sábado, 7 de agosto de 2021

CITAÇÕES

 
Para desgosto de alguns, a nossa democracia não foi outorgada pelas elites nem nasceu de nenhuma “transição”. A democracia em Portugal tem origem numa Revolução. 

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Nasceu a 25 de abril e não foi um acidente natural - alguém teve de marcar a data, de fazer o plano e de comandar a estratégia de derrube da ditadura, sabendo que poderia ganhar ou perder, que estava a arriscar a vida. 

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Quem teve essa audácia, quem dirigiu essa operação a todos os títulos exemplar (incluindo na ausência de baixas!), chama-se Otelo Saraiva de Carvalho.

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E se é certo que a história não se faz de homens providenciais, (…), também é verdade que, em determinados momentos, (…), é preciso que haja pessoas concretas que tomam decisões concretas. 

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É aos sujeitos, com todas as suas contradições, e não às estruturas em abstrato, que cabe essa capacidade e essa arte.

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É aos sujeitos, com todas as suas contradições, e não às estruturas em abstrato, que cabe essa capacidade e essa arte.

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Otelo está na génese da nossa democracia porque era um revolucionário.

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Qualquer democrata tem uma dívida de gratidão com Otelo.

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Sabemos que a nossa [democracia] nasceu com o gesto que Otelo planeou.

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Sobre o caixão de Otelo dançaram-se contudo, nos últimos dias, muitas danças macabras.

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Junto-me aos que não compreendem como é possível a democracia portuguesa não assinalar o luto de quem concebeu e dirigiu o seu momento originário.

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[Celebremos] também o Otelo que, juntamente com o Zeca Afonso e com tantos outros, deu voz a essa energia popular imensa que continuava a exigir o impossível, numa candidatura presidencial [em 1976].

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Otelo foi, nesse período histórico imediatamente a seguir à Revolução, um rosto inapagável do susto histórico [das velas elites].

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

Este segundo encontro do Presidente português com Bolsonaro suscitou, porventura, mais dúvidas do que opiniões.

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É como se houvesse um domínio da política externa ou simplesmente da política portuguesa que ficasse incólume à controvérsia ou que fosse por definição um espaço consensual.

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Poucos chefes de Estado quiseram ficar nessa fotografia [da tomada de posse de [Bolsonaro].

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A segunda visita teve como motivo a recente reinauguração do Museu da Língua Portuguesa.

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[Bolsonaro] decidiu ignorar o museu, trocando-o por uma manifestação pindérica de motards apaniguados.

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Foi um comício antibolsonarista. 

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O encontro com Lula precedeu os outros, Brasília ficou para o fim.

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Mesmo assim, foi notado que o último político internacional que tinha visitado Bolsonaro tinha sido um dirigente da extrema-direita alemã, neto de um ministro de Hitler.

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Pouca gente quer ser vista com um negacionista que tem às costas meio milhão de mortos.

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Que o atual Governo brasileiro ignore e menospreze a relação com Portugal é bastante evidente.

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A CPLP só existirá se tiver um polo africano e outro brasileiro, além de Portugal.

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A CPLP reduziu-se a uma espécie de projeção fantasmagórica das relações de um pequeno país. Se lhe falha o Brasil, falha tudo.

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Não se domestica o monstro, pode-se enfrentá-lo ou aceitá-lo e, nesse caso, ser por ele derrotado.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

[Digitalização da sociedade] é um novo nome para uma idade das trevas, em que este autoritarismo se esconde atrás destas máquinas [centrais de atendimento]. Se não temos com quem falar não somos nada.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Com a entrada da tecnologia em todas as esferas das nossas vidas, dispararam as possibilidades de usar um qualquer aparelho eletrónico para desvendar os segredos da vida de qualquer pessoa.

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Mas hoje as coisas estão bem piores [que há 8 anos com Eduard Snowden] e o preço é convidativo: espiar um determinado alvo custa pouco mais de 20 mil euros.

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A Pegasus, criada pela empresa israelita NSO, foi usada para espiar mais de 50 mil pessoas nos últimos anos. 

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A Pegasus é colocada de forma intrusiva no telemóvel que se quer espiar e passa a relatar, em tempo real, toda a informação a que o telemóvel tem acesso.

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Parece saída de um filme, mas é um terror bem real.

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[Por exemplo] em Marrocos, a teia de espionagem é caricata, com os serviços secretos a espiarem desde ativistas da oposição a, imagine-se, o próprio rei Mohammed VI.

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Mas o desenvolvimento destas ciberarmas é global e um investimento bastante lucrativo.

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Com estas novas armas, todos podemos ser alvos e vítimas. 

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Outra má notícia é que estas ferramentas de sonho para ditadores ou estados policiais vivem num vazio legal internacional.

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Tarda a haver ação internacional para travar a propagação e o uso destas ciberarmas, instrumentos de destruição em massa de direitos humanos fundamentais.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)


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