sexta-feira, 10 de novembro de 2023

CITAÇÕES

 
A demissão de António Costa termina um ciclo político.

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E agora ninguém sabe o que se vai passar.

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A questão é como se vai redefinir o mapa político, na certeza de que Montenegro chefiará o PSD, radicalizará o seu discurso no caminho da extrema-direita, desmentindo e preparando um acordo com a IL e o Chega.

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O PS chegará às eleições na situação em que a sua anterior vitória absoluta se tornou o seu cadastro.

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Não há notícia mais chocante do que uma investigação sobre corrupção de membros do Governo que nos de­viam dela proteger, exceto a de uma condenação.

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A multiplicação de fugas ao segredo de justiça, com a divulgação de peças metodicamente manipuladas para provar o ponto de vista do divulgador do segredo, tornou-se tão banal que já não imaginamos como poderia a justiça cumprir o seu papel sem ser viciada por estes ataques. 

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[Esta maioria absoluta do PS] foi tóxica para a vida política e social nacional desde o seu primeiro dia.

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Recusar aos profissionais da saúde a recuperação do seu poder de compra era absurdo e não podia deixar de se chocar com o facto de o Governo festejar um sucesso orçamental que o fazia nadar em dinheiro.

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Pior do que tóxico foi impor o aumento do número legal dessas horas extraordinárias e chamar-lhe “reforma da organização”.

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Tóxico foi a ministra da Segurança Social ter apresentado um documento falso para anunciar aos reformados que, se a lei não fosse modificada para que as pensões deixassem de ser ajustadas pela inflação, reduzindo o seu valor real, o sistema perderia 13 anos de sustentabilidade.

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 Tóxico foi o teimoso esforço para evitar que uma grande empresa pagasse o imposto devido pelo maior negócio da década em Portugal, a venda da concessão de barragens.

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E tóxica foi a política para o aumento do preço da habitação, com os vistos gold, os nómadas digitais e os favores aos fundos financeiros. 

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Veja-se o exemplo do uso dos serviços secretos, pelo motivo porventura esquecido que era a revelação de uma reunião no ministério de Galamba, elevando-se depois a comédia até ao encerramento do debate do Orçamento.

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A política foi reduzida a uma farsa.

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O medo [que] funcionou uma vez [em eleições], terá uma derrota autoconfirmada se lhe surgir a tentação de repetir o truque.

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Em contrapartida, as esquerdas podem lembrar que a ‘geringonça’ foi o remédio que protegeu o país da bolha autoritária que é uma maioria absoluta. 

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A minha conclusão é que só vencerá a direita uma esquerda que seja mais exigente do que nunca.

Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)

 

Ao mesmo tempo que Israel vai perdendo a simpatia da comunidade internacional, à medida que os bombardeamentos inclementes da Faixa de Gaza apagam da memória o ataque do Hamas de 7 de Outubro, o país continua traumatizado.

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Israel respondeu com força, fazendo cair dos céus o equivalente a duas bombas de Hiroxima (o ministro do Património, Amichai Eliyahu, até admitiu a hipótese de fazer explodir uma bomba nuclear em Gaza) e prometendo biblicamente erradicar o Hamas da face da Terra.

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Mas quanto maiores as ameaças, mais se pressente a fragilidade de quem dispara para matar um alvo subterrâneo com tanto dano colateral nos ombros.

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O Conselho Nacional de Segurança do Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu um alerta a pedir aos israelitas que estejam a pensar viajar para o estrangeiro para reconsiderarem os seus planos.

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Os israelitas e os judeus em geral voltam a despertar velhos ódios extremistas e dão por si tão inseguros como há muito não se viam.

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Em Setembro, mais de 180 antigos membros da Mossad e do Shin Bet, das Forças de Defesa de Israel e da polícia vieram a público avisar que a política do Governo de Netanyahu era o maior perigo para a segurança de Israel.

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Palavras que podiam soar a exagero na altura transformaram-se em premonição depois de 7 de Outubro.

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[A antiga embaixadora de Israel em Portugal, Collete Avital indignou-se levando-a a criticar] a decisão do representante diplomático de Israel nas Nações Unidas de usar uma estrela amarela no casaco numa reunião do Conselho de Segurança.

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Aquele não era só símbolo da denegação de direitos cívicos, mas um salvo-conduto para a humilhação.

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Três altos membros do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a coberto do anonimato, tinham feito chegar ao Haaretz a sua indignação, não só pelo mau gosto da manobra do embaixador, mas também por ser contraproducente.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

A facilidade com que uma linha de um parágrafo assassino de um comunicado da Procuradoria-Geral da República permite levar à demissão de um primeiro-ministro diz muito sobre o que um pouco de nada pode fazer pela intromissão do poder judicial no destino democrático do país.

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Se estivéssemos perante uma maioria relativa, Marcelo poderia exigir um conforto de bloco central ou de uma geringonça para acabar a legislatura. 

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Os 50 anos do 25 de Abril serão assim comemorados num ambiente político de incerta estabilidade pós-eleitoral e com um Orçamento do Estado provavelmente executado pelas mãos de um padrasto.

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Marcelo Rebelo de Sousa optou por manter o Orçamento e punir António Costa com o “voodoo” permanente da Oposição, ao mesmo tempo que assiste ao início do debate interno no PS sobre a sucessão. A vingança serviu-se fria.

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Sente-se um ajuste de contas entre o poder político e o poder judicial na linha do horizonte. 

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A suspensão da democracia está a sobrevoar o Estado de direito.

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A relação entre os poderes atinge o seu momento mais crítico. A suspeição é a pior inimiga da democracia.

Miguel Guedes, JN

 

É necessário apurar efetivamente os factos relativamente às controvérsias da exploração de lítio e da produção de hidrogénio e garantir que quaisquer irregularidades sejam punidas e revertidas.

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Considero bastante positivo o facto de se estar a agir judicialmente antes da execução dos projetos em questão. 

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Parece-me prudente salvaguardar o interesse nacional ao não permitir que se perca o foco nas controvérsias da exploração de lítio e de produção de hidrogénio.

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Como será possível avançar com os projetos de exploração de lítio a céu aberto quando todos os municípios da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Tâmega e Barroso se opõem, quando existem suspeitas de corrupção tanto nas Avaliações de Impacte Ambiental emitidas pela APA como na escolha das empresas para concessão?

Angélica Azevedo, “Público” (sem link)


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