segunda-feira, 18 de setembro de 2017

ENQUANTO A POPULAÇÃO VIVE À MÍNGUA DE ÁGUA, FÁBRICA DE COCA-COLA ABSORVE MILHÕES DE LITROS DO PRECIOSO LÍQUIDO



Notícias como a que se segue não são uma novidade para quem segue de perto a acção das empresas multinacionais por esse mundo fora. Nem sequer constitui uma originalidade que uma multinacional (americana ou de qualquer outro país) se aproprie, a preço simbólico, de um recurso tão vital para as populações de qualquer país, como é a água, para daí obter lucros fabulosos que engordarão os seus accionistas à custa dos sacrifícios e vidas de milhões de pessoas.
O exemplo que se segue envolve a Coca-Cola, uma das multinacionais mais predadoras a nível mundial. Enquanto um terço das famílias de Chiapas (México) não tem água corrente em suas casas, a Coca-Cola “absorve milhões de litros de água diariamente” pagando licenças anuais insignificantes. Mas a cereja em cima do bolo é que, poucos anos após a instalação da Coca-Cola em Chiapas, um ex-funcionário seu, Vicent Fox tornou-se presidente do México. Quem quiser que acredite nesta coincidência…
Fábrica da Coca-Cola absorve milhões de litros de água diariamente a troco de licenças de exploração de 150 dólares.
Uma em cada três famílias na Chiapas não tem água corrente. Embora o governo mexicano seja obrigado a fornecer acesso a água potável para toda a população, os dados oficiais mostram que cada casa compra mais de 1.500 litros de água engarrafada por ano.
De acordo com o relatório do "Right to Drinking Water and Sanitation" publicado em maio deste ano, a Coca-Cola paga menos de 150 euros por ano para cada uma das 40 licenças que ela tem em vigor no México, muitas delas obtidas por períodos de 50 anos. A empresa obteve US $ 562 milhões em lucros e US $ 8 bilhões em receita em 2015.
A entrada de Coca-Cola no México para explorar as suas águas ocorreu em 1992, durante o governo de Carlos Salinas de Gortari, por meio de uma Lei de Mineração que favorecia a exploração, extracção e benefício de minerais. A fábrica de Chiapas foi instalada dois anos depois. Em 2000, um ex-funcionário da Femsa-Coca-Cola, Vicente Fox, tornou-se presidente do México.
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