domingo, 30 de junho de 2019

O HOMEM CERTO PARA DEFENDER OS INTERESSES PRIVADOS


Francisco Louçã, "Expresso" Economia

MAIS CITAÇÕES (36)


Ouvir Carlos César invetivar sobre o abismo da bancarrota se as taxas moderadoras forem reduzidas, assegurando que o país ficará “com uma mão à frente e outra atrás” seria cómico se não fosse tremendismo algo ingénuo.
(…)
O PS quer ocupar o espaço do PSD por achar que é a derradeira porta por onde pode entrar a maioria absoluta.
(…)
O PS entrará na campanha eleitoral orgulhosamente instalado na colina da direita.
(…)
A evidência é categórica: nos quatro anos que agora terminam, foi difícil o que estava escrito mas impossível o que não estava no papel.
(…)
Se para alguma coisa serve a discussão das leis da saúde, é para mostrar que o trabalho de casa tem de ser feito.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

César é um político com longo passado mas progressivamente identificado como peixe de águas profundas do centrão político e dos interesses.
(…)
E tal como fez a Direita através de Passos, Portas e suas comanditas, Carlos César convocará todos os diabos imaginários para os associar a propostas de reforma dos partidos à sua esquerda.
(…)
César mostra quão importante será a Esquerda obter maioria e continuar a existir a necessidade de diálogo e um constante concertar de posições entre as suas diversas forças antes das decisões.
(…)
Entre tudo o que correu bem nesta legislatura destaca-se o facto de os partidos à esquerda do PS terem evoluído muito da crítica para a construção de soluções, sem abandonar a crítica.
(…)
Quanto ao futuro, evitemos dar [ao PS] o poder absoluto a que aspira porque, a bem da democracia, é preferível que o poder seja partilhado.

O silêncio ou apoio [do PCP] a regimes opressivos de extrema-esquerda será o que mais repulsa causa, estando muito além do que pode ser uma ideologia e colocando-se como uma muito duvidosa questão de cariz moral.
(…)
[Marisa Matias é] uma das pessoas mais bem preparadas da nossa política, capaz de se manter informada e elegante quando a desvalorizam, sobretudo, por ser mulher.
(…)
[Marisa Matias] pode não estar num partido de grandes maiorias mas a sua lisura moral não lhe permite desprestigiar o eleitorado baixando os braços.
(…)
Noto, mais uma vez, o atabalhoado do PCP ao fugir à assunção e à explicação cristalina do seu veto [contra Marisa Matias].

O PS, partido-charneira, pode também voltar a ser o partido incoligável, condenado a uma negociação à vista, umas vezes à sua direita, outras à sua esquerda.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

Depois de passar os anos da troika a sublinhar irracionalidade económica da austeridade não nos tentem vender o mesmo discurso quando se fala da urgente recuperação das funções do Estado.
(…)
Sem o contrapeso de esquerda que permitiu a Costa ser primeiro-ministro, sabemos o que teria sido a governação do PS.
(…)
O discurso de Carlos César teve a amabilidade de nos recordar o que era a arrogância socrática.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

O combate às alterações climáticas é uma batalha planetária e infelizmente G20 reúne-se para falar de comércio e de conflitos, deixando o ambiente para rodapés.
(…)
Se tratarmos a questão climática como risco futuro que a ciência e a tecnologia hão de resolver não saberemos sequer olhar para o termómetro.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

CRISTINA TAVARES: VALE A PENA LUTAR!


In "Expresso"

29 JUNHO, FARO: REUNIÃO BLOQUISTA PARA APROVAÇÃO DA LISTA DO ALGARVE PARA AS LEGISLATIVAS




sábado, 29 de junho de 2019

O COMBATE À CORRUPÇÃO PELO PS JÁ NÓS SABEMOS NO QUE DÁ...



