À BEIRA DE UM ESCÂNDALO
Vai a caminho de duas semanas que uma parte significativa da população portuguesa obteve uma saborosa vitória, fruto da inexistência de uma maioria absoluta no Parlamento. Por enquanto livrámo-nos da denominada “Taxa Multibanco”. Tratava-se de uma espécie de novo imposto só que, desta vez o destino do dinheiro iria engordar os lautos lucros da banca à custa da nossa já magra carteira.
É uma situação que está temporariamente resolvida porque – não tenhamos dúvidas – a banca vai voltar à carga, mais tarde ou mais cedo. Não nos devemos esquecer que esta já é a segunda tentativa de arrecadar chorudas quantias em benefício dos “senhores banqueiros”.
Caso fosse aplicada a “taxa” de 1,50€ às cerca de 500 milhões de operações de levantamentos realizadas anualmente nas ATM’s geridas pela SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços), significaria que 750 milhões de euros por ano seriam encaminhados, directamente do bolso dos utilizadores/consumidores para a banca. Um lucro facílimo de obter. Seria um autêntico escândalo, como que mais um imposto, com todas as probabilidades de vir engordando com o tempo sob os mais diversos pretextos. Todos sabemos que em situações destas, o pior é começar.
Tenhamos ainda presente as anuidades que são pagas por mais de 18 milhões de cartões de débito em circulação e as elevadas poupanças à Banca, por via de uma larga redução dos custos, nomeadamente com pessoal, que os investimentos em tecnologia proporcionaram.
Finalmente, as Associações de Consumidores e, em geral, todos os utilizadores dos serviços MB necessitam estar muito atentos porque haverá novas tentativas para implementar esta “Taxa”. Logo que as condições políticas se proporcionem e a Banca sinta que tem no poder os seus homens, não tenhamos dúvidas, há que travar nova luta com os senhores do dinheiro e os seus mandatários.
Luís Moleiro
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