segunda-feira, 19 de agosto de 2013

VASCO PULIDO VALENTE ARRASA PASSOS COELHO


Com o “veneno” que sempre coloca nas suas palavras, Vasco Pulido Valente arrasa Pedro Passos Coelho no texto que assina no Público de ontem.
O dr. Pedro Passos Coelho foi ao Pontal, lugar sagrado da sua seita, onde se aliviou de um emaranhado de frases sem ordem, sem clareza e sem gramática. Parece que o nosso querido primeiro-ministro confia nas suas qualidades de improvisador e não se dá ao trabalho de escrever os discursos com que pretende informar os portugueses. Os portugueses ficam na mesma; e os comentadores de jornal ou de televisão tentam depois (e nem sempre conseguem) extrair algum sentido do que o cavalheiro disse. Anteontem, pareciam bruxas à volta de um endemoninhado. Nem o próprio público jantante o percebeu. Quase que não se ouviram palmas naquela audiência tratada a arroz de pato e muito bem sentada em cadeiras de um hotel qualquer. Se aquilo é um partido político (e eles juram que sim), não sei o que sucedeu à política.
As competências da nova raça que ultimamente chegou ao poder (com ou sem uma licenciatura reconhecida e "normal") não vão além de um certo talento para a intriga e as relações públicas, do servilismo indispensável à sua eventual promoção e de uma raiva indiscriminada e automática a quem lhes pede um módico de responsabilidade ou lhes põe um obstáculo incómodo. A iliteracia é a sua qualidade comum. Sexta-feira, Pedro Passos Coelho falou como um exemplar típico desta gente, ou seja, como presidente da JSD. Tanto quanto consegui compreender, este presidente da JSD, que inteiramente por acaso manda em Portugal, acha que a leve aragem económica que no segundo trimestre passou pelo país confirma a subtileza e a correcção da sua política. Qualquer pessoa com um ou dois neurónios percebe a loucura de comunicar à populaça uma enormidade tão falsa e tão ridícula. Passos Coelho não percebe.
Verdade que ele não se esqueceu dos "riscos" que ainda nos separam da felicidade e claro que ele não tem nada a ver com os ditos "riscos". Há o "risco" de a "Europa" não "crescer". Há o "risco" de o Tribunal Constitucional armar por aí outro sarilho. Há o "risco" de os ministros se atrapalharem com a "execução" do Orçamento. E há também uma dúzia de "riscos" menores, como manifestações da esquerda que desfaçam a nossa perfeitíssima "coesão social". O dr. Passos Coelho anda a levar uma vida perigosa, no meio de inimigos que lhe querem mal. Mas, num assomo de grande coragem, lá acabou por desembuchar os dois recados que o tinham arrastado para o Pontal. Eram eles: que, mesmo que "perdesse" a guerra das câmaras, não saía do Governo; e que, apesar dos pessimistas (suponho que do partido), ele ia com certeza ganhar a guerra das câmaras e, portanto, não saía do Governo. Portugal adormeceu descansado.

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