domingo, 31 de julho de 2022
FRASE DO DIA (1898)
Carlos Vieira, “Esquerda. net”
sábado, 30 de julho de 2022
INFLAÇÃO: AS PESSOAS COMUNS EMPOBRECEM, ENQUANTO AS GRANDES EMPRESAS REGISTAM LUCROS HISTÓRICOS
A inflação está em 9,1%, a mais alta dos últimos 30 anos. O Governo deixa
cair os salários e as pensões enquanto recusa intervir nos preços para travar a
especulação. As pessoas comuns empobrecem, enquanto os lucros das grandes
empresas do setor energético, da distribuição ou da banca disparam para níveis
históricos.
O PS decidiu que devem ser as pessoas que vivem dos rendimentos do seu
trabalho a pagar mais esta crise, ao contrário do que está a acontecer noutros
países. Na vizinha Espanha, no Reino Unido ou na Itália, optaram por outro
caminho.
Os governos destes países tomaram medidas para mitigar os efeitos da
inflação: aumentaram salários ou apoios sociais e/ou criaram impostos sobre os
lucros extraordinários e abusivos.
Só há uma saída justa para a crise inflacionária: aumentar salários,
controlar preços e taxar lucros abusivos. 15 anos depois da troika, não podem
ser, novamente, os de baixo a pagar a crise. Exigimos justiça na economia.
MAIS CITAÇÕES (192)
(…)
Paradoxalmente,
o Governo português invocou a seca para dizer que só pode cortar 7% o seu
consumo de gás.
(…)
A seca
é fortemente agravada pelas alterações climáticas, o que significa que mais gás
significa mais secas, pelo que o gás nunca é solução.
(…)
Pior,
por opção política, que as renováveis não estão a ser usadas para retirar do
sistema os combustíveis fósseis como o gás, apenas para criar novas áreas de
negócio.
(…)
Em vez
de se realizar uma transição energética, as pessoas mais pobres e mais velhas
devem cortar no aquecimento e morrer de frio no inverno.
(…)
As
novas entradas de gás estão em grande medida acionadas com acordos para abrir a
torneira e aumentá-la.
(…)
Assinado
o acordo, a especulação levou ao aumento imediato dos preços.
(…)
O
controlo dos preços pelas empresas, chamadas de “mercados”, é o motor da
política energética e de segurança, ignorando a crise climática.
(…)
Manter
um debate sobre o futuro da energia em que a crise climática não está no centro
é negacionismo climático.
(…)
[Este
acordo] garante apenas que, no dia em que terminar a invasão, os baronetes do
capitalismo europeu voltarão para os braços do Kremlin.
João Camargo, “Expresso” (sem link)
No
aeroporto de Lisboa tudo é possível.
(…)
É
porque a ganância o levou a esta decadência.
(…)
Nos
primeiros sete anos de concessão privada dos aeroportos portugueses, a VINCI
teve resultados líquidos de €1174,5 milhões.
(…)
No
mesmo período, a ANA investiu menos €87 milhões do que estava previsto, e,
mesmo com o aeroporto de Lisboa a rebentar pelas costuras, diminuiu o
investimento face aos anos de gestão pública.
(…)
Entre
2012 e 2019, enquanto o número de passageiros duplicava, o de funcionários
apenas aumentou 21%.
(…)
É o
tempo do lucro e do pânico rápidos. Despede-se depressa, pede-se dinheiro ao
Estado, e depois logo se vê.
(…)
Até
setembro de 2021, perderam-se 2,3 milhões de postos de trabalho na indústria da
aviação.
(…)
[Agora]
companhias de aviação e aeroportos não conseguem contratar pessoal para gerir
as operações mais básicas.
(…)
Perdido
o vínculo, e tendo começado a trabalhar noutros sectores, poucos parecem
disponíveis para voltar a carregar malas de 20 quilos às três ou quatro da
manhã.
(…)
Multiplicam-se
as greves de quem, depois de anos sem aumentos, exige partilhar os ganhos da
retoma.
(…)
Sem
ceder à chantagem de falsos e seletivos “interesses nacionais”, ignorados sempre
que estão em causa os lucros.
