(…)
[Numa campanha eleitoral nos EUA] a
regra é esta, o que vale é a brutalidade, criar ódio.
(…)
Não espanta por isso que um jornalista
veterano, Walter Cronkite, tenha afirmado [em 1990] que “os debates televisivos
são parte de uma fraude em que se tornaram as campanhas políticas do nosso
tempo”.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
A Mafalda, com a sua galeria de
companheiros, tornou-se um ícone do século XX.
(…)
Todas as suas perguntas são eternas.
(…)
A Mafalda é rebelde, e por isso ainda
hoje fascinante, dir-se-á, num tempo em que se elogia a passividade.
(…)
A herança de Quino [o criador da Mafalda]
é este desafio: o que se disputa sempre é o senso comum.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Num país o endividamento faz sentido se
o crescimento económico for maior do que a taxa paga.
(…)
Economistas de esquerda dirão que é uma
loucura desperdiçar dinheiro barato, outros de direita dirão que loucura é
aumentar a dívida pública, mas todos esbarramos na mesma dúvida.
(…)
Se o dinheiro [de Bruxelas] vem a fundo
perdido para Portugal, será transferido para empresas também a fundo perdido?
(…)
Mas o que preocupa é a falta de debate
público, e portanto de transparência, sobre que opções vai o país tomar para
este tonel de dinheiro.
(…)
O que este dinheiro não pode ser é uma
oportunidade para financiar projetos políticos sem critério económico, nem para
dilacerar em comissões de intermediários, políticos e financiadores de
políticos.
(…)[
Para haver corrupção só é preciso haver
dinheiro e opacidade na sua distribuição. Dinheiro já há.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
À primeira vista nada mudou [desde as
últimas eleições], pelo que uma crise política tenderia a resultar num cenário
em tudo idêntico ao atual.
(…)
A deterioração da situação económica e
social [com a pandemia] tem inevitavelmente tradução política.
(…)
Os problemas económicos tornam-se
politicamente mais salientes à medida que a situação se deteriora e, acima de
tudo, com um impacto transversal ao espectro ideológico.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
2018 foi o primeiro ano em que [nos EUA]
os 1% mais ricos pagaram uma taxa mais baixa do que os seus trabalhadores.
(…)
E mesmo a fuga aos impostos corresponde
a um padrão: os mesmos 1% são responsáveis por 70% dos impostos por pagar nos
EUA.
(…)
[O efeito bem visível é] sedimentar a
ética do sucesso, que acha que taxar a riqueza é taxar o mérito e desonera os
mais ricos de qualquer dever social.
(…)
Tal como a situação fiscal de Trump, a
miséria política daquele debate retrata a saúde das nossas democracias.
(…)
Segundo um estudo do MIT citado no
imprescindível documentário “Social Dilema” (Netflix), a mentira corre seis
vezes mais depressa do que a verdade no Twitter.
(…)
[No debate com Biden] Trump condensa
todas as consequências de uma comunidade organizada em torno de redes sociais
que nos isolam da diferença: a equiparação da autoridade do conhecimento à
ignorância e da mentira à verdade, o caos sem mediação possível, a popularidade
sem critérios morais, o ódio polarizador.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem link)
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