(…)
A
razão é simples, é escrutinada ao detalhe por interesses tão mobilizados quanto
os que se movem na finança.
(…)
Nesse
segredo discreto raro será o deslize, tudo é calculado.
(…)
Lembrando
que a lei [Agenda para o Trabalho Digno] proclama garantir melhor pagamento na cessação
do contrato a prazo e faria exatamente o contrário no mais dos casos, ao
evitá-lo sempre que o contrato cessasse automaticamente, perguntaram se se
trataria do erro impossível.
(…)
Para
um Governo tão atento à comunicação social, seria de esperar que, a haver
equívoco, o ministério agisse depressa.
(…)
[Há
um] embuste sobrevivente: a anulação da promessa eleitoral de uma norma que
protegeria os trabalhadores das plataformas digitais.
(…)
[Há uma]
desilusão com este recuo, que mantém assim o “modelo de ouro”, como lhe chama a
Uber, em vez de impor a relação contratual com os seus trabalhadores.
(…)
“Vamos
mesmo dançar”, escrevia o diretor da Uber depois de uma promissora reunião com
Macron, então ministro da Economia.
(…)
A
viragem à direita do Governo Costa, sobretudo a maioria absoluta que festejou
em janeiro, tem sido particularmente visível neste domínio da lei laboral.
(…)
Foi
uma das razões principais para ter recusado um acordo com a esquerda desde
2019.
(…)
O que
talvez não se adivinhasse foi que depois dançaria tão alegremente entre
equívocos e embustes.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
O que
[Elisa Ferreira] disse [em entrevista] é um alerta solene: os fundos europeus
vão acabar. Vão mesmo.
(…)
Só
haverá integração se não houver uma conta a pagar aos felizes candidatos.
(…)
Só que
em Portugal não se imagina como se poderá viver sem esses fundos.
(…)
Até
agora, era um jogo, os Governos ‘deitavam’ os dinheiros a clientelas treinadas
na arte das candidaturas aos “projetos” e aos “programas” de uma casta de
empresários.
(…)
Até
agora, era um jogo, os Governos ‘deitavam’ os dinheiros a clientelas treinadas
na arte das candidaturas aos “projetos” e aos “programas” de uma casta de
empresários.
(…)
“Não
fazer as reformas estruturais”, o que quer dizer menos impostos empresariais e
sobretudo mais subsídios, ou uma renda pública paga ao sector privado,
prioritariamente na saúde, passou a ser o último dos insultos.
(…)
Se o
cortinado distributivo cai, fica a economia como ela é.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
O sentimento de impunidade [dos
abusadores sexuais dentro da igreja portuguesa] é uma malha tecida pela
protecção que a suposta virtude lhe confere.
(…)
[Foi pela] iniciativa [do Papa Francisco],
na cimeira de 2019 em Roma, que se determinou que todas as dioceses do Mundo
teriam que criar uma comissão de protecção de menores.
(…)
O episcopado francês pediu
"perdão" às 300 mil vítimas de pedofilia da Igreja francesa entre
1950 e 2020, pelas 216 mil crianças e menores, 80% das quais do sexo masculino.
(…)
Marcelo não pode falar
"pessoalmente" perante o assomo de uma realidade tão hedionda, como
se possuísse elementos para acreditar que a Igreja Católica portuguesa nunca
varreria para baixo do seu manto os casos que agora se conhecem, somam e
agravam.
A
liberdade editorial não deve, em circunstância alguma, servir para promover ou
legitimar representações depreciativas das mulheres e das pessoas LGBTI”.
(…)
As pessoas trans (…) mas também outras realidades do espetro
LGBTQI+, estão constantemente a ter de justificar o seu
espaço na sociedade.
(…)
[Subsiste a ideia] de que, agora, de
rompante, estas pessoas exigem (novos) direitos, subvertendo ideias “naturais”
e estabilizadas do que é ser-se homem ou mulher.
(…)
Não
deveria ser necessário recordar que estas realidades não são novas, nem
tampouco lembrar que os direitos que as pessoas trans reivindicam são os mesmos
de que gozam os outros indivíduos.
(…)
Num relatório de junho, o
Conselho da Europa denota que, apesar da crescente visibilidade das questões LGBTQI+,
o “discurso antigénero” tem perigosamente crescido.
(…)
Estas realidades não podem estar, pois, sujeitas ao
escrutínio de desinformadas opiniões.
(…)
[Trata-se de] uma questão de direitos humanos.
Inês Espinhaço Gomes, “Público” (sem link)
[Há uma] indiferença da sociedade
perante medidas legislativas, avulsas e oportunistas, que adiam a
responsabilidade e o empenho de Portugal em cumprir as obrigações europeias
para minimizar a perda de diversidade e activar estratégias de conservação.
(…)
Portugal é o quarto país da Europa com mais espécies em
risco de extinção.
(…)
Habituámo-nos
a tomar a natureza como certa, vendo-a como
um recurso “gratuito” do qual podemos obter não
apenas o que precisamos, mas também o que queremos.
(…)
Apesar
de não termos consciência, estamos cada vez mais dependentes de ecossistemas saudáveis e resilientes para garantir o
bem-estar e alimentação da população.
(…)
Mais da metade do produto interno bruto global depende da
natureza, o que reforça a necessidade de a valorizar.
(…)
Valorizar
os serviços que recebemos da natureza pode também fornecer uma nova fonte de
soluções para alguns dos problemas mais prementes da actualidade.
(…)
Torna-se muito mais barato, e proveitoso, proteger a natureza
do que restaurá-la depois.
(…)
Há
actualmente uma desvalorização dos espaços florestais que leva ao seu abandono
ou à exploração por espécies de lucro fácil e de curto prazo.
(…)
Esquecemos que uma das oportunidades turísticas de Portugal é
valorizar a natureza, que ainda temos.
(…)
Conservar
espécies e habitats, valorizando a natureza, devia ser a melhor forma de levar
em conta os benefícios que os ecossistemas nos fornecem.
(…)
Urge
reconhecer que a valorização da natureza é um processo complexo que necessita
de uma abordagem transdisciplinar e não focada apenas do ponto de vista
económico.
Maria Amélia Martins-Loução, “Público” (sem link)
O Presidente Jair Bolsonaro vai deixar um Brasil lastimado
quando deixar o poder.
(…)
Bolsonaro
entregou-se nas mãos do chamado “centrão”, os partidos que navegam ao sabor das
benesses recebidas em troca do seu apoio ao governo que esteja em funções.
(…)
Com isso, [a ação do “centrão”] a política brasileira
tornou-se ainda mais numa máquina de distribuir dinheiro em troca de favores
políticos.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
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