As principais vítimas das alterações
climáticas são os mais pobres.
(…)
Parece claro que o olhar sobre a
emergência climática, como sobre muitos outros grandes problemas que
enfrentamos, não pode ser desligado da economia política que regula as relações
entre países e, dentro destes, as relações entre classes.
(…)
É impossível abordar com alguma
profundidade os temas da ecologia sem os relacionar com a questão da
desigualdade e do capitalismo.
O secretário-geral das Nações Unidas é
fotografado em estado de emergência na Polinésia, fato banhado pelos joelhos
nas águas de Tuvalu, alertando para a urgência do combate às alterações
climáticas num dos países na orla da submersa devastação pela subida do nível
da água nos oceanos.
As democracias não têm causas
teleológicas, nem “desígnios”, nem “políticas de espírito”, nem “objectivos
consensuais”, porque a essência da democracia é a diferença.
(…)
As democracias só têm duas
regras, a soberania popular expressa pelo voto, e o primado da lei.
(…)
Seria tão bom
entendermo-nos todos? Não em democracia.
(…)
Para lutar contra a
pobreza e a exclusão não é preciso nenhuma causa, nem “desígnio”, nem bandeira,
é preciso lutar contra aquilo que a permite.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
O princípio da segurança
do emprego, constitucionalmente garantido, está agora muito subvertido pela
precariedade (“flexibilidade”) dos vínculos laborais.
João
Fraga de Oliveira, “Publico” (sem
link)
O Dia Mundial do Dador de
Sangue celebra-se a 14 de Junho, mas para mim celebra-se todos os meses na
alegria da dádiva, da vida, do sangue.
João
André Costa, “Público” (sem
link)
Na Arábia Saudita do
“modernista” Salman, a lei continua a ser a da atrocidade contra todos os que
ousem, mesmo meninos, de cima de uma bicicleta, pedir (se é que saibam o que é)
direitos humanos.
(…)
Quando o Ocidente se
coloca ao lado da Arábia Saudita na invasão do Iémen para crucificar e
desmembrar aquele antigo país, berço da civilização árabe e muçulmana, está a
dar força aos que têm o poder de dar as ordens para que as crucificações, os
esquartejamentos e os desmembramentos continuem.
Domingos
Lopes, “Público” (sem
link)
Vivemos com cada vez mais
informação mas cada vez menos empatia, com cada vez mais dados, mas
com cada vez mais facilidade em descartá-los por superficialidades.
(…)
A progressão dos meios de
comunicação é paralela à progressão da barbaridade humana.
(…)
O aumento da informação
expôs as fragilidades do que era mais fácil de aniquilar, que é hoje toda a
humanidade, à distância de um botão.
(…)
A derradeira arma do
século XXI já existe e é uma ameaça intrínseca ao ser humano, um pecado moderno
que já perdura desde a antiguidade: a apatia.
(…)
Levantemo-nos e lutemos
pelo clima como se o fim da sociedade fosse amanhã porque, para muitos, é.
Noah
Zino, “Público” (sem
link)
[No Brasil] entre a lei e
a realidade, há um Moro de distância que destruiu os pilares do Estado de
Direito e da presunção da inocência.
(…)
Não houve um processo para
chegar a uma acusação e a um veredito, existiu um veredito primordial e uma
acusação montada num processo que lhe servia à medida. Lula da Silva estava condenado à partida.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Para os senhores que
manobram o sistema [a corrupção] é como que jogar às cartas com o baralho por
debaixo da mesa, passando a mão para o jogador que entende e sem ter de abrir
jogo para os restantes.
(…)
A verdade é que a
corrupção se rege exactamente pelo mesmo objecto que o capitalismo: o lucro
máximo.
(…)
É a promiscuidade entre o
mundo económico-financeiro e o mundo político que lança o adubo na terra fértil
da corrupção e dissemina a vontade insaciável do lucro rápido e fácil.
(…)
O capitalismo não é, nem
pode ser, o fim da história principalmente porque seria um final muito triste.
Fernando
Teixeira, “Público” (sem
link)
Já houve tempos em que nos
mandaram emigrar porque não havia emprego, hoje obrigam-nos a deixar as cidades
porque não temos rendimento para as habitar.
(…)
O mercado em primeiro
lugar é também ser legítimo limitar o acesso aos espaços públicos (praças e
miradouros) ao mesmo tempo que se entrega de bandeja a sua exploração a grandes
grupos privados.
(…)
[O mercado] sempre em
posição de destaque, é o verdadeiro arquitecto das políticas urbanas, definindo
quem tem “direito à cidade”, quem a pode aceder.
Sebastião
Ferreira de Almeida, “Público” (sem
link)
[As redes sociais] serão algo melhor e
mais útil quando forem territórios de comunicação normalizados, ao serviço do
bem-estar e da relação interpessoal, deixando de ser espaços insalubres de uma
realidade paralela.
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