George [Floyd] foi linchado por quem
tem, supostamente, a missão de proteger os cidadãos.
(…)
[Nos EUA] nada parece ter mudado para
todos aqueles que não podem sentir-se seguros se a polícia estiver por perto.
(…)
[Casos como o assassinato de George
Floyd] são, de facto, a expressão da política do racismo estrutural, que é
brutal nos Estados Unidos, mas não só.
(…)
Os olhos do mundo estão em Minneapolis,
porque Minneapolis é em muitos lugares do mundo.
(…)
O racismo mata, de muitas maneiras. E
será só pela nossa luta sem tréguas e sem hesitações que poderá ser erradicado.
Está em curso uma discussão sobre
o teletrabalho muito suportada por opiniões superficiais.
(…)
Como se vai
confirmando a cada dia que passa, o choque da pandemia só foi simétrico no
susto inicial: as desigualdades e as vulnerabilidades estão a agravar-se e os
poderes a desequilibrarem-se em desfavor dos trabalhadores.
(…)
A utilização
do teletrabalho vai ser influenciada até pela geopolítica, num quadro de
incremento da automação, debaixo de falsos determinismos tecnológicos.
(…)
É preciso
fazer-se a caraterização funcional das diversas profissões, analisar mudanças
para a organização do trabalho na perspetiva patronal mas, de igual modo, do
ponto de vista do trabalhador.
(…)
O perigo de se
desvalorizar o teletrabalho é real. E ele não pode tornar-se trampolim de
transferência de responsabilidades.
A administração da TAP
violou grosseiramente os mais elementares deveres de bom senso e de respeito
pela coesão territorial.
(…)
A administração da TAP que
agora pretende vestir asas de cordeiro, foi a mesma TAP que - há 15 dias e em
carta assinada pelo COO da empresa - sugeria aos seus pilotos para pedirem a
transferência definitiva para a base de Lisboa.
A propaganda da Comissão
Europeia é para vender gato por lebre e fazer passar uma proposta de QFP
[Quadro Financeiro Plurianual] inaceitável, que desvia dinheiro das políticas
de coesão para gastos militares e torna a União Europeia ainda mais desigual.
(…)
Quando todos percebemos
que esta é uma crise económica fulminante, que a resposta é urgente e tem de
ser rápida, a Comissão Europeia propõe um plano dilatado no tempo, refém da
burocracia de Bruxelas.
(…)
Dizem que fecham a porta à
austeridade mas ela parece espreitar pela janela, bem sabemos como há filhos e
enteados nos braços de ferro com a Comissão Europeia.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Nas últimas décadas, porém, esta
tendência [de não se governar ao sabor do acaso] foi-se desmoronando, em boa
parte devido à tirania do economicismo e ao individualismo neoliberal, que
acabou por produzir governos de mera gestão, nos quais a política não se
fundava em projetos coletivos, em modelos de sociedade ou filosofias da
história, mas apenas no equilíbrio de interesses.
(…)
Em diversos Estados, os protagonistas da
governação passaram a ser escolhidos, não em função de convicções, de propostas
coerentes e com um apoio consistente, e menos ainda de uma filosofia política,
mas apenas dentro de um quadro de interesses e vantagens.
(…)
[Quer Trump quer Bolsonaro são
protagonistas] de um poder sem um projeto claro ou sentido do bem comum, que
gere a sociedade pela negativa e pela força do ódio, fundado em impulsos, em
falsidades, numa ausência total de perspetiva histórica e até do conhecimento e
da razoabilidade mais elementares.
(…)
Ou admitimos o conhecimento e a
convicção como fatores indispensáveis à gestão das sociedades humanas, fazendo
com que os programas políticos recuperem o peso da sua importância decisiva, ou
soçobraremos perante o obscurantismo, a manipulação e a lei do mais forte.
Se a ideia [do “ensino à
distância”] colher, revelar-se-á perversa por tender, no limite, a substituir
professores de corpo e alma por assistentes digitais, sem sindicatos, sem
greves e com enormes vantagens económicas para o empregador, no que toca a
custos operacionais.
(…)
Sob o pretexto das medidas
sanitárias e explorando a lógica do medo, o ensino remoto vai, assim, fazendo o
seu caminho, ante professores passivos e incapazes de criticarem e combaterem
aquilo de que se arrependerão futuramente.
(…)
Independentemente de quem
ganhou e quem perdeu, o espectáculo ridiculamente pequenino em que se
envolveram Costa, Marcelo e Centeno, a propósito do Novo Banco, enlameou a
dignidade do Estado.
Santana
Castilho, “Público” (sem
link)
Importa reafirmar, como bem o fez a Comissão para a
Cidadania e a Igualdade de Género em Portugal, que
a questão dos direitos LGBTI+ é uma questão de direitos humanos.
Samuel F. Pimenta, “Público” (sem link)
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