(…)
Algumas
companhias descobriram agora que um trabalhador acabado de chegar a uma empresa
não consegue fazer o mesmo que quem foi despedido com anos de formação e
experiência.
(…)
Nem um
ano será suficiente para que os aeroportos voltem a funcionar normalmente.
(…)
As
empresas aeroportuárias despediram porque partiram do princípio, tão em voga,
de que o seu mercado de trabalho é como os outros.
(…)
Só que
o mercado laboral é feito de pessoas. Que (…) quando encontram outro emprego,
têm pouca vontade de voltar a trabalhar para quem as abandonou em tempos
difíceis.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Vai-se dizendo que resulta dos impactos da pandemia de covid-19 e da
guerra na Ucrânia a inflação galopante que está a comer-nos boa parte dos
salários e a deteriorar as condições de vida.
(…)
Simultaneamente, por efeitos da pandemia e da guerra, são escandalosos os
lucros oficiais (os reais serão maiores) dos acionistas de empresas [de vários
subsetores].
(…)
Quem tem baixos salários e pensões cai na
pobreza.
(…)
O reverso é a ampliação do número de
ricos e a chocante concentração da riqueza.
(…)
Os seres humanos não podem ser meras
peças do mercado e o "trabalho não é uma mercadoria".
(…)
Salários mais justos, recusa das
precariedades, o direito de todo o cidadão a não depender da caridade alheia
são elementos centrais para melhor distribuição da riqueza.
(…)
À escala europeia e no plano nacional,
prosseguem estas práticas [de políticas neoliberais].
(…)
O neoliberalismo necessita de forças
ultraconservadoras e fascistas na governação dos países.
(…)
[A ultradireita e o fascismo uma vez
instalados no poder aniquilam] os direitos laborais e sociais e as organizações
dos trabalhadores.
Depois
dos incêndios de 2017, a governação tem sido
pródiga no anúncio de medidas com o objectivo, querem-nos fazer crer, de
atenuar situações similares no futuro.
(…)
Quanto
a medidas reais para criar descontinuidades entre os espaços florestais e o
edificado, designadamente pela promoção de ocupações que, ao contrário de gerar
despesa anual, possam gerar rendimento, nada!
(…)
Não se conclui o cadastro da propriedade rústica por mera
falta de vontade política, ponto!
(…)
Mas,
qual o impacto da conclusão do cadastro rustico no atenuar dos incêndios
florestais? Pouco, é só uma de um conjunto vasto de ferramentas! Anuncia-se
agora, todavia, como sendo a “raiz do problema”.
(…)
Mas, qual
o impacto da conclusão do cadastro rustico no atenuar dos incêndios florestais?
Pouco, é só uma de um conjunto vasto de ferramentas! Anuncia-se agora, todavia,
como sendo a “raiz do problema”.
(…)
Ir à
raiz do problema, no domínio silvo-industrial, está na tomada de medidas de
suporte às actividades que contrariem a queda do Valor Acrescentado Bruto da
silvicultura, do rendimento dos proprietários florestais.
(…)
Anunciam-se como estratégicos investimentos industriais que
em nada contribuem para inverter a perda de peso económico da silvicultura.
Paulo Pimenta de Castro, “Público”
(sem link)
Fez esta semana dois anos que Bruno Candé foi vítima de um assassinato
racista em Moscavide.
(…)
Não foi o medo que matou, foi o ódio banhado num sentimento
de superioridade, de supremacia.
(…)
Não foi um incómodo, uma ignorância, um receio ou uma
opinião. Foi ódio racial.
(…)
Continuamos, assim, a ser as impotentes testemunhas de vários
crimes de ódio racial não só em Portugal, como no mundo.
(…)
No
primeiro semestre do ano, foram assassinadas em Portugal 19 mulheres e meninas, segundo o
observatório da UMAR, uma média de três por mês.
(…)
No
mundo, a cada seis minutos, uma mulher é morta por motivos de género. Pouco ou
nada se fala dos agressores, dos criminosos.
(…)
Os
alvos do racismo, machismo e LGBTfobia, quando têm conhecimento destes atos
criminosos violentos, ficam traumatizados, com medo, identificam-se com as
vítimas.
(…)
Muitas
dinâmicas de discriminação e de sentimento de supremacia encontraram, e
encontram ainda, apoio e legitimidade neste princípio do mérito e da
superioridade, do desmérito e da inferioridade.
