sábado, 7 de janeiro de 2023

MAIS CITAÇÕES (214)

 
[Esta maioria absoluta] pode ter sido um presente envenenado para o PS e para o país.

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Apesar de garantir, teoricamente, mais estabilidade do que a ‘geringonça’, é muito mais instável.

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Porque a estabilidade política não depende de maiorias aritméticas, mas da estabilidade social que elas ofereçam.

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Perante uma crise inflacionista e sem receitas diferentes da direita, qual é o propósito de António Costa?

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Ao contrário do que acontecia na ‘geringonça’, de que era a alma, Pedro Nuno Santos era um corpo estranho neste Governo.

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Não sai fortalecido e, longe do Governo, perde parte do poder que tem no PS.

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Se [o Governo] correr mal, e há tanto por onde correr mal, será o mais bem colocado para assumir um caminho alternativo para os socialistas.

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Há cada vez menos entusiasmo na sua [de Costa] defesa.

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É o cansaço, é a arrogância, é o que quiserem.

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E defender o partido de casos quando falta uma causa desgasta a moral das tropas. 

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Não é a primeira vez que o PS se verga aos dogmas económicos da direita, mas agora fá-lo depois de um Governo popular.

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António Costa está fechado no seu núcleo cada vez mais apertado.

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Fora da política ninguém quer lá entrar [no Governo], dentro dela ninguém quer entrar num Governo que se desfaz.

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Porque não há alternativa, porque as alternativas são demasiado assustadoras, porque o Presidente o segura, Costa até se pode manter no poder mais quatro anos. Duvido. 

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[A maioria absoluta] foi determinada por uma conjuntura, não por uma vontade.

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Não foi o entusiasmo dos eleitores que nos trouxe aqui. Foi o medo.

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Esta maioria absoluta em plena crise internacional pode ser fatal para o PS.

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Apesar da inflação, da obsessão de Medina pelo corte à bruta do défice e da instabilidade interna do Governo, o PSD tem dificuldade em ultrapassar a barreira dos 30%.

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O PSD vai sinalizando casos, a extrema-direita vai ganhando com eles.

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Quanto à crise económica e social, que era onde podia disputar os votos ao PS, [Montenegro] tem pouco a dizer. 

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Está à espera que a crise bata mais forte para culpar as escolhas do PS e nunca dizer quais seriam as suas.

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Quem fatura com os escândalos é a extrema-direita. 

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Como ficou provado há um ano, a função corretiva de uma crise política depende da existência de uma alternativa.

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Sem alternativa, a crise social manifesta-se em pequenos ou grandes casos, distantes dos problemas das pessoas. 

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Portugal pode encaminhar-se para a desestruturação do seu sistema partidário, com um enfraquecimento dos dois principais campos políticos.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Se há tema ambiental que traga consigo a desanimadora memória das suas repetições é o das cheias em Lisboa.

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Entretanto, ciclos e contraciclos de soluções técnicas foram sendo propostos, mas sempre interrompidos ou adiados. 

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Mas nada disto servirá se não houver uma inversão na abusiva política imobiliária da cidade.

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A ocupação da zona ribeirinha de Lisboa é um acumular de disparates que todos estamos já a pagar e pagaremos mais no futuro. 

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

O lamaçal político que se vem formando na vida política portuguesa pode provocar uma acelerada erosão da confiança dos portugueses no Governo e perigos para a democracia.

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[Se o PS] não for capaz de estancar a incompetência, a incúria e cegueira que marcam vários planos da governação, o cheiro a traição política começará a ser forte.

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A Direita não tem um programa político alternativo.

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A aparente incapacidade da liderança do PSD é uma decorrência dessa realidade e do jeito que lhes dá o pântano dos "casos" políticos.

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Uma solução política alternativa ao atual Governo, por agora, só pode vir da Direita e nela estará seguramente a extrema-direita, que tem sempre programa preparado: aniquilar o regime democrático.

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O que mais contribuiu para a formação da maioria absoluta, conquistada pelo PS no ano passado, foi o objetivo de barrar o caminho à Direita, em particular à extrema- -direita.

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[A esmagadora maioria dos portugueses] fazia um balanço positivo das políticas do Governo, que eram apresentadas como políticas de Esquerda.

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António Costa teve desprezo pelo espaço e pelos fundamentais objetivos programáticos dos seus parceiros da "geringonça", que claramente não eram empecilho a uma boa governação.

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O neoliberalismo entranhou-se, vai negando espaço à ética, apostando forte na judicialização da política e reclamando a gestão do Estado com regras do privado.

Carvalho da Silva, JN

 

A tomada de posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um momento significativo da vida política internacional, entre outras coisas pela representatividade da sociedade brasileira.

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Uma tomada de posse é uma performance, uma metáfora sintetizadora de processos mais complexos de passagem do poder para novas mãos, para um novo projeto coletivo.

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E isso é particularmente importante porque é indicativo de uma orientação política que assume a diversidade do Brasil e se compromete “com os de baixo”.

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A representatividade étnico-racial nas eleições brasileiras não se limitou ao ritual da tomada de posse, ela é parte integrante da composição dos ministros do novo governo.

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Aos sectores representados pelos corpos que subiram a rampa do Palácio do Planalto ao lado de Lula correspondem estruturas políticas efetivas, designadamente o Ministério dos Povos Indígenas, Ministério da Igualdade Racial e o Ministério das Mulheres.

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Temos de aguardar para ver os resultados, mas há coisas com que desde já poderíamos aprender. Uma tem que ver com o não escamoteamento das questões raciais.

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[É importante referir] a capacidade de um partido que tem a sua origem no movimento sindical conseguir aliar-se às forças vivas dos movimentos negros, das mulheres e LGBTQIA+ sem se perder nas discussões estafadas sobre a preponderância da classe ou sobre as divisões “identitaristas”.

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A legitimidade política exige sair do ciclo de fechamento sob sectores privilegiados da sociedade.

Cristina Roldão, “Público” (sem link)


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