(…)
A superioridade dos hegemons (…) já não é o medo da
potência dominante que faz mover os seus adversários, é antes a perceção da sua
fragilidade que impulsiona a sua própria iniciativa.
(…)
Assim foi e a justificação para as guerras posteriores foi
sempre a de Péricles, o que representa a luz do mundo deve impor-se sobre as
sombras.
(…)
Claro que ouvir Putin a anunciar que tem por missão combater
a decadência homossexual do Ocidente (…) tem a sua particularidade obscena.
(…)
Sabemos como começa a Cruzada que pretendem e tantos
políticos desejam, mas não sabemos como acaba.
(…)
Os europeus, que se juntaram ao coro, bem se podiam lembrar,
se vamos por analogias, de que a quarta cruzada se dedicou a pilhar a sua
aliada Constantinopla.
(…)
O objetivo da guerra é justificar a guerra, o que significa
desumanizar o inimigo, bestializá-lo e retirá-lo do âmbito da conversação
possível, ou da diplomacia.
(…)
Os discursos dos chefes desta guerra [na Ucrânia] prosseguem esse
objetivo [de ter um inimigo absolutamente inumano] e a prática confirma-o.
Francisco Louçã, “Expresso” online
(sem link)
O
recente caso das crianças colombianas que conseguiram sobreviver durante quase
mês e meio na floresta amazónica é um testemunho de que sem água não há vida e
sem biodiversidade não sobreviveremos no globo terrestre.
(…)
A floresta amazónica é uma floresta trópico-equatorial (…) é
de extrema relevância para a vida na Terra.
(…)
Estas florestas (pluvisilva)
das regiões equatoriais são ecossistemas de elevadíssima biodiversidade.
(…)
É do
conhecimento geral, que só há vida na Terra porque há água neste planeta e que
o corpo dos seres vivos é maioritariamente constituído por água.
(…)
Todos sabem que a espécie humana é capaz de sobreviver dois a
três meses sem comer.
(…)
Mas não há ninguém que faça greve de sede, pois não aguentava
mais do que dois ou três dias vivo.
(…)
É por
isso que, em todo o Globo Terrestre, é fundamental preservar as florestas e as
zonas húmidas, não só por conterem uma grande diversidade e quantidade de seres
vivos, como também por serem reservas de água.
(…)
O
derrube florestal tem sido tão intenso que da floresta que cobria grande parte
do Globo Terrestre quando surgiram os hominídeos, nem 25% dessa floresta existe
atualmente.
(…)
Atualmente, efeitos drásticos nas áreas húmidas estão também
a ser produzidos por outras “pragas” da civilização.
(…)
As zonas húmidas, além de serem ecossistemas de elevada
biodiversidade, são essenciais para a vida e para a agricultura.
(…)
Por
outro lado, com a revolução industrial iniciou-se a poluição do globo,
agravada, durante a segunda metade deste século, com a revolução verde da
agricultura.
(…)
A água, desde que esteja poluída, pode matar-nos ou
provocar-nos doenças que, posteriormente, muitas vezes levam à morte.
(…)
A maioria das pessoas, não só não tem a educação ambiental
necessária para entender o que se está a passar.
(…)
Há uma enorme falta de civismo, fundamentalmente por culpa
dos políticos mundiais, que se preocupam essencialmente com o desenvolvimento
económico.
(…)
Se
conseguirmos, desta maneira, alertar e educar bem e claramente as pessoas,
talvez as próximas gerações se tornem mais conscientes e sejam geridas por
políticos não associados ao poder económico.
Jorge Paiva, “Público” (sem link)
Desde
10 de Junho que o tema de todos os dias é o alegado racismo do cartaz que
irritou António Costa.
(…)
A inapropriada invocação de racismo não é nova em António
Costa.
(…)
O
resto foi uma manobra mediática, previamente pensada para prejudicar a imagem
pública dos professores e o generalizado apoio às suas reivindicações.
(…)
Entendamo-nos:
tanto o cartaz de António Costa, como outro, análogo, de João Costa, foram
usados em várias manifestações, há vários meses. Porquê, então, esta reacção,
só agora?
(…)
Porque
António Costa optou por uma estratégia de vitimização para desviar a discussão
política daquilo que é essencial e realmente interessa.
(…)
[Contudo, o que interessa a todos] é discutir a forma de
interromper uma política educativa distópica, pela qual ele é o principal
responsável.
(…)
[Costa] irritou-se, visivelmente, quando dialogou com eles
[os professores].
(…)
Mas os professores também não gostam do que António Costa
lhes vem fazendo.
(…)
Como
se fosse natural congelar uma carreira, suspendendo parcial e unilateralmente,
a favor do Estado, um contrato assinado com os professores, titulado por
decreto-lei não derrogado.
(…)
Os
professores estão cansados dos atropelos à sua dignidade, das mentiras e da
desonestidade intelectual do ministro da Educação, que António Costa apoia.
Santana Castilho, “Público” (sem link)
Agora,
é o Estado português a receber dias 20 e 21 de junho, através da Presidência da
República e da Assembleia da República, o Presidente do Senegal com todas as
honras e solenidades institucionais.
(…)
Não
haveria qualquer problema se não fosse o caso de Macky Sall ser um ditador que
governa através da repressão e do nepotismo.
(…)
Neste momento, existem mais de mil presos políticos no Senegal.
(…)
Macky
Sall foi eleito [em 2011] e quer agora exercer um terceiro mandato que a
constituição não permite.
(…)
MS
urdiu um complot através de processos judiciais para afastar o seu principal
challenger da corrida eleitoral ao mesmo tempo que instalou o caos para reforçar
e legitimar a repressão.
(…)
Dezenas de militantes partidários e ativistas estão em prisão
domiciliária por delito de opinião, com pulseira eletrónica.
(…)
Os
célebres jornalistas Pape Alé Niang e Thioro Makhou Mandela, em liberdade
provisória, continuam sob controlo judicial após terem sido torturados em
prisão preventiva.
(…)
[Apesar
de fazer parte dos 25 países mais pobres do mundo], o Senegal tem uma elite que
gravita à volta do seu Presidente ostentando sinais obscenos da riqueza obtida
em esquemas de corrupção.
(…)
Nunca
antes o Estado foi tão capturado nas suas funções vitais como está hoje pelo
clã presidencial que saqueia os recursos e reprime qualquer veleidade
democrática.
(…)
MS [Macky Sall] tornou-se o pior Presidente da história do
Senegal [apesar da espectativa que a sua eleição suscitou].
(…)
O
regime do Presidente MS é um regime mafioso à moda da "família
Corleone", em que o próprio, sua mulher, seus filhos, irmão e cunhado são
o núcleo duro do clã.
(…)
O
Senegal vai iniciar a exploração do petróleo, do gás natural, do lítio
tornando-se assim uma cobiça de tantos interesses económicos e geopolíticos.
(…)
Macky
Sall quer aproveitar disso para arranjar aliados a nível internacional para
limpar a imagem de ditador e manter-se ao poder para garantir o controlo dos
recursos naturais ao seu clã.
(…)
Portugal deve escolher intransigentemente a democracia e os
direitos humanos em detrimento dos negócios.
(…)
Nenhuma diplomacia económica autoriza a legitimação da
ditadura.
(…)
O Estado Português não pode branquear um ditador como Macky
Sall.
Mamadou Ba, “Público” (sem link)
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