Luísa Semedo, “Público” (sem link)
EM DEFESA DO DIREITO À MANIFESTAÇÃO
O
direito à manifestação é uma forma poderosa de promoção da mudança social e
garante a defesa dos direitos humanos de todas as pessoas. (AI)
sexta-feira, 29 de julho de 2022
CITAÇÕES
(…)
A
razão é simples, é escrutinada ao detalhe por interesses tão mobilizados quanto
os que se movem na finança.
(…)
Nesse
segredo discreto raro será o deslize, tudo é calculado.
(…)
Lembrando
que a lei [Agenda para o Trabalho Digno] proclama garantir melhor pagamento na cessação
do contrato a prazo e faria exatamente o contrário no mais dos casos, ao
evitá-lo sempre que o contrato cessasse automaticamente, perguntaram se se
trataria do erro impossível.
(…)
Para
um Governo tão atento à comunicação social, seria de esperar que, a haver
equívoco, o ministério agisse depressa.
(…)
[Há
um] embuste sobrevivente: a anulação da promessa eleitoral de uma norma que
protegeria os trabalhadores das plataformas digitais.
(…)
[Há uma]
desilusão com este recuo, que mantém assim o “modelo de ouro”, como lhe chama a
Uber, em vez de impor a relação contratual com os seus trabalhadores.
(…)
“Vamos
mesmo dançar”, escrevia o diretor da Uber depois de uma promissora reunião com
Macron, então ministro da Economia.
(…)
A
viragem à direita do Governo Costa, sobretudo a maioria absoluta que festejou
em janeiro, tem sido particularmente visível neste domínio da lei laboral.
(…)
Foi
uma das razões principais para ter recusado um acordo com a esquerda desde
2019.
(…)
O que
talvez não se adivinhasse foi que depois dançaria tão alegremente entre
equívocos e embustes.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
O que
[Elisa Ferreira] disse [em entrevista] é um alerta solene: os fundos europeus
vão acabar. Vão mesmo.
(…)
Só
haverá integração se não houver uma conta a pagar aos felizes candidatos.
(…)
Só que
em Portugal não se imagina como se poderá viver sem esses fundos.
(…)
Até
agora, era um jogo, os Governos ‘deitavam’ os dinheiros a clientelas treinadas
na arte das candidaturas aos “projetos” e aos “programas” de uma casta de
empresários.
(…)
Até
agora, era um jogo, os Governos ‘deitavam’ os dinheiros a clientelas treinadas
na arte das candidaturas aos “projetos” e aos “programas” de uma casta de
empresários.
(…)
“Não
fazer as reformas estruturais”, o que quer dizer menos impostos empresariais e
sobretudo mais subsídios, ou uma renda pública paga ao sector privado,
prioritariamente na saúde, passou a ser o último dos insultos.
(…)
Se o
cortinado distributivo cai, fica a economia como ela é.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
O sentimento de impunidade [dos
abusadores sexuais dentro da igreja portuguesa] é uma malha tecida pela
protecção que a suposta virtude lhe confere.
(…)
[Foi pela] iniciativa [do Papa Francisco],
na cimeira de 2019 em Roma, que se determinou que todas as dioceses do Mundo
teriam que criar uma comissão de protecção de menores.
(…)
O episcopado francês pediu
"perdão" às 300 mil vítimas de pedofilia da Igreja francesa entre
1950 e 2020, pelas 216 mil crianças e menores, 80% das quais do sexo masculino.
(…)
Marcelo não pode falar
"pessoalmente" perante o assomo de uma realidade tão hedionda, como
se possuísse elementos para acreditar que a Igreja Católica portuguesa nunca
varreria para baixo do seu manto os casos que agora se conhecem, somam e
agravam.
A
liberdade editorial não deve, em circunstância alguma, servir para promover ou
legitimar representações depreciativas das mulheres e das pessoas LGBTI”.
(…)
As pessoas trans (…) mas também outras realidades do espetro
LGBTQI+, estão constantemente a ter de justificar o seu
espaço na sociedade.
(…)
[Subsiste a ideia] de que, agora, de
rompante, estas pessoas exigem (novos) direitos, subvertendo ideias “naturais”
e estabilizadas do que é ser-se homem ou mulher.
