quarta-feira, 24 de abril de 2013

25 DE ABRIL DE 1974, UM DIA CLARO E LISO


A escrita de Batista Bastos é poucas vezes evocada na blogosfera de esquerda, afinal, a área ideológica em que o jornalista e escritor se insere.

As crónicas de Batista Bastos constituem sempre excelentes ocasiões para podermos ler textos de fina qualidade literária para alem de termos a certeza de estarmos perante um democrata de primeira água.

Em cada 25 de Abril os velhos combatentes pela democracia tem sempre algo de novo, por mais simples que seja, para nos contar nesta data, como contrapeso da actual geração de governantes para quem a democracia nada significa, constituindo apenas um fardo que tem de suportar a troco da permanência no poder.

A crónica que Batista Bastos assina hoje no DN, a propósito da data que amanhã se comemora, fica a saber-nos a pouco quando chega ao fim.

Olho para os rostos destes que nos têm governado e não reconheço neles qualquer semelhança com os nossos rostos comuns. Observem bem: abreviados, ausentes. As sombras que neles poisaram são repintadas de vigílias tétricas em que se arredaram o bater comovido do coração humano e o pulsar da mais escassa ternura. Como conseguem viver nesta miséria de fazer mal, de nos fazer mal? Têm-nos extorquido tudo e ainda querem mais, numa obscura vingança, cujo propósito decidido e inclemente é o de nos tornar infelizes.

Pobres sempre o fomos. O domínio de uma classe sobre as outras exige essa forma escabrosa de brutalidade. E sempre houve quem se prestasse ao papel de serventuário do poder. Mas leiamos a História

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