O MESMO SONHO, A MESMA TRAGÉDIA



CITAÇÕES


O período experimental é assim a mais precária de todas as relações laborais previstas na lei (muito mais precária que um contrato a prazo).
(…)
Ao propor que se duplique de 90 dias para 180 o período experimental de jovens à procura do primeiro emprego e de desempregados de longa duração, o Governo condena estes dois grupos a um estatuto laboral de menoridade de direitos.

Todos os anos o português escrito em Portugal se afasta do do Brasil, de Angola, Cabo Verde, onde o acordo ou não existe ou não é aplicado.
(…)
E não me venham também com o facto de ser apenas um acordo na ortografia, que não afecta a oralidade, nem a riqueza lexical.
(…)
Falar com vocabulário variado e rico, algo que só se tem lendo, dá poder.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

Os princípios e a prática decorrentes da Lei de Bases da Saúde (LBS) de 1990, ainda em vigor, deram consequências no Serviço Nacional de Saúde (SNS), cujos resultados são agora evidentes em algumas áreas e são os seus autores que contra eles mais vêm reclamar.
(…)
O problema [do subfinanciamento do SNS] não é pois de hoje nem de ontem e não se vai resolver facilmente, sobretudo se o espírito da LBS perdurar como estamos em risco de acontecer.
(…)
Os grupos privados têm folga para atrair médicos e enfermeiros com melhores remunerações e com práticas diárias com menos stress.
(…)
O cumprimento efectivo das carreiras médicas e a exclusividade bem remunerada tem de fazer parte das soluções.
(…)
Portanto, o privado e as PPP’s são só bons para os casos fáceis e o público é para os casos difíceis.
(…)
A prática de anestesia nos privados é mais tranquila, além de mais bem remunerada.
(…)
O sector privado fica com o filet mignon, aumenta os lucros, tem “boa gestão”, e o sector público emagrece, tem dívidas (também aos privados) e recebe os casos difíceis e caros.
Isabel do Carmo, “Público” (sem link)

No caso concreto norte-americano, desde Abril de 2018 — mês em que foi anunciado, pela administração Trump, o programa Tolerância Zero — que, com alguns avanços e recuos, fruto da pressão internacional, a política anti-migratória se tem revelado cada vez mais desumana.
(…)
Importa questionar a incapacidade ocidental de auxiliar estes migrantes que tantos decretam ilegais.
Matilde Bianchi Sampaio, “Público” (sem link)

Crianças que vivem em jaulas sobrelotadas, sem cuidados médicos, sem poderem lavar os dentes ou tomar banho, sujeitas a pragas de piolhos e a surtos de gripe, como acontecia no centro de detenção de Clint, no Texas, é profundamente desumano.
(…)
A política de repressão fronteiriça da Administração Trump é indigna das tradições democráticas do país e da sua história de nação formada por levas de imigrantes.
Amílcar Correia, “Público” (sem link)

Esta família [Ramirez] agora destroçada tinha fugido de El Salvador onde estariam condenados a uma pobreza extrema e à epidemia da violência espalhada por gangues armados.
(…)
Um conjunto de advogados denunciou como são tratadas as crianças nos centros de detenção para imigrantes do lado norte-americano.
(…)
E o que pensar quando a Hungria ergue uma vedação de quilómetros e criminaliza a ajuda aos migrantes ilegais e refugiados?
(…)
O nosso problema não é uma crise humanitária, mas sim uma crise de humanidade em várias lideranças mundiais.
(…)
Face à falência moral destas lideranças, cabe-nos a nós resgatar os pilares da humanidade e afirmar que ilegal é deixar outras pessoas morrer quando temos tudo para as poder salvar.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

O que é novo [em termos de alterações climáticas] é a dimensão do que enfrentamos, que vai impor custos às populações vulneráveis sem precedente na história recente.
(…)
Os fenómenos climáticos extremos já são uma realidade nos países mais ricos.
(…)
O apartheid climático também existe dento de cada país, onde sabemos que problemas ambientais atingem a saúde sobretudo dos mais pobres.
Susana Peralta, “Público” (sem link)

