domingo, 16 de agosto de 2015

IDEIAS FORTES DA ENTREVISTA DA JOÃO SEMEDO AO JORNAL i


O Jornal i publicou ontem uma entrevista com João Semedo, que foi feita por escrito, por razões de saúde – o “carismático ex-coordenador do Bloco de Esquerda” que entretanto se reformou devido a doença, neste momento, não fala. Registamos a seguir aquelas que consideramos as ideias fortes da dita entrevista.

- Quero registar com agrado a forma como a comunicação social não transformou em notícia a minha doença.

- Deixei a Assembleia, pedi a reforma por doença, incapacidade, ao fim de 42 anos e 3 meses de descontos.

- Mas daqui a uns meses, julgo que já poderei fazer-me ouvir. E, claro, confio que esta última cirurgia tenha finalmente arrumado com o tumor.

- Colaborei na redacção e coordenação do programa eleitoral do Bloco, tenho participado nalgumas reuniões sobre assuntos eleitorais variados

- Lá estarei nos comícios, nas arruadas, de bandeira na mão.

- Os portugueses estão hoje muito mais descrentes e pessimistas, atestando o completo fracasso da presidência de Cavaco.

- É natural que sinta [falta da actividade parlamentar], eu gosto de intervir, de discutir, de controvérsia.

- Tudo tem um fim e espero que, no futuro, o que fizer politicamente me ajude a não ter saudades do Parlamento.

- Tenho consciência que as posições do governo grego diminuem a possibilidade de uma solução mais favorável, fragilizam a barreira que é necessário levantar e opor à pressão da ortodoxia financeira que comanda a zona euro e atrasam a afirmação de uma alternativa à austeridade e aos resgates.

- Quem votou Syriza viu pela primeira vez um governo a defender os interesses das vítimas da austeridade, a bater-se pela dignidade de um povo e pelo direito a escolher o seu próprio caminho

- Não se pode negociar com os credores sem uma alternativa na mão e sem uma forte convicção e disposição para a executar.

- A esquerda não pode contar nem confiar na “ajuda” dos socialistas, trabalhistas ou sociais-democratas.

- Se os credores recusarem [a reestruturação da dívida], um governo responsável tem de preparar o país para uma alternativa fora do euro.

- Cada vez mais gente reconhece que, a continuar assim, a União Europeia não tem futuro.

- Estamos melhor hoje com o Syriza no governo do que antes.

- É fácil de perceber que os gregos estariam muito pior se não fossem governados pelo Syriza.

- Há duas grandes mudanças que podemos alcançar nas próximas eleições: correr com Passos Coelho e Portas e alargar o espaço eleitoral e a representação parlamentar à esquerda do PS.

- Parece-me mais provável que haja um candidato próprio do Bloco, militante ou independente.

- Eu gostaria que Carvalho da Silva tivesse avançado mas não foi essa a sua decisão.

- [O PS tem] um programa que anuncia uma atitude frouxa e envergonhada com quem precisamos de ser mais consequentes e determinados.

- O Livre está refém do objetivo que definiu: entender-se com o PS para que o PS possa governar.

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