sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

CITAÇÕES

 
Banco Central Europeu é, mais do que a Comissão, o governo da zona europeia (e não só do euro).

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O que está nos tratados é a sua vinculação a uma política de restrição anti-inflacionista, que foi aplicada com rara exceção mesmo quando não havia inflação.

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Pensar que uma grande zona económica pode (ou deve) viver sob a restrição de inflação sempre abaixo de 2% é uma aberração.

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A única justificação substancial é o favorecimento do sector financeiro.

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O que não está nos tratados, o segundo pilar do poder do BCE, é tudo o resto, um poder discricionário que não se vincula a resultados económicos nem, muito menos, sociais.

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[Na União] funcionam instâncias sem mandato nem lei, aliás irmanadas com o BCE, como o Eurogrupo.

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Em função desta arquitetura institucional, a incoerência é considerada uma virtude.

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Para este mister, o Banco não precisa de coerência.

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[O BCE precisa da surpresa] desde que não afete a única certeza da pressão sobre os rendimentos laborais.

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Se ouvirmos Mário Centeno, a conversa é a mesma. Propunha ele já há meses que os salários ficassem pelos 2%, por ser esse o objetivo mirífico do BCE para a inflação.

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Assim, com a virtude da franqueza, explicava que quem trabalha deveria continuar a perder rendimento, pois esse seria o instrumento de ajustamento dos preços.

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[Os governadores dos bancos centrais] pouco se importam com o facto de os salários e pensões serem ajustados em menos de metade da inflação, pois querem fazer dessa perda a batuta do achatamento dos preços.

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O linguajar dos banqueiros centrais é sempre melífluo.

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Será então essa a “suave” receita que o BCE promove e que nenhum Governo questiona.

Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)

 

O Tribunal Regional Eleitoral do estado do Paraná voltou a reprovar esta semana as contas da campanha eleitoral do senador Sergio Moro.

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E não é por pormenores, mas por infracções graves na documentação, diz o jornal Folha de S. Paulo.

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Para a campanha de Moro, a falta não é do candidato e da sua equipa, mas do parecer “opinativo” da área técnica do tribunal.

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Durante a campanha eleitoral, a casa do juiz chegou a ser alvo de buscas por parte da justiça, embora por uma queixa de irregularidade no material de campanha.

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A verdade é que Moro, endeusado até certa altura por uma parte da opinião pública brasileira (…) se mostrou afinal alguém que não hesita em torcer a lei para beneficiar os seus interesses e ambições.

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As sondagens mostraram que o seu patamar de popularidade era demasiado baixo para a sua ambição de chegar a Presidente. Pelo menos em 2022.

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Se o juiz gerir as suas campanhas como presidia aos seus julgamentos, é bem capaz de ter contorcido algumas regras e agido em função dos seus próprios interesses.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

O Presidente eleito do Brasil pediu nesta terça-feira a libertação do criador do site WikiLeaks Julian Assange daquilo que considerou ser uma “prisão injusta”.

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O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, referiu esta semana, no Parlamento, que falou do caso de Assange com representantes dos Estados Unidos e pediu ao Governo norte-americano que ponha fim à perseguição ao co-fundador do WikiLeaks.

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Nos EUA, poderá ser condenado a 170 anos de prisão, com base numa lei que tem mais de um século.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

A visão do Ocidente sobre os protestos contra as políticas "covid-zero" na China é um manancial de teorias da conspiração que demonstra a facilidade com que se diaboliza um país de 1,4 biliões de habitantes que conseguiu evitar, a ferro e pulso, números catastróficos na evolução da pandemia.

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Os recentes protestos em várias cidades chinesas são a mais massiva contestação pública desde os confrontos de 1989 na Praça Tiananmen.

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Enganem-se aqueles que acreditam ser uma força democrática anti-sistema que lidera os protestos e a contestação actual.

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Mas não menosprezem, outros, o poder libertador de um povo que vê a repressão exercida sobre as manifestações.

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Apostando tudo nas políticas restricionistas, com alta aceitação pública na fase inicial da pandemia, o PC chinês rejeitou as vacinas ocidentais e apercebe-se, agora, do fracasso do seu processo de vacinação não obrigatório.

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Depois de tanto apostar em fechar, não criou condições para reabrir. 

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Um erro de saúde pública pode pôr em causa o regime e o comportamento da economia.

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"A China não quer dominar ninguém", assegura o regime, quando o povo se sente enjaulado e sem voz.

Miguel Guedes, JN

 

Luís Montenegro acusou os socialistas de serem os amigalhaços da saúde privada.

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Para Montenegro a relação que o SNS, com Manuel Pizarro, estabelece com os privados é desastrosa.

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O PSD acusa o PS de seguir uma orientação ideológica sua – a de apoiar o funcionamento do SNS no recurso à contratação dos privados – mas de não o fazer tão bem como o próprio PSD faria.

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Se [no PSD] dão destaque ao facto de o PS estabelecer entendimentos com o sector privado estão precisamente a reforçar que, também para isso, não são precisos.

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Luís Montenegro acabou por dar voz ao maior problema do PSD: mais do que a falta de uma liderança forte que faça esquecer a de Passos Coelho, a dificuldade em comunicar o que os distingue dos restantes partidos políticos e a dificuldade em preservar como seu um território político.

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Ao atribuir a qualidade de “amigalhaços da saúde privada” aos socialistas o PSD coloca-se a si mesmo na terra de ninguém.

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Quem na verdade reage às declarações de Montenegro? É a ala mais à esquerda do PS e sobretudo é a esquerda mais à esquerda do espectro político português.

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O que Luís Montenegro conseguiu foi dar alento às críticas de esquerda à governação socialista.

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Qualquer pessoa de esquerda lúcida, e não ofuscada pela força das suas convicções políticas, tem obrigação de saber que tudo o que sucede à direita tradicional é pior do que a direita tradicional.

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Achar que um PSD enfraquecido é bom porque significa uma direita enfraquecida e fazer de conta que os votos perdidos pelo partido poderão engrossar as fileiras de esquerda. Mas isso não sucederá.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)


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