O semanário Expresso publicou ontem uma
longa entrevista com a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, da qual
retirámos seguintes afirmações por as considerarmos mais relevantes para apresentarmos
àqueles que não tiveram oportunidade de ler o jornal:
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O acordo que existe [com o PS para viabilizar o actual Governo] teve a ver com
uma conjuntura e uma relação de forças muito específicas, portanto não é
repetível.
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As pessoas conhecem as maiorias absolutas do PS.
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As situações particulares que vamos vivendo determinarão a forma como
assumiremos as responsabilidades.
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A força que a esquerda tem é determinante para qualquer solução.
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Para o Bloco, a preocupação é a relação de forças que nos permite fazer avanços
no que achamos que é essencial.
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Houve pequenos passos na reforma florestal, foi importante termos travado a
liberalização do eucalipto que fez Assunção Cristas, mas é preciso muito mais.
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Há locais em que o BE nunca se apresentou antes e agora apresenta candidatura
[autárquica].
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O BE tem vereadores em alguns locais onde pode aumentar a sua presença.
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Para nós, é essencial termos mais presença nas autarquias, até por uma questão
de transparência básica.
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Eleger autarcas do BE em freguesias, assembleias e câmaras vai trazer exigência
muito grande ao poder local.
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O PS, não é de agora, interiorizou o discurso de austeridade europeu.
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Nós estaríamos abertos a algum alisamento dos escalões [do IRS] mais acima…
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É importante que os rendimentos do trabalho não sejam mais tributados do que já
são.
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Não seria aceitável dizer ‘estamos a criar mais progressividade fiscal e a
desfazer o enorme aumento de impostos de Vitor Gaspar, mas depois as pessoas
não verem nada.
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Precisamos de garantir médicos de família para todas as famílias e ter um
programa forte para os enfermeiros.
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[Na educação] algumas medidas não custam dinheiro e têm que ver com a própria estabilidade
dos serviços públicos e com a organização.
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Em área fulcrais como a Saúde e a Educação, a percentagem do PIB que investimos
foi diminuindo ao longo dos anos.
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O descongelamento das carreiras é para uma legislatura [e não para duas].
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Não podemos abandonar as pessoas que a crise deixou cair [no desemprego de
longa duração].
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A partir de agora todas as grandes empresas podem fazer despedimentos coletivos
encapotados com a transmissão de estabelecimento. Achamos que ainda estamos a
tempo de travar a Altice.
- Compreendo que há determinados
modelos de negócio para fazer infraestruturas que para o PS, seja mais
confortável discutir com o PSD. Todos nos lembramos das PPP.
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