sexta-feira, 2 de junho de 2023

CITAÇÕES

 
Uma das expressões da efemeridade das opiniões e da contaminação que as redes sociais impõem à política é a impunidade das bruscas viragens das mesmas pessoas na interpretação de sequências de acontecimentos.

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Isto não é um detalhe menor.

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[Há jogos] de interesses com cartas marcadas totalmente concentradas no imediatismo.

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É o que leva, em casos abundantes, à ocultação das necessárias declarações de interesses e a um jogo de sombras em que o efeito de curto prazo é preferido ao respeito pela coerência.

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[Poucos dos aplaudidores da manobra que levou Costa a manter Galamba] se lembrariam agora de reivindicar o brilho dessa escolha, transformada numa pantanosidade embaraçosa.

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[Se Pedro Sánchez, em Espanha conseguir manter o seu Governo] será um tático brilhante.

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Se perder o governo, adivinho que os mesmos dos seus apoiantes virão a dizer que teria sido necessário corrigir a tempo o esboroar de políticas sociais nos últimos anos.

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Entretanto, uma das alegações mais extravagantes que li foi que Costa poderia, se os resultados sorrirem a Sánchez, tentar imitar o seu xeque-mate.

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Pago para ver o dia em que um primeiro-ministro com maioria absoluta se demite alegando não ter condições para governar.

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Se a eleição antecipada salvará o governo de Sánchez, é hoje impossível de prever.

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A esquerda perdeu globalmente e parece ter-se esgotado o impulso político que se iniciou com as manifestações de 15 de maio de 2011 e que criou uma força hegemónica nesse espaço.

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O Ciudadanos, o partido liberal que um dia foi aqui apresentado por Cavaco Silva como a esperança espanhola, desistiu.

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O PSOE tentará ganhar na derrota das esquerdas com que se tinha aliado.

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Feijóo, o líder do PP, não hesitará em incluir a extrema-direita no governo, com o preço de arrastar um autoritarismo que recusa uma política de transição energética e uma obsessão fatal contra as lei que protegem as mulheres, entre outras bizarrias.

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No entanto, a questão que [este governo de Sánchez] nos deixa, ganhando ou perdendo, é sempre a mesma: pode-se governar sem políticas sociais estruturantes no emprego e na vida?

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Os governantes não parecem ter qualquer objetivo senão sobreviver. E isso é nada.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Este executivo camarário tem uma concepção de cidade que vive bem com guetos de pobres e guetos de ricos.

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Aliás, há uma coisa da qual este executivo [camarário] não pode ser acusado: de ser incoerente.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

O estigma só existe na relação com o outro e esta é a origem das discriminações: o ser-se percepcionado como desigual.

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Entre tantas outras, as que se referem a pessoas LGBTQI+, a que chamamos de homofobia, bifobia e transfobia.

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A homofobia, bifobia e transfobia continuam a ser uma crise de saúde pública global, que necessita de ser reconhecida pelas entidades competentes.

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Só desta forma se podem agilizar cuidados de saúde apropriados e adequados, apoio face ao emprego, habitação, educação e segurança.

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A defesa por um sistema público de saúde deve colocar na agenda o tema, investindo na literacia em saúde, valorizando e incentivando a participação das pessoas LGBTQI+ na definição das suas próprias políticas e serviços de saúde.

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Torna-se necessário relembrarmos que a violência, a exclusão, a falta de protecção social e o acesso insuficiente a cuidados de saúde física e mental de qualidade continuam a causar danos a esta comunidade.

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Em tempos de crise, a identificação de boas práticas, holísticas e sinérgicas, para os riscos em saúde das populações mais vulneráveis, contribui para a protecção e promoção da sua saúde.

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Segundo o mais recente Rainbow Map, o país encontra-se estagnado e sem desenvolvimento nas políticas de protecção das pessoas LGBTQI+, descendo duas posições desde a última edição.

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Portugal não tem Plano de Acção do Governo para o Combate à Discriminação em razão da Orientação Sexual, Identidade e Expressão de Género, e Características Sexuais desde 2021

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É preciso avançar, dar visibilidade e acrescentar, em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.

Joana Pires e Ângela Leite, “Público” (sem link)

 

O Monde trazia um vídeo esta quinta-feira explicando em três minutos porque os pássaros estão a desaparecer a um ritmo vertiginoso e levantava a questão que ressoa nos nossos ouvidos pelo silêncio: há quanto tempo não ouvimos um pássaro cantar?

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[Há] um declínio geral na população de aves comuns na Europa de 25,4% entre 1980 e 2016, sendo as mais afectadas as aves de áreas agrícolas, onde 56,8% da população desapareceu em menos de quatro décadas.

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A presença do homem mata os pássaros, com a agricultura intensiva e os pesticidas e fertilizantes, a desflorestação, a urbanização e as alterações climáticas.

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As mesmas alterações climáticas que estão a fazer os peixes fugir para os pólos ou para águas mais profundas.

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A temperatura nos mares afecta o metabolismo, o crescimento e a reprodução e uma subida, por mais ligeira que seja, pode tornar a vida difícil para os peixes.

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Em resultado disso, as mudanças na vida marinha por causa do aquecimento global são sete vezes mais rápidas do que na vida terrestre.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Os tristes episódios de "faroeste" no Ministério das Infraestruturas são o caso político mais irrelevante, desinteressante e inconsequente dos últimos tempos, esponja que tudo absorve e tudo seca sobre o que verdadeiramente importa.

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Perante tantas versões, umas contraditórias, outras omissas, há alguém que silencia a verdade.

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Que relevância terá este folhetim e que conveniência impede o Governo de falar a uma só voz, não contando toda a verdade sobre tudo o que se passou?

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A Oposição demonstra sérias dificuldades em fazer o seu papel quando é o Governo que insiste, por sistema, em atirar aos próprios pés.

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Por vezes, parece que uma parte da táctica deste Governo é fazer figura de corpo presente e que esse prémio de assim existir é bastante, mais do que suficiente para manter a Oposição aos papéis, sem discutir aquilo que verdadeiramente interessa ao país.

Miguel Guedes, JN


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