(…)
É a
própria essência da ocupação do espaço público pelo discurso do poder ou do seu
investimento na criação de um senso comum conformista.
(…)
A
política económica portuguesa e europeia é um exemplo transparente desse modo
de dominar.
(…)
Sabem
que nos fazem mal, é a dor, mas é o melhor para nós. A dor é curativa.
(…)
De
facto, trata-se, não de uma consequência indesejada, mas da essência da
política: a receita é o ajustamento pela recessão, de modo a alterar a
distribuição dos rendimentos.
(…)
[Tudo
em nome da tese] de que a concentração de riqueza impulsiona o investimento e
que, portanto, a plutocracia arrasta o crescimento económico.
(…)
A
versão portuguesa desta fantasia expressa-se na convicção com que o governador
do Banco de Portugal e o Governo avisam que seria fatal subir os salários.
(…)
Ou
seja, não há inflação permanente e não é preciso ajustar salários, ou há
inflação permanente e não se podem ajustar os salários, ou “já passámos o pico”
e não se podem ajustar os salários.
(…)
Perdidos
por oito e por oitenta, os salários baixam em termos reais.
(…)
A
comparação entre Portugal e a Bélgica é reveladora do absurdo deste masoquismo
social.
(…)
A
Bélgica adapta os salários à medida da inflação.
(…)
E,
espanto, a manutenção dos salários reais, (…) (…), não fez disparar nenhuma
espiral inflacionista, lá como cá é a mesma inflação.
(…)
A
diferença é que na Bélgica não houve repressão do salário real e em Portugal
sim.
(…)
Se
perguntar a razão para esta política masoquista, a resposta está na doutrina da
“dor”.
(…)
Os
Governos que promovem ou aceitam esta política não estão a querer mudar as
condições da inflação, estão a empobrecer os pobres e a desvalorizar o trabalho.
(…)
Estamos,
portanto, cercados, nos rendimentos e nos juros.
(…)
Agora,
se o povo quer o absurdo de manter os salários reais, ou as pensões, que
disparate, o melhor mesmo “é dissolver o povo e eleger outro”.
Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)
Não
podemos falar em promoção dos direitos das crianças e jovens quando estes
vivenciam ambientes pouco positivos ou empáticos devido à inércia, negligência
ou apatia dos adultos que são responsáveis por cuidar destes.
(…)
As
situações mais graves de bullying e cyberbullying caso não sejam detetadas
precocemente e/ou alvo de uma intervenção especializada, deixam “marcas” para
toda a vida.
(…)
Infelizmente continuamos a não ter um diagnóstico que seja
verdadeiramente nacional dos índices de bullying/cyberbullying.
(…)
Algumas
das medidas a implementar podem ser a criação de um Observatório Municipal do
Bullying e Cyberbullying, a promoção e incentivo à investigação sobre estas
problemáticas através do apoio junto da comunidade científica da região (…).
(…)
Deste
modo, a criação de equipas constituídas por diferentes profissionais e
representantes de organizações regionais que tenham aos seu dispor os meios
logísticos e financeiros para atuar, o mais precocemente possível (…) é algo mais que essencial, urgente.
(…)
Depois
temos de alterar o mais rapidamente possível um paradigma ainda muito presente
no nosso país, a sazonalidade da prevenção e combate ao bullying e
cyberbullying.
(…)
A prevenção e combate a estas problemáticas é um trabalho
diário, que nunca está completamente terminado.
(…)
Atualmente
temos o Programa Escola Sem Bullying, Escola Sem Violência, criado em 2019 e do
qual dois elementos da AjudAjudar foram consultores, foi um passo em frente mas
escasso.
(…)
Voltamos a realçar que a participação das crianças e jovens,
protagonistas dos comportamentos de bullying e cyberbulllying, é muito
importante.
(…)
Outra questão que acreditamos ser muito importante é a
criação de legislação específica nas áreas do bullying e cyberbullying.
(…)
Este
passo é incontornável e na nossa opinião deverá assentar numa filosofia de
prevenção, essencialmente pedagógica e não numa vertente meramente punitiva.
(…)
Há
muitos anos que em alguns países existe este tipo de trabalho que permite que
alguns dos projetos e programas antibullying mais importantes em todo o mundo
tenham nas suas fileiras, pessoas que antes foram agressores de bullying e/ou
cyberbullying.
Luís Fernandes, “Público” (sem link)
Vamos dar um facto por assente: a família real britânica tem
o poder de fascinar.
(…)
Este evidente fascínio não significa que a maioria das
pessoas seja monárquica ou sequer simpatizante de monarquias.
(…)
Poucos
portugueses acharão justo que alguém, e logo à nascença, tenha um título vitalício
e um compêndio de privilégios (e deveres) que o comum dos mortais, por muito
que trabalhe e que seja talentoso ou altamente capacitado, não alcançará.
(…)
Liberdade, igualdade e fraternidade foram os princípios de
uma revolução [Leia-se Revolução Francesa] que espalhou o terror nas casas
reais europeias.
(…)
Mas a
mesma Europa que celebra a Revolução Francesa, e a tomada do poder pelo povo, esgota o livro de Harry.
(…)
Isabel
II reinou e nessa medida conseguiu estar, e ao longo de muitas décadas, acima
ou ao lado da tensão entre esquerda e direita.
(…)
É uma concretização única de poder político.
(…)
A
família preenche o imaginário fertilizado por filmes da Disney e cenários
idílicos de príncipes e princesas bondosos e cheios de compaixão pelo povo.
(…)
Um
homem [Harry] que sempre foi sustentado pela família corta relações com essa
família, mas continua a obter rendimentos por fazer parte dela.
(…)
Não trabalha como as outras pessoas têm de fazer. Conta
coisas.
(…)
Há claramente alguma coisa que não está bem.
(…)
Não se
vislumbra nenhuma boa razão para importarmos este enredo e para o elevarmos ao
nível da mais destacada atualidade internacional.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
O evangelismo terrorista passou das palavras aos actos e reacende o
debate sobre se estes grupos e seitas podem ou não ser considerados como
organizações terroristas e criminosas.
(…)
A seriação de imbecis ganhou um novo alento na tarde de domingo [no
Brasil]
(…)
Os "teóricos das equivalências"
entre Lula e Bolsonaro, aqueles que eram incapazes de escolher (e tantos foram
em Portugal), podem agora comparar o incomparável.
(…)
A incapacidade do sistema judicial e
político norte-americano em trazer Donald Trump à justiça na sequência da
instigação e responsabilidade pessoal no assalto ao Capitólio é causa maior
para a tentação das réplicas.
(…)
Para além da punição pela lei, é
nevrálgico investigar, identificar e desmantelar a teia de conivências que
permitiram o financiamento golpista.
(…)
O discurso de Lula em plena execução do
golpe de Estado, sério, firme e comprometido com a defesa da democracia, foi
criticado por muitos "colaboracionistas" das equivalências,
responsáveis pelo branqueamento da perigosidade da extrema-direita.
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