O julgamento moral e a percepção social sobre o uso de drogas dependem também da classe social de quem as consome.
(…)
Para muitas pessoas que vivem em situação de maior privação económica, a venda de substâncias psicoactivas ilícitas apresenta-se como uma estratégia de inserção económica viável para quem não tem, à partida, oportunidades de trabalho ou condições remuneratórias dignas.
Daniel Martins, Helena Valente e Cristiana Vale Pires, “Público” (sem link)

sexta-feira, 28 de junho de 2019

FRASE DO DIA (1136)


A sociedade mais rica de sempre está a falhar a um dos seus principais desafios: responder a quem foge das guerras, da pobreza criada pelas desigualdades mundiais ou das alterações climáticas.
Pedro Filipe Soares, “Público”

PS ANDA DESNORTEADO E TUDO TEM A VER COM A ÂNSIA PELA MAIORIA ABSOLUTA


Veio esta tarde a público a informação de que o PS rompeu com o PSD relativamente à aprovação da nova Lei de Bases da Saúde (LBS). O que fica desta e de outras tomadas de posição em que os “socialistas” se envolveram ultimamente tem a ver com a aproximação das legislativas de outubro e a sua obcecação pela maioria absoluta. O PSD deixou de poder vir a servir de muleta para os objectivos do PS em termos de aprovação da LBS. Este episódio configura mais um exemplo do desnorte em que o PS se encontra e das contradições internas que o envolvem. Não há volta a dar à ideia que se vai cimentando nos portugueses de que a perdição “de amores” deste partido pelo poder lhe pode trazer muitos desgostos políticos nos próximos tempos.
O seguinte artigo de opinião assinado por Domingos Lopes no “Público” de hoje faz uma crítica muito certeira ao actual posicionamento do PS no xadrez político actual de Portugal.

Havia um PS perdido de amores por mandar em tudo. Mandou na PR, na AR, no governo, nos principais municípios; era um mandarim. Foi o que se viu.
O rasto desse tempo não deixa saudades. Figuras proeminentes desse tempo aguardam julgamentos. Quem em tudo manda (o verbo é de Carlos César) ilude-se com o poder e, por isso, Portugal é um país cheio de casos de corrupção que por sinal atingem sobretudo o PS e o PSD, os dois partidos que mais gostam de mandar e distribuir pelos seus apaniguados os proveitos da sua “mandação”.
A vocação de um partido político é ser poder, mas o exercício desse poder, se for livre e destemperado, é a volta ao tempo velho que Costa tanto criticou antes de ser primeiro-ministro, tendo até anunciado um tempo novo.
Aliás por amor à verdade, só foi primeiro-ministro porque teve a coragem política de acabar com o arco da governança e fazer um acordo com BE e PCP. O PS nem sequer foi o partido mais votado. Os resultados desse acordo estão à vista, tendo sido invertido o ciclo de empobrecimento levado a cabo pelo PSD e CDS.
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Costa afirmou múltiplas vezes que no que funciona bem não se mexe, e mesmo que tivesse maioria absoluta, voltaria a governar com a equipa ganhadora.
Desde o congresso do PS que apareceram à luz do dia inúmeras “preocupações” quanto a um novo acordo com as esquerdas devido à moeda única, à UE, à NATO e ao posicionamento histórico e original do PS; como se o PS, fundado em abril de 1973, não tivesse entrado para um governo em maio de 1974 com o PCP, o MDP, o PSD, com o país na NATO e em plena guerra fria.
Nas jornadas parlamentares do PS o partido parece ter deixado cair o tempo novo para se lançar na voracidade do tempo velho - abocanhar todo o poder e enxamear de familiares, amigos e camaradas de confiança em bons lugares públicos, em suma, regredir aos anos negros do tempo velho.
Seria uma desgraça para o país e não apenas em Barcelos, Santo Tirso e Castelo Branco, no IPO no Porto, um fartote para a clientela.
O PS falou claro nas jornadas parlamentares. As coisas correram bem. Mas tendo corrido bem, então mudar porquê? Alguém acredita que o BE quer mandar na país? Mesmo que quisesse… O problema é outro e não é revelado. É o negocismo, os compromissos neoliberais com Bruxelas, a gula, o clientelismo, a atração ”fatal” por uma maioria muito grande que dê para mandar. É o regresso ao tempo velho, quando o tempo novo bem precisava de continuar para melhorar o SNS, a Escola e a Justiça e as condições de vida de tantos milhões de portugueses.
Quando Costa, entrando no tempo velho, afirma que a culpa da demora da obtenção da renovação do cartão de cidadão é dos portugueses que vão para as filas antes de abrirem as portas dos serviços, está perdido no nevoeiro desse tempo. Terão as portas do tempo novo sido emperradas definitivamente?

