quinta-feira, 8 de agosto de 2013

DESEMPREGO: A REALIDADE E A PROPAGANDA


O Governo embandeirou em arco a descida da taxa de desemprego no 2º trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior. Infelizmente a comunicação social limita-se, na maioria dos casos, ao papel de câmara de eco da propaganda governamental. Assim, uma análise mais profunda da situação actual leva-nos a outras conclusões:

1.A taxa de desemprego “oficial” de 16,4% é uma ficção face ao desemprego real que se situa nos 22,1%.

2.A repentina descida do desemprego tem a ver com as variações sazonais frequentes no 2º e 3º trimestres todos os anos e ainda com a subida do número de pessoas a recibos verdes e contratos a prazo.

3.O somatório de precários e desempregados é de quase 3 milhões, o que corresponde a 55,5% da população activa.

4.Face a 2012 há mais 59 mil pessoas desempregadas e a taxa de desemprego subiu 1,4%.

5.A destruição do emprego no último ano (– 182,6 mil postos de trabalho) é três vezes superior à diminuição do desemprego.

6.A previsão da taxa de desemprego para 2013 não depende sobretudo da economia nacional mas incorpora obrigatoriamente os fenómenos migratórios que se têm verificado em larga escala.

7.A sazonalidade do Verão aí está de novo com mais 72,4 mil empregos face ao trimestre anterior assim como com a redução do desemprego no Algarve, entre outros dados a considerar.

Como se percebe, há poucas razões para acreditarmos numa verdadeira diminuição do desemprego até porque seria sempre muito estranho que numa economia com redução do crescimento houvesse um aumento não sazonal do emprego.

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