As contas são certificadas, sim. Por
várias entidades. Só que nenhuma nos explica o mistério: como é que todos os
anos o Novo Banco descobre mais mil milhões de euros de créditos incobráveis,
logo a quantia mágica que lhe permite sacar o máximo do generoso cheque sobre o
Estado.
(…)
A arrogância da Lone Star vai ao ponto
de reservar num mealheiro o bónus milionário para os administradores que tão
bem a servem, mesmo se o pagamento é por ora proibido.
(…)
Quanto à auditoria, não está concluída
nem sobre todo o período nem sequer sobre o cheque de 2019. Mas, que sorte a
nossa, o ministro vai agora despachar mais outra, sobre o novo cheque de maio.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
No final, o Novo Banco recebeu o
dinheirinho e a política desembolsou-se em narrativa para confundir.
(…)
Se a União Europeia não nos salva, não
se salva.
Pedro Santos Guerreiro,
“Expresso” (sem link)
A perceção do risco é um processo social
e alterá-la depende de mecanismos difusores de confiança coletiva que não se
vislumbram.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
A atabalhoada charada com que António Costa
manifestou o seu apoio à recandidatura de Marcelo é uma boa ilustração do erro
tático e estratégico que está prestes a cometer.
(…)
Se, representando os ciganos 0,4% da população
e sendo Portugal um dos países mais seguros do mundo, o racismo e o crime são
filões tão produtivos, imaginem se tivéssemos a diversidade de França e
criminalidade do Brasil.
(…)
O acantonamento do CDS e do PCP, que as
sondagens e as últimas eleições indicam, podem levar a uma mudança radical do
sistema partidário.
(…)
O CDS e os passistas nem sequer têm
força para apresentarem candidatos.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
As redes existem e não podem ser ignoradas – como ninguém pode ignorar o
telefone, a televisão ou o e-mail, a não ser que deseje viver fora deste mundo,
como um eremita –, mas têm, pelo seu formato, condições para impor uma visão
distorcida da realidade, que nem todos estão em condições de compreender e de
contrariar.
Há quem diga que o sr. André Ventura
é comentador desportivo. E talvez o sr. Nuno Melo seja uma espécie de apanha-bolas do PPE no Parlamento Europeu.
(…)
O sr. Ventura vê perigosos ciganos em cada esquina. O
sr. Melo vislumbra uma conspiração marxista na telescola.
(…)
Cada um escolhe a história
da carochinha que prefere. A do sr. Ventura é conhecida: é uma transpiração de
ódio. A do sr. Melo tinha-se manifestado só em dias de míldio intelectual,
quando fez uma vénia ao
partido espanhol Vox.
(…)
É uma pena saber que o sr.
Melo não vai aparecer na telescola. Não se lhe conhece nenhuma ideia ou pedaço
de ideia sobre qualquer tema que não seja política.
(…)
O sr. Melo gostava de ter
os votos do sr. Ventura, mas agarrando-os com luvas de pelica. Para não ficar
contaminado. O sr. Ventura desdenha o sr. Melo.
Fernando
Sobral, “Público” (sem
link)
Num mundo em que a tudo se
atribui um valor monetário, não ter forma de ganhar dinheiro é uma sentença de
miséria.
(…)
Se o valor do RBI [rendimento
básico incondicional] é igual para todos, todos sobem mais um degrau na escada
da distribuição de riqueza, ficando a distância entre cada um exactamente na
mesma.
(…)
Ou seja, quem mais ganha
continua a ser quem conseguir extrair mais lucro, sem nenhuma alteração nas
relações de poder entre quem tem mais e quem tem menos.
(…)
Se avaliarmos pela
capacidade de resolver o problema de base, o RBI mostra-se como uma medida
paliativa, que não combate os problemas na origem da crise económica mas antes
mascara os seus sintomas.
(…)
A proposta de
financiamento massivo necessário para a implementação do RBI tem sido muitas
vezes a de acabar com qualquer outro tipo de prestação social e toda a
burocracia associada – um sonho neoliberal.
(…)
Defendemos um sector
público, popular e democrático, baseado não em rendimento básico incondicional
mas em serviços básicos universais (saúde, educação, alimentação,
habitação, energia e água), enquadrados nos devidos limites planetários.
Andreia Ferreira, Inês Teles,
João Reis, João Camargo e Diogo Silva, “Público” (sem link)
Feminismo,
multiculturalismo, direitos dos homossexuais ao casamento e à adopção (ou, até
mesmo, a manifestarem-se no espaço público), censura da linguagem
discriminatória e responsável pela naturalização do racismo, visão da história
que não segue uma concepção épica e heróica do passado nacional: tudo isto é o
chamado “marxismo cultural”.
(…)
A ideia de “marxismo
cultural” é uma máquina mitológica que funciona à custa de fantasmas,
lugares-comuns, estereótipos, frases feitas, repetição de fórmulas que não
necessitam de ser analisadas nem sequer compreendidas.
António Guerreiro, “Público” (sem link)
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