Onde o exercício cumulativo de um cargo
político ou alto cargo público e a docência universitária era limitado à docência
pro bono passou a admitir-se a acumulação com a docência remunerada. Ou seja,
um regime de privilégio sem qualquer justificação.
A principal fonte do
populismo em Portugal é a corrupção.
(…)
A democracia tem costas
largas em matéria de corrupção, os partidos, pelo contrário tem costas
pequenas, pequeníssimas.
(…)
[Para além da presunção de
inocência] o que já se sabe e não é negado pelos próprios, chega para se tirar
uma conclusão bastante sólida sobre a existência de uma ecologia de corrupção,
desde os partidos ao topo do estado.
(…)
Na verdade, as democracias
tornam a corrupção muito mais visível do que as ditaduras, mas as ditaduras são
muito mais corruptas, até pela impunidade que dão à corrupção.
(…)
Uma das razões pelas quais
o problema da corrupção é estrutural é porque ela associa-se ao exercício do
poder e da autoridade política.
(…)
Os partidos políticos de
poder em Portugal não têm nenhuma cultura interior anti-corrupção, bem pelo
contrário.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem link)
A memória da luta do Dr.
António Arnaut será respeitada se: 1) A Lei de Bases da Saúde,
que em breve irá ser votada
na AR, consignar a inequívoca distinção entre o que é público e o
que é privado; 2) As verbas do Orçamento do Estado forem essencialmente
utilizadas para o reforço do SNS; 3) O Estado assumir a gestão do serviço
público de saúde, sem pôr em causa a legitimidade da iniciativa privada; 4) For
garantida a universalidade do SNS, bem como a sua total cobertura nacional,
como factor de coesão social.
Maria
do Rosário Gama, “Público” (sem link)
Que eu saiba, na
democracia as regras são ditadas pelas pessoas e só elas definem o prazo de
validade de qualquer lei.
(…)
Duas décadas depois da
criação da lei de PSD e CDS que abria o SNS à rapina dos privados, era
novamente o PS que estava no governo e continuou sem se preocupar se a lei
estava moribunda ou não.
(…)
Quem determinou expirado o
tempo da LBS da direita foram António
Arnaut e João Semedo, construindo o projeto que o Bloco de Esquerda
cunhou no Parlamento.
(…)
Diz António Costa que as
PPP significam apenas 4% dos gastos em saúde, o que torna ainda mais
incompreensível a sua posição.
(…)
Mesmo o Estado recorre a
privados para um conjunto de serviços imprescindíveis que contratualiza,
garantindo o acesso a todos os cuidados mesmo quando não os consegue assegurar.
(…)
As PPP tiveram de falsear
indicadores para empatarem na avaliação com a gestão pública, se não o tivessem
feito ficariam claramente atrás.
(…)
Dar mais tempo à lei (de
Bases da Saúde) atual e a estes abusos será a responsabilidade do PS e de
António Costa.
(…)
Não há desculpas para quem
não tiver a coragem de salvar o SNS do negócio dos privados.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Os portugueses que adoecem
e são depositados em
refeitórios em vez de uma enfermaria sentirão o
quão mal vai a sua vida e como o passo é bem menor que a perna.
(…)
Quem precisar de uma
certidão de registo criminal e tem de passar 12 horas ou mais numa fila,
perdendo um dia de trabalho, nunca admitirá que o seu passo seja maior que a
perna.
(…)
E os que querem chegar por
via-férrea a Lisboa ou outras grandes cidades agoniam em carruagens
superlotadas e gastas de tantos anos, iniciando e terminando o dia de trabalho
em estado de grande inquietação.
(…)
Há distritos em que os
cidadãos, para terem acesso à Justiça, têm de fazer 50 ou mais quilómetros e
caso não tenham viatura própria terão de ir de véspera em transportes
rodoviários... e dormirão onde?
(…)
É esta a triste realidade
de um país cujo governo PSD/CDS privatizou a ação executiva e este Governo não
reverteu a situação.
(…)
Como pode o ministro
Centeno falar de passo maior que a perna se o ministério que tutela corta as
pernas aos portugueses no sentido de que em 2019 os direitos sociais mínimos
dos portugueses não são em grande medida respeitados?
Domingos Lopes, “Público” (sem link)
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