quinta-feira, 27 de junho de 2019

O RESULTADO É SEMPRE ESTE, MESMO SEM VAR...



FRASE DO DIA (1135)


Longe vai o tempo em que o PS viu na geringonça a equação para um Governo que parecia impossível.

O BLOCO SEMPRE EM DEFESA DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE




O Bloco de Esquerda esteve sempre presente para construir maiorias que reforçassem o Serviço Nacional de Saúde. Demos o voto a orçamentos que reforçaram o Orçamento do SNS em 1300 milhões de euros; abrimos a discussão sobre a Lei de Bases da Saúde.
O PS é que, em final de legislatura, parece querer abandonar a maioria à esquerda para formar outras maiorias. E começa a ter um discurso muito parecido com o discurso do diabo, boicotando medidas fundamentais com a diabolização dos serviços públicos. Talvez precise de um exorcismo.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

ENQUANTO O SISTEMA CAPITALISTA NEOLIBERAL RADICAL NÃO FOR ALTERADO, ESTA SITUAÇÃO DE DESIGUALDADE SÓ TENDE A PIORAR


Capa JN

Para os pobres fica o circo que agora dá pelo nome de futebol…
Mais Aqui

FRASE DO DIA (1134)


A esquerda, que aprovou orçamentos que todos os anos são desrespeitados, tem de dar a sua resposta: que a ditadura de Centeno não pode continuar a asfixiar os serviços do Estado e a tornar a vida dos portugueses que mais precisam dele num inferno.

OPORTUNISMO POLÍTICO FOI A FORMA COMO SE PAUTOU A ACTUAÇÃO DO PS PERANTE OS SEUS PARCEIROS DE ESQUERDA.



Nesta legislatura o PS foi, mais uma vez, igual a si próprio, com a agravante do oportunismo político que regeu toda a sua forma de estar enquanto necessitou do apoio de PCP e Bloco. Não podemos esperar que, daqui em diante se torne diferente porque a velha social-democracia deixou de fazer parte dos seus genes do PS. Diz-me com quem andas… dir-te-ei quem és.

terça-feira, 25 de junho de 2019

LOS ANGELES TEM A SEGUNDA MAIOR POPULAÇÃO SEM TETO DOS EUA



No encantador manicómio imperial hollywoodiano vivem hoje 59 mil sem-abrigos, um aumento ternurento de mais 12% que no ano passado, segundo um inquérito oficial recente. Vivem em carros, em tendas ou simplesmente ao sabor da intempérie.
Diz o diretor executivo da Autoridade de Serviços para Pessoas sem Habitação, Peter Linn (L.A.) que “temos a maior população da nação de pessoas sem teto, logo atrás de Nova Yorque”
Os pobres florescem no país mais poderoso (?) do mundo globalizado, neoliberal, trombeteado como “democrático” e “livre”. Numa palavra de melhor compreensão social, o neofascismo impõe-se a passos largos apesar dos prostitutos da burguesia nos falarem, exaustivamente, eleição após eleição, em controlo da situação nos moldes ocidentais do respeito pelos direitos humanos e a livre iniciativa. um inquérito oficial recente. Vivem em carros, em tendas ou simplesmente ao sabor da intempérie.

