O Jornal i publicou ontem uma entrevista
com João Semedo, que foi feita por escrito, por razões de saúde – o “carismático
ex-coordenador do Bloco de Esquerda” que entretanto se reformou devido a
doença, neste momento, não fala. Registamos a seguir aquelas que consideramos
as ideias fortes da dita entrevista.
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Quero registar com agrado a forma como a comunicação social não transformou em
notícia a minha doença.
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Deixei a Assembleia, pedi a reforma por doença, incapacidade, ao fim de 42 anos
e 3 meses de descontos.
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Mas daqui a uns meses, julgo que já poderei fazer-me ouvir. E, claro, confio
que esta última cirurgia tenha finalmente arrumado com o tumor.
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Colaborei na redacção e coordenação do programa eleitoral do Bloco, tenho
participado nalgumas reuniões sobre assuntos eleitorais variados
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Lá estarei nos comícios, nas arruadas, de bandeira na mão.
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Os portugueses estão hoje muito mais descrentes e pessimistas, atestando o
completo fracasso da presidência de Cavaco.
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É natural que sinta [falta da actividade parlamentar], eu gosto de intervir, de
discutir, de controvérsia.
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Tudo tem um fim e espero que, no futuro, o que fizer politicamente me ajude a
não ter saudades do Parlamento.
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Tenho consciência que as posições do governo grego diminuem a possibilidade de
uma solução mais favorável, fragilizam a barreira que é necessário levantar e
opor à pressão da ortodoxia financeira que comanda a zona euro e atrasam a
afirmação de uma alternativa à austeridade e aos resgates.
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Quem votou Syriza viu pela primeira vez um governo a defender os interesses das
vítimas da austeridade, a bater-se pela dignidade de um povo e pelo direito a
escolher o seu próprio caminho
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Não se pode negociar com os credores sem uma alternativa na mão e sem uma forte
convicção e disposição para a executar.
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A esquerda não pode contar nem confiar na “ajuda” dos socialistas, trabalhistas
ou sociais-democratas.
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Se os credores recusarem [a reestruturação da dívida], um governo responsável
tem de preparar o país para uma alternativa fora do euro.
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Cada vez mais gente reconhece que, a continuar assim, a União Europeia não tem
futuro.
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Estamos melhor hoje com o Syriza no governo do que antes.
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É fácil de perceber que os gregos estariam muito pior se não fossem governados
pelo Syriza.
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Há duas grandes mudanças que podemos alcançar nas próximas eleições: correr com
Passos Coelho e Portas e alargar o espaço eleitoral e a representação
parlamentar à esquerda do PS.
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Parece-me mais provável que haja um candidato próprio do Bloco, militante ou
independente.
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Eu gostaria que Carvalho da Silva tivesse avançado mas não foi essa a sua
decisão.
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[O PS tem] um programa que anuncia uma atitude frouxa e envergonhada com quem
precisamos de ser mais consequentes e determinados.
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O Livre está refém do objetivo que definiu: entender-se com o PS para que o PS
possa governar.
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