domingo, 8 de agosto de 2021

MAIS CITAÇÕES (142)

 
O poder local sinaliza muito do que de melhor produziu a nossa democracia com um historial agora de já perto de meio século.

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É também uma das áreas da coisa pública onde mais facilmente se podem encontrar marcas de bloqueio e insuficiência.

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Durante a ditadura, aquilo a que chamamos hoje poder local era limitado por pesados constrangimentos. Desde logo por não ser democraticamente eleito, sempre sujeito a nomeações governamentais, atribuídas apenas a pessoas fiéis ao regime e provindas das elites.

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Dependiam nas suas iniciativas de um apertado regime de influências.

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A organização das autarquias [foi] totalmente renovada nos agentes, estruturas e métodos com a vitória da democracia, e depois institucionalizada com a Constituição de 1976.

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Tornou-se um dos pilares centrais do regime democrático. 

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O poder local tem sido muitas vezes um espaço de corrupção, prepotência e gestão desequilibrada da coisa pública.

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Mas este é o lado negativo que de modo algum pode ofuscar o que de muito positivo tem sido conseguido.

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[É um fator de insuficiência] a ausência de capacidade para mobilizar uma cidadania ampla e dinâmica, agregando muito dos cidadãos mais válidos e empenhados.

Rui Bebiano, “Diário as beiras”

 

Sem o Estado, estaríamos hoje acaçapados, num tropel de desempregados, de pobres e de falidos.

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As garantias do Estado podem ser as novas PPP.

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O mesmo Estado que se está nas tintas para o fim das moratórias do crédito à habitação está ralado com o fim das morató­rias das empresas.

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O Estado, e bem, suportou o impacto da covid. Mas o fim das moratórias trará mais falências, mais apoios e mais custos para o Estado.

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)


Apesar da relevância dos contextos culturais e religiosos, a natalidade está quase sempre relacionada com necessidades económicas.

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A imigração ajudaria a resolver o problema [da natalidade] — na primeira década deste século ajudou. Mesmo assim, seria solução de curto prazo. 

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Grande parte das “políticas de natalidade” tem sido fiscal, propondo-se resolver o problema onde ele está resolvido: nas pessoas com mais recursos.

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Os benefícios fiscais só têm um impacto significativo em quem paga muitos impostos — os mais ricos. 

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Nas sociedades mais desenvolvidas da Europa, não ter filhos é, em parte, uma escolha.

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2013 foi dos anos mais trágicos para a natalidade.

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Se ter filhos depende de espetativas, políticas de natalidade são políticas de segurança. Combatendo a precariedade e garantindo habitação acessível.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Mesmo com restrições e distanciamentos, as praias voltaram a receber os seus alegres frequentadores.

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As praias sofrem já um conjunto de ameaças que se vêm perfilando num horizonte temporal que não cessa de se aproximar de nós.

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Muitas das nossas praias já só existem porque são artificialmente alimentadas com areia, a custos bem pesados e crescentes.

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É por isso inaceitável continuar a assistir à edificação de condomínios e prédios de apartamentos em lugares que tudo recomenda hoje que não tenham qualquer tipo de ocupação permanente.

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Todos iremos pagar os custos destes erros.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)


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