FRASE DO DIA (1133)


Foi para que as taxas moderadoras deixem de travar o acesso a cuidados de saúde que o Bloco apresentou uma proposta para eliminá-las sempre que estejam associadas a cuidados de saúde primários (consultas no centro de saúde) ou tratamentos, consultas e exames prescritos pelo médico de família.

DENUNCIAR A OCUPAÇÃO ISRAELITA DA CISJORDÂNIA




Londres sediará o maior evento palestino na Europa, com o objetivo de aumentar a consciencialização sobre a ocupação israelita da Cisjordânia.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

HOJE, 24 JUNHO, DIA NACIONAL DA PESSOA CIGANA



FRASE DO DIA (1132)


Investimento predatório não deixa riqueza nem cria empregos.

O RECUO DO PS NAS TAXAS MODERADORAS




A direita que acha que as pessoas devem pagar taxas moderadoras é a direita que não sabe o que é viver com 650 euros e ter de pagar taxa moderadora pelos cuidados médicos que já se pagou com os impostos. E o PS que agora quer adiar o fim das taxas moderadoras por causa do impacto no orçamento é o mesmo que há seis meses dizia que as taxas moderadoras tinham um impacto simbólico no orçamento e que há uma semana votou uma proposta do Bloco que entrava em vigor em 2020. Insustentável é ter 2 milhões de cuidados de saúde por prestar porque há quem não consiga pagar as taxas moderadoras.

domingo, 23 de junho de 2019

AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS JÁ ESTÃO A DESTRUIR O PLANETA (2)


In "Expresso"

"SOCIALISTAS"...



In Revista "Expresso"

MAIS CITAÇÕES (35)


Imaginar que alguém possa ser condenado pelo "crime" de salvar vidas não é apenas arrepiante, é a antítese do próprio conceito de humanidade e uma afronta ao direito internacional.
(…)
Existem traficantes de pessoas porque não existem corredores humanitários que permitam que as pessoas que fogem às situações mais atrozes possam chegar em segurança.
(…)
É a Europa fortaleza e a indignidade do comportamento das instituições europeias que alimentam as redes de traficantes

Nos seus discursos para organizar a manada, Trump não olha a meios: diaboliza os imigrantes e os direitos específicos das mulheres e de minorias; a sua "América Grande" só existe no cenário de uma subjugação total dos interesses dos outros povos e países.
(…)
A expressão "a América primeiro" surge como desrespeito total da democracia. O inimigo externo são todos os países do Mundo que não se submetam.
(…)
O objetivo [de Bolsonaro] é fazer regredir o patamar de desenvolvimento da sociedade brasileira a favor dos mais privilegiados e incrementar aventuras fascistas e retrógradas internas e externas.
(…)
Quando vemos um corajoso jovem português sujeito a um julgamento que pretende atirá-lo para a cadeia por ter salvo inúmeros seres humanos, algo de muito podre está a desenvolver-se neste espaço europeu que também é o nosso.

Um velho aforismo dizia que se mede o progresso de uma sociedade pela forma como esta respeita as mulheres e os seus direitos.
(…)
A nova direita radicaliza as ideias da velha direita contra as mulheres.
(…)
Só durantes estes meses de 2019 já foram aprovadas proibições de atos médicos relacionados com o aborto em doze dos estados doa EUA.
(…)
A regressão de uma sociedade mede-se pela forma como pisa as mulheres.
(…)
Mais anestesistas ou obstetras para evitar a degradação dos serviços incomodaria Centeno e esse crime de lesa-magestade não é admissível muito menos no Governo.
(…)
A próprias ideia de urgência socialista em substituir a lei Cavaco é uma bizarria histórica, pois o PS esteve doze anos no poder desde 1990 até à presente legislatura, alguns deles com maioria absoluta, e nunca esboçou um gesto para melhorar a lei.
(…)
Ao recusar qualquer base de apoio com a esquerda, o que não parecia ser a intenção original de António Costa, o PS está a escrever o seu manifesto eleitoral.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Hoje estima-se que há menos 40 mil funcionários públicos do que em 2011.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

