(…)
Assim
como a lei não conta, porque eles são a lei que conta.
(…)
A
forma como filmaram tudo demonstra o sentimento de arrogante impunidade.
(…)
Os
verdadeiros desesperados no pobre Brasil não podem passar meses acampados em
frente a quartéis ou fazer excursões para Brasília.
(…)
Não
são alienados.
(…)
Passam
horas enfiados em grupos de desinformação e acreditam em coisas incríveis,
exacerbadas pelo fanatismo religioso.
(…)
Não
perderam a noção do certo e do errado.
(…)
Apenas
não acham que o certo e o errado se lhes aplique.
(…)
O
plano é decalcado do Capitólio, seguindo o manual de Steve Bannon.
(…)
[Nasceu]
do financiamento de parte da elite económica brasileira, com especial atenção
para o agronegócio.
(…)
O
ataque aos símbolos da democracia, com cumplicidade da polícia ao mais alto
nível e das autoridades locais, deixando claro o projeto antidemocrático destes
movimentos.
(…)
Não
devemos ignorar os sinais dados por quem segue o mesmo manual.
(…)
O
fenómeno do movimento de subversão da democracia, com vista a criar o caos para
impor uma nova ordem, atravessa o Ocidente.
(…)
Ventura
mostrou que não se distancia do bolsonarismo, apenas não quis ficar demasiado
colado às imagens de vandalismo.
(…)
Lula
perdeu três eleições e aceitou sempre os resultados.
(…)
Dilma
foi inconstitucionalmente afastada da presidência e não deu espaço a reações
violentas.
(…)
[O
problema da extrema-direita ] é o seu projeto de subversão
criminosa do Estado de direito e de destruição da democracia, impondo o caos
minando-a por dentro.
(…)
[Muitos]
não se estarão a aperceber de que esta pressão desfoca Lula da sua política
económica e social, única que pode unir a maioria dos brasileiros, como
aconteceu no seu primeiro mandato.
(…)
[Trata-se
de] um projeto político de perfil criminoso.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
A
maioria daqueles que ajudam a fazer crescer a vaga populista que politicamente
desagua na extrema-direita radical jura a pés juntos não ser populista e nada
ter que ver com os partidos que se alimentam desse populismo, como o Chega.
(…)
Nestes dias, o primeiro desses reforçadores do populismo tem
sido o Governo.
(…)
Tenta explicar-se e o cheiro a fraqueza, nuns casos,
cobardia, nos outros, atrai os predadores.
(…)
O rastro que deixa é o pasto para o populismo.
(…)
Existem
fornecedores do alimento populista, cuja vida é facilitada pelo Governo, mas
que mesmo assim ajudam a fermentar a podridão de que se alimenta o populismo.
(…)
É uma
guerra que não faz eleitores para o PSD, mas para o Chega e, com esses
eleitores do Chega, pretendem pôr ordem no PSD.
(…)
[O objetivo é] mesmo pôr um PSD fragilizado no poder.
(…)
O
problema, correctamente diagnosticado pela direita radical, está na margem de
manobra que tem o Governo com a sua maioria absoluta, e com a grande distância
do PS de uma oposição dividida e longe do poder.
(…)
Mesmo
que António Costa diga que não perde um minuto com os “casos e casinhos”, é mais que óbvio que
perde mesmo muitas horas.
(…)
[No orgasmo matinal da Rádio Observador] há apenas uma
constante que nada tem que ver com escrutínio, mas com o uso político da má-fé.
Não é jornalismo, é propaganda política.
(…)
E há
também um grande silêncio sobre os interesses privados, quer na TAP, quer na
crise hospitalar, quer no comportamento dos senhorios, quer no contraste entre
os baixos salários e os lucros, quer em toda a agenda económica e social do
tipo da IL.
(…)
Há um
outro efeito perverso, que é deixar para o populismo a tarefa de erodir o
Governo e manter o PSD capturado, impedindo uma crítica séria e reformista da
governação.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Diante
de uma nação vergada por greves em catadupa (…), chega agora a resposta do Governo
de Sua Majestade.
(…)
Desenganem-se, no entanto, se pensam ser a mesma baseada na
negociação ou ingénua entreajuda.
(…)
Não, e
muito antes pelo contrário, ou não estivesse o Parlamento a legislar a obrigatoriedade de serviços
mínimos (…), sob pena de despedimento por justa causa para quem não
cumpra o determinado.
(…)
A isto, juntamos o direito da entidade patronal de processar
os sindicatos que não cumpram a lei.
(…)
Ou seja, o mundo de pernas para o ar e o patronato com a faca
e o queijo na mão.
(…)
E assim será quando a perda do vínculo laboral é a espada de
Dâmocles por cima das nossas cabeças.
(…)
Em
nome da economia, pois claro, mas a economia de poucos em detrimento de todos
os outros e todos os outros somos nós.
(…)
No eterno jogo da corda e depois de mais de um século de
direitos humanos (…) eis que chega a resposta e a resposta começa pela
escravatura laboral.
(…)
Sem o poder da greve, qual a força dos trabalhadores diante
de um patronato parcial, injusto, impiedoso?
(…)
E não, ninguém quer fazer greve pelo simples prazer de fazer
greve. Mas todos queremos melhores condições de vida.
(…)
O braço
está estendido e a porta escancarada e se não nos apertarem a mão temos sempre
a rua à espera.
João André Costa, “Público” (sem link)
O escrutínio e a exigência de princípios éticos não podem ser barrados na
porta das empresas ou de organizações não públicas.
(…)
[Esta semana, o Primeiro-ministro] colocou
parâmetros errados para avaliar as práticas da Administração da TAP.
(…)
A riqueza privada - na forma como é
adquirida e na utilização que dela é feita - não é uma questão que diga
respeito apenas a quem a detém. É assunto que convoca, sempre, exame em toda a
sociedade.
(…)
Sempre que é necessário aciona mecanismos
de proteção de quem está fragilizado e castiga quem abusa do poder. Só a
riqueza material é um exclusivo total de quem a detém?
(…)
Quando a qualidade do emprego é baixa e
obriga os jovens a emigrar, não é todo o país a perder?
(…)
Têm os gestores de "elevado
mérito" o direito de se autorremunerarem, principescamente?
(…)
Os portugueses têm de travar todos os
abusos: na esfera pública, como na privada.
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