O período experimental é assim a mais
precária de todas as relações laborais previstas na lei (muito mais precária
que um contrato a prazo).
(…)
Ao propor que se duplique de 90 dias
para 180 o período experimental de jovens à procura do primeiro emprego e de
desempregados de longa duração, o Governo condena estes dois grupos a um
estatuto laboral de menoridade de direitos.
Todos os anos o português
escrito em Portugal se afasta do do Brasil, de Angola, Cabo Verde, onde o
acordo ou não existe ou não é aplicado.
(…)
E não me venham também com
o facto de ser apenas um acordo na ortografia, que não afecta a oralidade, nem
a riqueza lexical.
(…)
Falar com vocabulário
variado e rico, algo que só se tem lendo, dá poder.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
Os princípios e a prática
decorrentes da Lei de Bases da Saúde (LBS) de 1990, ainda em vigor, deram
consequências no Serviço Nacional de Saúde (SNS), cujos resultados são agora
evidentes em algumas áreas e são os seus autores que contra eles mais vêm reclamar.
(…)
O problema [do
subfinanciamento do SNS] não é pois de hoje nem de ontem e não se vai resolver
facilmente, sobretudo se o espírito da LBS perdurar como estamos em risco de
acontecer.
(…)
Os grupos privados têm
folga para atrair médicos e enfermeiros com melhores remunerações e com
práticas diárias com menos stress.
(…)
O cumprimento efectivo das
carreiras médicas e a
exclusividade bem remunerada tem de fazer parte das soluções.
(…)
Portanto, o privado e as
PPP’s são só bons para os casos fáceis e o público é para os casos difíceis.
(…)
A prática de anestesia nos
privados é mais tranquila, além de mais bem remunerada.
(…)
O sector privado fica com
o filet mignon,
aumenta os lucros, tem “boa gestão”, e o sector público emagrece, tem dívidas
(também aos privados) e recebe os casos difíceis e caros.
Isabel
do Carmo, “Público” (sem
link)
No caso concreto
norte-americano, desde Abril de 2018 — mês em que foi anunciado, pela
administração Trump, o programa Tolerância Zero — que, com alguns avanços e
recuos, fruto da pressão internacional, a política anti-migratória se tem
revelado cada vez mais desumana.
(…)
Importa questionar a
incapacidade ocidental de auxiliar estes migrantes que tantos decretam ilegais.
Matilde
Bianchi Sampaio, “Público” (sem
link)
Crianças que vivem em
jaulas sobrelotadas, sem cuidados médicos, sem poderem lavar os dentes ou tomar
banho, sujeitas a pragas de piolhos e a surtos de gripe, como acontecia no
centro de detenção de Clint, no Texas, é profundamente desumano.
(…)
A política de repressão
fronteiriça da Administração Trump é indigna das tradições democráticas do
país e da sua história de nação formada por levas de imigrantes.
Amílcar
Correia, “Público” (sem
link)
Esta família [Ramirez]
agora destroçada tinha fugido de El Salvador onde estariam condenados a uma
pobreza extrema e à epidemia da violência espalhada por gangues armados.
(…)
Um conjunto de advogados
denunciou como são tratadas as crianças nos centros de detenção para imigrantes
do lado norte-americano.
(…)
E o que pensar quando a
Hungria ergue uma vedação de quilómetros e criminaliza a ajuda aos migrantes
ilegais e refugiados?
(…)
O nosso problema não é uma
crise humanitária, mas sim uma crise de humanidade em várias lideranças
mundiais.
(…)
Face à falência moral
destas lideranças, cabe-nos a nós resgatar os pilares da humanidade e afirmar
que ilegal é deixar outras pessoas morrer quando temos tudo para as poder
salvar.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
O que é novo [em termos de
alterações climáticas] é a dimensão do que enfrentamos, que vai impor custos às
populações vulneráveis sem precedente na história recente.
(…)
Os fenómenos climáticos
extremos já são uma
realidade nos países mais ricos.
(…)
O apartheid climático também
existe dento de cada país, onde sabemos que problemas ambientais atingem a
saúde sobretudo dos mais pobres.
Susana
Peralta, “Público” (sem
link)
O julgamento moral e a
percepção social sobre o uso de drogas dependem também da classe social de quem
as consome.
(…)
Para muitas pessoas que
vivem em situação de maior privação económica, a venda de substâncias
psicoactivas ilícitas apresenta-se como uma estratégia de inserção económica
viável para quem não tem, à partida, oportunidades de trabalho ou condições
remuneratórias dignas.
Daniel Martins, Helena Valente e Cristiana Vale Pires, “Público”
(sem link)
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