A regra de entrar um funcionário por cada dois que siam, em vigor há duas décadas, é das coisas mais estúpidas que a política produziu.
(…)
Se retiramos as Forças Armadas, a idade média dos trabalhadores do Estado é de 48 anos.
(…)
A sensação de que se ganha mais no público do que no privado resulta apenas do facto de, graças aos médicos, professores e magistrados, o Estado ter mais licenciados.
(…)
Só se começar a pagar mais poderá ser mais exigente na seleção e até na distinção e na progressão por mérito.
(…)
A ideia de alguma direita sempre foi, como se viu na sua posição em relação aos contratos de associação com os colégios, rebentar com o Estado e deixar que o negócio trate de tudo.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

Um dos truques das redes sociais é fazer dos seus críticos velhos do Restelo que querem travar o vento do futuro com as mãos.
(…)
É de poder [das corporações das redes sociais] que falamos, de um poder que propõe acesso democrático mas se desonera de processos democráticos, de legislações nacionais, de supervisões ou de pagar impostos.
(…)
Ser dono de dados é saber o que pensamos, lemos, fazemos, gostamos; é usar essa informação para nos vender produtos, sonhos e projetos políticos, para nos poder manipular e criar ideias dominantes e dominadoras.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

VIVEMOS UM RETROCESSO CIVILIZACIONAL


Francisco Louçã, "Expresso" Economia

sábado, 22 de junho de 2019

A EUROPA FORTALEZA JÁ TIROU A VIDA A 36 MIL PESSOAS




“A Europa Fortaleza já tirou a vida a mais de 36.000 pessoas, daquelas que se conseguem registar, e continuará a tomar mais vidas se nós não tivermos a coragem de assumir que estas pessoas têm direito à vida, à dignidade e à proteção conforme o Direito Internacional. É por isso que estamos aqui hoje e é por isso que continuaremos a lutar todos os dias.” (Marisa Matias)

MIGUEL DUARTE: O VERDADEIRO CRIME DELE FOI SALVAR VIDAS



Miguel Duarte, voluntário no "Iuventa", navio de resgate da organização não-governamental alemã Jugend Rettet, que patrulhava o Mediterrâneo. É, com mais nove tripulantes, arguido num processo em Itália e suspeito de auxílio à imigração ilegal.

CITAÇÕES


A troco de coisa nenhuma [Miguel Duarte] entregou-se à tarefa de resgatar vidas de gente que as arrisca para chegar ao El Dorado do lado de cá.
(…)
A perseguição política a Miguel Duarte pelos Salvinis da vida é a perseguição a quem ousa pôr em questão essa convergência prática entre a brutalidade da extrema direita e o cinismo do centro político.
(…)
[Miguel Duarte] mostrou que a política fria dos muros físicos ou legais pode ser derrotada pela política quente da atenção ao sofredor, que nada mais tem senão a sua vida nua e a sua determinação sem fim.

Não é a primeira vez que acontece, mas é insano chegar ao ponto em vemos a justiça dos homens a perseguir aqueles que se limitam a fazer o óbvio com inquebrantável coragem, humanismo e disponibilidade.

O facto de [PS, PSD e CDS] se guerrearem também é irrelevante, porque percebe-se que são tão iguais que estão sempre a pegar-se um com o outro. Iguais no fundamental, peguilhentos no acessório.
(…)
Como é que, no contexto do poder e da oposição, alguma vez a oposição, apenas criticando a performance da situação e não as suas opções de fundo, pode alguma vez ser alternativa?
(…)
E como é que a direita pode fortalecer-se quando do outro lado há um partido, um primeiro-ministro e um ministro das finanças que fazem de forma mais consequente a mesma política que eles fariam?
(…)
Todos [PS, PSD e CDS] estão de acordo com os pilares da política que é seguida por Costa-Centeno e participam do “consenso europeu” sobre o qual o Presidente zela.
(…)
A saúde está mal com Costa-Centeno? Paga-se o preço dos cortes de Passos. Os serviços públicos não funcionam com Costa-Centeno? Começou tudo nos anos da troika com o PSD e o CDS a governarem.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

