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como a que se segue não são uma novidade para quem segue de perto a acção das
empresas multinacionais por esse mundo fora. Nem sequer constitui uma
originalidade que uma multinacional (americana ou de qualquer outro país) se
aproprie, a preço simbólico, de um recurso tão vital para as populações de qualquer
país, como é a água, para daí obter lucros fabulosos que engordarão os seus
accionistas à custa dos sacrifícios e vidas de milhões de pessoas.
O
exemplo que se segue envolve a Coca-Cola, uma das multinacionais mais
predadoras a nível mundial. Enquanto um terço das famílias de Chiapas (México)
não tem água corrente em suas casas, a Coca-Cola “absorve milhões de litros de
água diariamente” pagando licenças anuais insignificantes. Mas a cereja em cima
do bolo é que, poucos anos após a instalação da Coca-Cola em Chiapas, um ex-funcionário
seu, Vicent Fox tornou-se presidente do México. Quem quiser que acredite nesta
coincidência…
Fábrica da Coca-Cola absorve milhões de litros de água
diariamente a troco de licenças de exploração de 150 dólares.
Uma em cada três famílias na Chiapas não tem água
corrente. Embora o governo mexicano seja obrigado a fornecer acesso a água
potável para toda a população, os dados oficiais mostram que cada casa compra
mais de 1.500 litros de água engarrafada por ano.
De acordo com o relatório do "Right to Drinking
Water and Sanitation" publicado em maio deste ano, a Coca-Cola paga menos
de 150 euros por ano para cada uma das 40 licenças que ela tem em vigor no
México, muitas delas obtidas por períodos de 50 anos. A empresa obteve US $ 562
milhões em lucros e US $ 8 bilhões em receita em 2015.
A entrada de Coca-Cola no México para explorar as suas
águas ocorreu em 1992, durante o governo de Carlos Salinas de Gortari, por meio
de uma Lei de Mineração que favorecia a exploração, extracção e benefício de
minerais. A fábrica de Chiapas foi instalada dois anos depois. Em 2000, um
ex-funcionário da Femsa-Coca-Cola, Vicente Fox, tornou-se presidente do México.
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