(…)
Não
deveria ser necessário recordar que estas realidades não são novas, nem
tampouco lembrar que os direitos que as pessoas trans reivindicam são os mesmos
de que gozam os outros indivíduos.
(…)
Num relatório de junho, o
Conselho da Europa denota que, apesar da crescente visibilidade das questões LGBTQI+,
o “discurso antigénero” tem perigosamente crescido.
(…)
Estas realidades não podem estar, pois, sujeitas ao
escrutínio de desinformadas opiniões.
(…)
[Trata-se de] uma questão de direitos humanos.
Inês Espinhaço Gomes, “Público” (sem link)
[Há uma] indiferença da sociedade
perante medidas legislativas, avulsas e oportunistas, que adiam a
responsabilidade e o empenho de Portugal em cumprir as obrigações europeias
para minimizar a perda de diversidade e activar estratégias de conservação.
(…)
Portugal é o quarto país da Europa com mais espécies em
risco de extinção.
(…)
Habituámo-nos
a tomar a natureza como certa, vendo-a como
um recurso “gratuito” do qual podemos obter não
apenas o que precisamos, mas também o que queremos.
(…)
Apesar
de não termos consciência, estamos cada vez mais dependentes de ecossistemas saudáveis e resilientes para garantir o
bem-estar e alimentação da população.
(…)
Mais da metade do produto interno bruto global depende da
natureza, o que reforça a necessidade de a valorizar.
(…)
Valorizar
os serviços que recebemos da natureza pode também fornecer uma nova fonte de
soluções para alguns dos problemas mais prementes da actualidade.
(…)
Torna-se muito mais barato, e proveitoso, proteger a natureza
do que restaurá-la depois.
(…)
Há
actualmente uma desvalorização dos espaços florestais que leva ao seu abandono
ou à exploração por espécies de lucro fácil e de curto prazo.
(…)
Esquecemos que uma das oportunidades turísticas de Portugal é
valorizar a natureza, que ainda temos.
(…)
Conservar
espécies e habitats, valorizando a natureza, devia ser a melhor forma de levar
em conta os benefícios que os ecossistemas nos fornecem.
(…)
Urge
reconhecer que a valorização da natureza é um processo complexo que necessita
de uma abordagem transdisciplinar e não focada apenas do ponto de vista
económico.
Maria Amélia Martins-Loução, “Público” (sem link)
O Presidente Jair Bolsonaro vai deixar um Brasil lastimado
quando deixar o poder.
(…)
Bolsonaro
entregou-se nas mãos do chamado “centrão”, os partidos que navegam ao sabor das
benesses recebidas em troca do seu apoio ao governo que esteja em funções.
(…)
Com isso, [a ação do “centrão”] a política brasileira
tornou-se ainda mais numa máquina de distribuir dinheiro em troca de favores
políticos.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
TRABALHADORES COM UMA REDUÇÃO REAL DE SALÁRIO: ATÉ QUANDO VAMOS TOLERAR ESTA INJUSTIÇA?
Ao
mesmo tempo que se impõe aos trabalhadores uma redução real dos seus salários,
com a desculpa que quaisquer aumentos iriam agravar a "espiral
inflacionista", a classe capitalista esfrega as mãos de contentamento com
os seus lucros a engordar. A inflação, ao contrário destes lucros, não caiu do
céu. Parte considerável do agravamento do custo de vida deve-se a práticas de
manipulação de mercado (price gouging) promovidas por grandes grupos económicos
que ocupam posições oligopolistas no mercado. Quem vive dos rendimentos do seu
trabalho precisa de respostas mas os bancos centrais e os governos já deram o
sinal: os trabalhadores têm que empobrecer e os lucros têm que ficar intocados.
Até quando vamos tolerar esta injustiça? (João Moniz)
quinta-feira, 28 de julho de 2022
UMA TRISTE COINCIDÊNCIA
Hoje, assinala-se o Dia Mundial da Conservação da Natureza e, por triste
coincidência, assinala-se também o Dia da Sobrecarga da Terra: o dia em que a
exploração dos recursos do planeta começa a exceder as capacidades
regenerativas dos ecossistemas.
