quarta-feira, 4 de junho de 2025

CITAÇÕES À QUARTA (157)

 
O acesso ao aborto é um direito periclitante. 

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[A mais visível das problemáticas é] a falta de compreensão sobre o que significa ser a favor da escolha.

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As pessoas contra o aborto dizem-se pró-vida quando na verdade são anti-escolha.

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Quem é a favor da legalização do aborto é a favor da opção, da escolha e, escolhendo fazer uma IVG, que esse procedimento seja feito de forma segura.

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Há muitas mulheres que o fazem por questões económicas e de saúde.

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Importa referir que numa coisa ele [um indivíduo conhecido como Numeiro] acertou: aborto não é contraceptivo, porque já aconteceu a concepção. 

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Quem defende que a vida existe desde a concepção, comparando um embrião a um bebé, digo o que está a ser dito pela internet fora: para um embrião ser conservado, precisa de ser congelado, quando o mesmo cuidado não pode ser dado a um bebé.

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Assim sendo, um embrião não é equiparável a um bebé.

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Quanto ao aborto voluntário, trata-se de um ato obstétrico de Planeamento Familiar.

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Para além de todos os métodos contracetivos terem falhas, ainda temos a questão da violação.

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Ora, para quem defende que se deveria proibir o aborto e apenas abrir exceções para casos particulares como as violações, lembre-se de como são, muitas vezes, difíceis de provar.

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Além disso, fazer uma IVG não tem apenas a ver com não querer ser mãe — o que já seria razão suficiente —, mas também com o facto de não querer, ou não poder, estar grávida.

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Para além das razões económicas, que levam muitas mulheres já mães de outros filhos a escolher uma IVG, há razões de saúde que impossibilitam prosseguir com uma gravidez.

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Há mulheres que engravidam e descobrem depois que têm cancro, cujo tratamento não lhes permite continuar com a gravidez.

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O que começou por limitar o acesso à IVG [nos EUA] com abertura de exceções, abriu o caminho a uma desumanização extrema nos cuidados de saúde das mulheres.

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As mulheres não são meras incubadoras, são pessoas e merecem dignidade.

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O óvulo não se fecundou sozinho, mas quem carrega o peso emocional e físico da gravidez é a mulher. 

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Contam-se mais de vinte grandes incómodos físicos e emocionais que vêm no pacote da gravidez que nos é vendido como um estado de graça.

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Importa referir que quem é culpada se aborta é a mulher. 

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Quem é “pró-vida”, na verdade, não só é anti-escolha como é só meramente pró-nascimento e não pró-vida.

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Se só zelam pelo nascimento, não querendo saber do bem-estar da grávida ou do crescimento da criança, o seu raciocínio tem por base uma culpabilidade da mulher.

Clara Não, “Expresso” online

 

O Governo escolhe condicionar o apoio à meta de redução de pelo menos 90% das emissões líquidas e a própria ambição climática europeia a um rol de excepções e subterfúgios.

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Este é um recuo alarmante num momento que exige, mais do que nunca, compromisso e responsabilidade.

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A exclusão das emissões dos incêndios florestais, por exemplo, ignora que a vulnerabilidade do território ao fogo está intrinsecamente ligada a escolhas de ordenamento do solo, de prevenção e de restauro ecológico.

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Particularmente preocupante é a defesa de um “tratamento especial” para a agricultura, que, em vez de impulsionar a transição do sector, perpetua um modelo intensivo e emissor líquido.

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A ciência é clara: atrasar os cortes de emissões apenas agrava os custos sociais, económicos e ambientais.

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Portugal tem condições únicas para ser um exemplo europeu [como, entre outras possuir] uma sociedade atenta à urgência climática.

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O Governo deve comprometer-se claramente com a integridade das metas europeias e a necessidade de acção imediata – sem atalhos nem excepções que desresponsabilizem o país.

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Portugal ainda vai a tempo de, pelo menos, remendar esta postura, com a grande responsabilidade democrática que a ciência e a história exigem.

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A credibilidade de Portugal e a justiça climática global correm o risco de ser ainda mais comprometidas.

Bianca Mattos, “Público” (sem link)

 

A vaga neoliberal instalou-se dentro dos regimes democráticos e sangra-os.

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Os partidos que governam têm nas questões decisivas para o seu desenvolvimento económico uma pauta única.

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A discussão sobre os grandes problemas do país, da UE e do mundo está a cargo de comentadores com 90% de opiniões idênticas ou muito parecidas.

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Os partidos governantes não serão iguais, mas alinham na busca dos mesmos fins.

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O mundo das brutais desigualdades instalou-se. 

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As outrora chamadas linhas vermelhas de tanto se desbotarem passaram a incolores em quase todos os associados de Bruxelas para evitar a invocada ingovernabilidade.

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Os donos disto tudo não veem problema no Chega ser a alternativa, tal como em Itália com Meloni, toda repimpada entre Bruxelas e Washington.

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Os votos no Chega não são só protesto e raiva, talvez sejam uma espécie de linha S.O.S.

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Quando tudo em redor está mal, pode ser atrativo experimentar o pior.

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Em termos de psicologia de massas, o sentimento pode ser irracional, mas a ideia punir o statu quo “precisa” do voto em Ventura.

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O PS português faz de conta que não vê o desaparecimento de outros "pê-ésses" noutros países, exatamente por não fazerem diferente.

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O PCP dirige-se a uma parte da sociedade que, no essencial, já não o ouve ou já não existe.

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Fica contente com ir perdendo votos e deputados a conta-gotas. 

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O BE acantonou-se no seu identitarismo e fechou-se.

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É necessário um exercício de grande humildade para compreender e ajustar os estilos, as propostas e dar maior clareza estratégica quanto aos objetivos.

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Como é possível que estes dois partidos, ao cabo de todos estes anos, estejam de costas voltadas, como competidores incapazes de forjar algo comum, (…) ?

Domingos Lopes, “Público” (sem link)


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