Portugal é dos países da União Europeia em que o preço da habitação mais subiu desde 2015. Mais de 33%. Na UE a subida foi de 15%.
(…)
Um T1 em Lisboa é considerado acessível até 900€ e um T3 até 1375€. Em Cascais, Oeiras e Porto, um T1 é acessível até 775€ e um T3 até 1200€.
(…)
De acordo com a Iniciativa Europeia para a Habitação, Portugal está no grupo de países da Europa onde a percentagem de casas que são propriedade do Estado é residual (3,3% apenas).
José Pedro Ferreira, “Público” (sem link)

O problema está em pedir que nos dêem, em vez de fazermos acontecer o que temos direito, tal como o fizeram ao longo da História os que não esperaram que lhe dessem o que tinham direito, pois por direito era deles e não de outros.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)

O que poucos sabem é que os advogados inscritos neste sistema [advogados oficiosos] ganham mal e a más horas.
(…)
O pagamento só é feito no fim dos processos demorem um ou 20 anos.
(…)
Contudo, é também a Ordem dos Advogados inepta em toda a linha, não tendo grande interesse nesta matéria, por estar mais preocupada em facilitar a vida aos grandes escritórios e sociedades de advogados.
(…)
Apesar do mérito dos advogados oficiosos, os cidadãos vão estar sempre sujeitos a escusas e dificuldades, não por culpa daqueles, mas por quem teima em dificultar este direito fundamental de acesso aos tribunais. E todos sabemos quem são.
Fernando Teixeira, “Público” (sem link)

AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS JÁ ESTÃO A DESTRUIR O PLANETA (1)


In "Expresso"

sexta-feira, 21 de junho de 2019

JOÃO SEMEDO FARIA HOJE 68 ANOS


João Semedo continua a ser um exemplo para todos os bloquistas. 

FRASE DO DIA (1131)


A [OIT] contribuiu para obrigar os países a olharem para estas mais de 67 milhões de mulheres [trabalhadoras domésticas] em todo o mundo que fazem um dos trabalhos mais desprotegidos e expostos à violência e ao abuso.

NO DIA MUNDIAL DO REFUGIADO O BLOCO VISITOU DUAS FAMÍLIAS IRAQUIANAS




Ontem, Dia Mundial do Refugiado, Catarina Martins e José Manuel Pureza visitaram duas famílias Iraquianas que começam a reconstruir as suas vidas em Portugal. Fazem um pedido tão simples quanto essencial: acesso a aulas de português. Saibamos responder-lhes.

AGIR RAPIDAMENTE CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA



Como muito bem assinala Pedro Filipe Soares (PFS), Presidente do Grupo Parlamentar do BE no seguinte artigo de opinião que assina no “Público” de hoje, a violência doméstica em Portugal tornou-se um “flagelo”.
Por assim dizer, quase todos os dias chegam à opinião pública casos da mais variada gravidade, que envolvem violência machista. Não é demais relevar os números assustadores que parecem imparáveis mas, relativamente aos quais, é imperioso colocar um travão.
Desde 2004, ano em que se iniciou esta macabra estatística, já foram assassinadas mais de 500 mulheres (18, apenas este ano) mas há um número que é referido menos vezes e que tem a ver com as crianças que ficaram sem mãe neste mesmo período – foram mais de 1000.
Se é certo que já existe abundante legislação nesta área, não é menos verdade que falta “passar à prática o que a lei prevê” como afirma muito bem PFS. Dificilmente estaremos em desacordo com o texto seguinte.