"Não há Planeta B" não é apenas um slogan, é uma reivindicação
pela justiça climática. Precisamos de uma transição energética eficaz: apostar
na adaptação territorial e meios de produção às alterações climáticas; aposta
forte nos transportes públicos, caminhando para a sua gratuitidade; desenhar
uma nova política agrícola e florestal; proteger os recursos hídricos e
priorizar o investimento nas energias renováveis.
Nem um grau a mais, nem uma espécie a menos.
AS MARGENS ABUSIVAS DE EMPRESAS DO SETOR DA ENERGIA E DA GRANDE DISTRIBUIÇÃO
Há empresas do setor da energia e da grande distribuição que estão a lucrar
com o empobrecimento generalizado. Têm margens abusivas que prejudicam a
economia portuguesa.
A IL, em vez de se preocupar com o empobrecimento do país, defende os
"gigantes" e tudo o que há de pior na nossa economia.
FRASE DO DIA (1897)
Luísa Semedo, “Público”
A IMPUNIDADE TEM DE TER LIMITES FORTES
Ontem
estive num encontro de ativistas em Barcarena (Belém do Pará) onde 40 mil
pessoas foram afetadas pela produção de alumínio da Norsk Hydro. É o primeiro
caso de danos causados na Amazónia a tornar-se internacional, com um julgamento
a começar agora na Holanda. Mais importante do que reconhecer os danos causados
em casos particulares, é assumir o caráter predatório das políticas de livre
comércio que estão feitas para isto mesmo: explorar ao máximo os recursos,
abusar das terras, ter mão de obra barata, tudo com o máximo de impunidade.
(José
Gusmão)
AS VIDAS DAS MULHERES NO AFEGANISTÃO ESTÃO A SER DEVASTADAS PELA REPRESSÃO DOS TALIBÃS
Os Talibãs têm violado os direitos das mulheres e raparigas à educação, ao
trabalho e à livre circulação, dizimando o sistema de proteção e apoio a quem
foge da violência doméstica e detendo mulheres por violações menores das regras
discriminatórias provocando um aumento da taxa do casamento infantil, precoce e
forçado.
O novo relatório da Amnistia Internacional “Morte em câmara lenta: Mulheres
e raparigas sob as regras dos Talibãs” revela como mulheres que protestaram
pacificamente contra as regras opressivas foram ameaçadas, presas, torturadas e
acabaram por ser vítimas de desaparecimento forçado.
Notícia completa no site. (AI)
quarta-feira, 27 de julho de 2022
CITAÇÕES À QUARTA (13)
(…)
É só mais um sinal, desolador e triste, dos efeitos dos
eventos climáticos extremos, que matam também pessoas e não só nos incêndios.
(…)
Portugal está entre os países europeus com mais mortes
prematuras e mais perdas económicas por causa das alterações climáticas e a
tendência é piorar.
(…)
[O IL] foi o único que votou contra a Lei de Bases do Clima,
sem sequer uma declaração de voto para que se esclarecessem as razões liberais
e sem qualquer proposta alternativa.
(…)
A crise climática, que se agrava de dia para dia, mostra de
facto o falhanço das receitas liberais.
(…)
À lógica predadora do mercado é preciso opor o planeamento
económico e a rejeição do crescimento infinito sobre recursos finitos.
(…)
Mobilizar
recursos públicos para fazer a transição climática e garantir trabalho digno.
(…)
São mais 422 milhões de euros, retirados [pela Galp] dos
bolsos de empresas, famílias e consumidores individuais que se veem a braços
para fazer face à crise, à inflação e ao preço dos combustíveis.
(…)
[Ao
contrário de vários países europeus, o Governo recusa] taxar os lucros extraordinários das petrolíferas e ter uma política
determinada para a fixação dos preços e a redução das margens de lucro.
(…)
O regime de Putin (…) continua os bombardeamentos, mesmo
depois dos acordos para o escoamento dos cereais.
(…)
Vários artistas fizeram também questão de lembrar que, ao
contrário da oligarquia russa, por cá não falta quem estime a liberdade e não
aceite ameaças.
(…)
Que não nos calemos, pois, relativamente a nenhum
autoritarismo. Nem ao despotismo desse modo de produzir e de mandar que está a
destruir o planeta.
