(…)
[Os cuidadores e as
cuidadoras informais são] pessoas a quem nenhum cuidado é prestado.
(…)
O que se passa nos lares
de idosos é das imagens
mais cruéis desta pandemia.
(…)
Em Portugal, como nos
restantes países da União Europeia, vivemos a consequência da desistência da
luta pelo combate à pobreza e às desigualdades e da defesa do Estado social.
(…)
Em suma, a crise pandémica
tornou ainda mais visíveis as desigualdades e a injustiça.
(…)
O reforço dos serviços
públicos é um dos instrumentos fundamentais para sairmos mais fortes e mais
humanos de tudo isto.
(…)
[Quem cuida] são pessoas
como todas as pessoas, mas com os direitos pela metade.
(…)
Na União Europeia sabe-se
que cerca de 80% dos cuidados prestados são feitos por cuidadores informais e,
no dia 6 de Outubro, celebrou-se o primeiro Dia Europeu do Cuidador.
(…)
É um dia importante para
pôr na agenda tudo o que está por fazer e é, nesse sentido, um dia a menos para
conquistar visibilidade necessária.
(…)
Direitos plenos para
cuidadores informais e uma rede pública de cuidados formais são mesmo o que
precisamos.
Marisa Matias, “Público”
(sem link)
A “proibição de despedir” que o Governo
inscreveu no decreto do lay-off simplificado, por exemplo, não abrangia
externos, contratados a prazo, temporários ou trabalhadores à experiência.
(…)
[É] difícil de compreender a intransigência
do Governo em incluir agora [os precários] nas cláusulas de proteção e
manutenção do emprego que serão exigidas às empresas que receberão o dinheiro
europeu.
(…)
E porquê a obsessão em manter na lei a
duplicação do período experimental, cujas consequências estão comprovadas?
(…)
No campo do trabalho, vários temas
estão, também por cá, na mesa de negociações do Orçamento do Estado para 2021.
(…)
Que enquadramento para os trabalhadores
das plataformas digitais?
(…)
Em Espanha, o Supremo Tribunal deliberou
que (…) entre a plataforma e os estafetas havia uma relação de trabalho
subordinado, à qual tem de corresponder um contrato de trabalho, com toda a
proteção daí decorrente.
(…)
Ao poder cabe (…) obrigar as empresas a
abandonar o modelo de fraude em que têm operado.
(…)
A mesma exigência se coloca na proteção
aos desempregados, no reforço dos serviços públicos ou no travão à utilização
dos impostos para alimentar um fundo abutre instalado no Novo Banco.
O Governo tem mesmo de
negociar e assumidamente com quem não pretendeu ter acordos escritos.
(…)
Interiormente, António
Costa pode convencer-se de que o povo português jamais perdoaria à oposição que
deixasse arrastar o país para uma crise política em tempo de pandemia ao não
viabilizar o Orçamento do Estado para 2021.
(…)
O que os portugueses
certamente não perdoariam ao Governo é que permitisse abrir uma crise política
por razões tão evidentemente irresponsáveis como continuar a alimentar o Novo
Banco sem uma investigação séria.
(…)
O que ninguém poderia
perdoar ao Governo é que fosse capaz de abrir uma crise política por, numa
altura em que a pandemia põe em causa o emprego de tanta gente, ser um
facilitador de uma vaga de despedimentos fáceis e baratos com apoios do Estado,
sem subsídios de desemprego que respondam verdadeiramente às situações de
pobreza.
(…)
É imperioso acabar com a
ficção de que migalhas de aumento do salário mínimo podem fazer a diferença na
contenção do défice.
(…)
A irresponsabilidade e a
soberba podem andar de mãos juntas, mas o Governo tem poucos dias para deixar
cair este estado de espírito, semelhante ao por vezes instalado nas equipas
ditas grandes.
[A clientela da
extrema-direita] terá no ódio à democracia, na raiva acumulada, na fuga para o
campo do contra tudo e contra todos e no desgosto pela "moleza" da
Direita tradicional, as motivações para se mobilizar.
(…)
À Direita haverá eleitores
a votar em Marcelo Rebelo de Sousa apesar de um certo desgosto pela
"complacência com a governação à Esquerda".
(…)
[Quem da esquerda tomar a
opção de votar Marcelo] fá-lo-á com justificada desconfiança, pois sabe que
aquela pretensa complacência com a governação de Esquerda tenderá a dar lugar a
conspiração ativa contra ela.
(…)
[Muitos dos potenciais eleitores
de Ana Gomes] estão receosos perante algumas contradições e apelos com excesso
de ambiguidade, por exemplo, entre o legítimo imperativo do combate à corrupção
e o perigo de politização da justiça.
(…)
[As candidaturas de Marisa
Matias e João Ferreira] trazem para debate temas importantes e ideias claras
sobre o papel do presidente, o funcionamento da instituição e os seus
compromissos com a Constituição da República.
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