A conta pendente da violência machista em Portugal já passou a brutal marca das 500 mulheres assassinadas desde 2004, período em que existiu esta contabilização. Só no ano de 2019 somam-se 18 vítimas mortais em contexto de violência doméstica, sendo 16 delas mulheres. A estatística mostra como este crime tem uma incontornável marca de género.
Nos últimos dias foi novamente assassinada uma mulher. Na sua história, há percursos partilhados com tantas outras vítimas: já tinha pedido ajuda, já tinha feito queixa por duas vezes. Mas a violência que se arrastava desde 2017 teve a última palavra e decidiu o desfecho. Falhámos-lhe. A ela e às 18 vítimas deste ano, a todas as que perderam a vida sem que lhes conseguíssemos garantir a proteção e segurança que mereciam.
Falhámos às crianças, que convivem dia a dia com a violência, que testemunham a brutalidade e, por vezes, são também parte destas estatísticas cruéis. Mais uma mulher assassinada nos últimos dias, mais uma criança órfã. São mais de 1000 as crianças que desde 2004 ficaram sem mãe, assassinadas em contexto de violência doméstica. Estas crianças também são vítimas e interpelam-nos exigindo o fim da sua invisibilidade, as garantias dos seus direitos e a salvaguarda de uma sociedade que não as pode esquecer.
Nos últimos 20 anos fizemos um enorme caminho no papel. As leis foram mudadas, os procedimentos revistos, largos consensos foram alcançados. Contudo, falta o essencial: passar à prática o que a lei prevê, garantir os meios e recursos para concretizar os planos de ação em todo o país, assegurar que a mudança das mentalidades entra mesmo na cabeça de todos os profissionais. Estas conclusões são afirmadas pelo GREVIO, um grupo de peritos que avalia a aplicação da Convenção de Istambul - o compromisso dos países do Conselho da Europa para a eliminação da violência doméstica e de género. Mas tarda em ser feito o que é óbvio.
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É certo que a violência doméstica e de género radica numa cultura patriarcal de violência e dominação sobre mulheres. Isso cria enormes barreiras para percorrer um caminho que devia ser simples. No entanto, é nessa cultura patriarcal que se diminuem ou desvalorizam as queixas das mulheres, que ainda corre a ideia que a violência doméstica é coisa a ser resolvida entre marido e mulher, que a justiça ainda desvaloriza a violência de género, que há tantos processos que resultam em ausência de acusação ou em penas suspensas, que as penas para a violência de género são inferiores às penas de atos contra o património. Ainda sabe quem é Neto de Moura? Não o esqueça, porque é um dos expoentes máximos deste caldo cultural. Todos estes exemplos demonstram a dimensão desta luta e como necessitamos de uma enorme capacidade para a travar.
Houve mais um caso recente na justiça que mostra como em situações de violência doméstica há sempre interpretações atenuantes ou desculpabilizantes: um homem ameaçou matar a mulher com uma faca e uma motosserra, obrigou-a a dormir com a motosserra entre eles dizendo “vai ser esta noite, vou-te pôr às postas como se põe um cação”. No dia seguinte, quando ela conseguiu fugir de casa, o homem foi atrás dela com a motosserra ligada, tendo ameaçado de morte também a filha e outros familiares. Resultado, o Tribunal de Guimarães atribui-lhe uma pena suspensa, mesmo admitindo que o homem demonstrou não ter interiorizado a gravidade da sua conduta. Mais uma demonstração de como precisamos de ter juízes e magistrados com formação específica em violência doméstica.
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A conclusão é simples: temos de agir rapidamente e de forma sistémica. É preciso mudar a organização do sistema de justiça, garantindo a criação de tribunais especializados em violência doméstica, reforçar as penas, garantir que os planos de intervenção chegam a todo o país, com os meios necessários e os recursos humanos devidamente preparados, assegurar a formação adequada das nossas forças de segurança e fazer programas transversais de combate à violência doméstica e de género.
Denunciar e condenar a violência doméstica, agir para não perdermos mais nenhuma vida neste flagelo. Nem mais uma.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

SALVAR VIDAS NÃO É UM CRIME



O Miguel pode vir a enfrentar 20 anos de prisão por ter salvado vidas no Mediterrâneo.