José Soeiro, “Expresso” online
Faz-se a guerra de todas as formas e em todas as frentes, a
lição é conhecida.
(…)
A guerra é exterminista por natureza e aquela a que agora
assistimos é a confirmação da regra sem excepção.
(…)
Deve a opinião pública ou, se se quiser, devem os opositores
da guerra contrariar a contaminação generalizada dos territórios da cultura e
do desporto pelas bandeiras da morte?
(…)
A minha resposta é que não só o podemos como o devemos fazer.
(…)
Da Rússia, pouca novidade, o regime de controlo da opinião
foi reforçado por leis de exceção.
(…)
A surpresa pode ter sido o comportamento de autoridades
europeias (…) que proibiram Tchaikovsky e Dostoevsky, anularam as apresentações
do Bolshoi ou a participação de filmes russos em festivais.
(…)
Culparam Tolstoy ou Tarkovsky pelos males de Putin e ergueram
o sectarismo como um estandarte.
(…)
Nesta escalada, dentro de pouco tempo estaremos a discutir se
algumas delegações nacionais devem ser expulsas do Jogos Olímpicos.
(…)
Tenha a certeza de que o Comité Olímpico Internacional será
pressionado para excluir vários países em 2024.
(…)
Os Jogos [olímpicos da antiguidade] exprimiam a festa
religiosa e popular em que a guerra era suspensa.
(…)
O novo Muro será instalado dentro das bibliotecas, dos
cinemas e salas de concertos, e as Olimpíadas vão ser o grande teste para este
arame farpado.
Francisco Louçã, “Expresso” online
É
um destino e um desatino a chegada do mês de junho, com os
incêndios que traz no ventre sobretudo no chamado “interior” cada
vez mais deserto.
(…)
O
abandono do “interior”, com a consequente
queda demográfica, leva a que essas pessoas desaguem em Lisboa, Porto e noutros
centros urbanos.
(…)
Quer
a esquerda, o centro ou a direita, quer o patrão, o trabalhador, o agricultor
ou o professor, quer o padre ou o médico, todos estarão de acordo que este
caminho explica em boa medida os incêndios e outros dramas sociais.
(…)
É forçoso concluir que a imensa esmagadora maioria da
população não tem interesse neste estado de coisas.
(…)
Para fazer frente à situação, cabe, antes de mais, ao Governo
fazer o levantamento do cadastro de todos os proprietários.
(…)
Impõe-se
estabelecer um diálogo com os proprietários para compreender como cada um
encara o futuro dos terrenos que os não podem deixar ao abandono, no sentido
que tal atitude pode significar incêndios que têm consequências dramáticas na
comunidade.
(…)
É
preciso partir de uma premissa – os fogos significam despesas colossais, pelo
que os representantes das autoridades envolvidas devem ter presente esse facto.
(…)
A
propriedade dos terrenos sem que os seus donos, pelas mais variadas razões, não
se interessem por eles, não pode significar a intocabilidade dessas
propriedades.
(…)
O imperativo nacional sobrepõe-se à inércia de décadas, de um
tempo sem regresso.
(…)
Há
que pesar os direitos em confronto – o da propriedade privada e o do abandono
pela ausência da posse e as consequências devastadoras para toda a comunidade e
para o próprio território nacional.
(…)
Sendo um desígnio nacional, é imperioso encontrar esses caminhos
[para a fixação das populações no interior do país].
(…)
Antes que o interior se desertifique num braseiro anual,
sejamos capazes todas e todos de o impedir.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)
Continua
a existir um défice significativo de recursos humanos qualificados para uma
deteção atempada dos ilícitos ambientais, quer na vertente criminal, quer na
contraordenacional.
(…)
Estas fragilidades dificultam a prova em benefício dos
infratores, comprometendo inevitavelmente a sua punição.
(…)
Ao contrário de outros setores, na dimensão ambiental uma
intervenção tardia pode ter efeitos nefastos.
(…)
Só
com um verdadeiro plano estratégico ambiental como desígnio nacional estaremos
em condições de garantir a preservação de bens jurídicos dos quais depende a
sobrevivência da humanidade.
Ana
Sirage Coimbra, “Público” (sem link)