(…)
O humor, mesmo sob a forma de sarcasmo, tem sempre esta
estranha ambiguidade, pode ser interpretado em sentidos opostos.
(…)
O ponto RAP [Ricardo Araújo Pereira] revelou uma das
vulnerabilidades do dicionário que está a ser apresentado: apresentar a atração
entre pessoas como um romantismo pode ser uma fórmula genérica.
(…)
Existe mesmo, como o tio Alfredo temeria, um desejo sexual em
relações entre seres humanos.
(…)
Sou também quem somos, vivo em sociedade e é nela que
comunico, é dela que dependo, se existo é porque estou com outras pessoas.
(…)
A identidade é o reconhecimento da mãe e do contexto familiar
pela criança, primeiro, da sua sociedade, logo depois
(…)
O feminismo desenvolveu a análise da construção social do
género que não ignora o desejo sexual, antes o sabe, combatendo a desigualdade
social que representam as relações de poder.
Francisco Louçã, “Expresso” online
Parece
certo que a agressão da Rússia à Ucrânia e a cimeira da NATO em Madrid puseram termo à
época de globalização económica e concorrência relativamente pacífica entre
grandes e médias potências.
(…)
A
reedição desta [Guerra Fria] traduz-se numa disputa na fronteira oeste da
Rússia e, à custa do intermediário sacrifício do povo ucraniano, numa guerra sem fim e de desfecho imprevisível.
(…)
Ninguém sabe onde Putin pretende deter os seus projetos
neoczaristas, espicaçados pelas políticas de cerco da NATO.
(…)
Da
banda dos EUA e do seu braço armado, a NATO, aproveita-se a oportunidade
oferecida por Putin para reforçar a tutela política e militar sobre a Europa.
(…)
Tudo pago pelos contribuintes europeus através de um vasto
programa de rearmamento, onde avulta o poderoso rearmamento
alemão.
(…)
Tudo, ou quase tudo, comprado às grandes indústrias dos EUA
que juntam estes supernegócios aos do petróleo.
(…)
É neste contexto que a União Europeia desaparece como
entidade independente.
(…)
Rejeita
uma estratégia própria em defesa da Ucrânia e da paz e ajoelha perante a política
de guerra com que a NATO pretende neutralizar a Rússia.
(…)
Para a guerra sem fim vale tudo.
(…)
Vale a brutalidade autocrática do putinismo (…) [e
vale o fechar dos olhos a regimes violadores dos direitos humanos como o da
Polónia e da Hungria, do sultão Erdogan, do Estado hebraico sobre a palestina, ou
do carniceiro saudita]. Tudo gente e regimes de fino recorte liberal e
“ocidental”.
(…)
Certo é que esta guerra sem fim vai ser dura e dramaticamente
paga e sofrida pelas vítimas do costume.
(…)
[Soma-se ainda] um retrocesso gravíssimo no combate à
catástrofe climática e ambiental.
(…)
A
avalanche de propaganda apela à conformação das populações com a tragédia, seja
em nome da velha Rússia ou do dito “mundo livre”.
(…)
Só um
grande movimento de opinião pública internacional pode impor duas exigências
essenciais: a imediata suspensão das hostilidades e o início de negociações
entre a Rússia e a Ucrânia.
Fernando Rosas, “Público” (sem link)
Já se
estava à espera que a maioria absoluta de um só partido descambasse em
democracia musculada a impor o que lhe apetecer.
(…)
Já
estávamos também todos à espera que, logo que o vento fosse de feição, voltasse
à carga (e ao negócio) o assunto de um aeroporto internacional no Montijo.
(…)
A Reserva Natural do Estuário do Tejo (…) corresponde
a uma zona húmida fundamental em termos de biodiversidade e de defesa das aves
migratórias.
(…)
Temos
que fazer pressão nacional e internacional, seja na UE seja na UNESCO, para
denunciar este atentado que o Governo português se apronta para cometer.
(…)
É preciso exercer pressão nas instâncias europeias e mundiais.
(…)
Ainda não se viu (…) as ONG ou cidadãos irritados com a
desvergonha virem protestar.
(…)
Num
canal de televisão apareceu o eng. Luís Coimbra, técnico conhecedor e
experimentado de assuntos de aeronáutica, a denunciar o que se esconde sobre a
construção do aeroporto internacional no Montijo.
(…)
E se ocorrer uma tragédia, não vão faltar lágrimas de
crocodilo dos responsáveis todos.
(…)
Um
país europeu como Portugal cria um aeroporto internacional em cima dum
estuário que é uma reserva natural, de interesse mundial – então a União
Europeia ou a UNESVO vão consentir?
(…)
Tudo
pelo negócio com a Vinci e que ainda vai exigir novos acessos onerosos que são
todos incluídos no bolo do aeroporto – e ficamos assim?
(…)
Alguém acredita que, depois de obras dispendiosas no Montijo,
este é abandonado a favor de Alcochete?
Fernando Santos Pessoa, “Público” (sem link)
João Costa [JC] não é ministro que disserte publicamente com
um mínimo de rigor sobre os problemas do seu ministério.
(…)
Quando actua, remenda, manipula, ou adia.
(…)
[Aqui ficam alguns exemplos deixados pelo prof. Santana Castilho
no “Público de hoje]:
[JC alegou] que foram preenchidos, no ano que
terminou, cerca de 27 mil horários em substituições, o que mostrou haver 27 mil
profissionais disponíveis em diferentes momentos. Falso! 27 mil foi o número de contratações feitas
durante todo o ano lectivo.
(…)
Disse
que não é racional dizer aos professores que têm de trabalhar em sítios
diferentes a cada três ou quatro anos. Mas não disse que é a isso que ele
próprio os vem obrigando, por acção ou por omissão, há mais de seis anos.
(…)
Disse
que os professores em mobilidade por doença
passaram de 128 para 8.818 em dez anos. Foi imediatamente desmentido pela
Fenprof, que lhe recordou que não eram 128 mas sim, pelo menos, 1.678.
(…)
Não disse que, segundo a insuspeita Alexandra Leitão já em
2018 havia três vezes mais professores em mobilidade por doença a norte do que
em Lisboa, porque os professores do norte estavam a ser forçados a dar aulas no
sul, circunstância que só se agravou daí para cá.
(…)
Disse,
ou pelo menos insinuou, que se teriam registado 23.600 baixas médicas de
docentes. A Fenprof corrigiu-o, contrapondo um número quase três vezes menor:
8000.
Santana Castilho, “Público” (sem link)
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