedade de "bens públicos estratégicos" - "perdem-se os anéis e vendem-se por tuta e meia os dedos. E o governo ainda nos pede que festejemos este negócio ruinoso", comentou.
Pelo PCP, Bruno Dias qualificou o PEC como de "instabilidade social e retrocesso económico", um "verdadeiro programa de empobrecimento colectivo" e de "venda a pataco de sectores estratégicos verdadeiramente fundamentais" para o país.
O deputado do PS João Galamba lembrou, por seu turno, que "75 por cento da despesa pública é com despesas com pessoal e prestações sociais".
"Eu gostava de saber como é que o BE propõe reduzir a despesa sem mexer nestas duas componentes. O PS, ao contrário dos partidos à sua esquerda defende o Estado social, mas sabe que a sua sustentabilidade é essencial (...) aparentemente, nem o BE nem o PCP parecem muito preocupados com isso", disse.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário