domingo, 3 de maio de 2020

MAIS CITAÇÕES (80)


Como o Estado está a aumentar a despesa para responder à pandemia, o Ministro da Economia parece anunciar um aumento dos impostos para amanhã, a tal austeridade tão indesejável.
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Se não houver agora despesa pública é que de certeza termos mais impostos.
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Perante o impacto da covid-19, só o aumento da despesa do Estado (em gastos no serviço de saúde, em apoios a salários ou evitando que empresas vão à falência) é que permite evitar o agravamento da recessão.
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E como só a recuperação da economia poderá garantir o aumento da receita fiscal sem aumentar as taxas de impostos, a chave para a salvação é manter o emprego e reorganizar as cadeias produtivas, ou seja, investir para evitar a queda. Só nos salvamos da austeridade se a economia for relançada.
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Como não haverá investimento privado de monte, é o investimento público inteligente que nos protege do abuso dos impostos.
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Em todo o mundo, o endividamento público gerado pela resposta à doença vai disparar.
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São as políticas de crescimento que evitam o aumento de impostos.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Já está em curso o mecanismo que o Governo de Berlim aproveitará para acentuar a sua vantagem no contexto de endividamento que lhe é favorável.
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Quanto pior é a crise do endividamento, mais baixo o juro alemão, dado que a sua dívida é considerada um refúgio seguro. Ou seja , a pandemia é uma notícia para festejar: o mundo está a pagar para que o Governo de Berlim financie os seus gastos públicos.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Ficará por saber porque foram requisitados hotéis mas não o hospital dos SAMS ou porque foi definido um preço máximo para o gás doméstico mas não para as máscaras.
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Com o estado de calamidade que alguns sempre defenderam como uma alternativa virtuosa, entramos no domínio da penumbra constitucional.
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Maio não pode ser um mês de nevoeiro constitucional.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

O Estado é um gajo porreiro que paga mas não manda [na TAP]. Apesar do estado ser dono de metade da empresa, a Atalntic Gateuay nunca deu cavaco aos administradores nomeados pelo governo, sem qualquer função executiva.
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Como todas as companhias aéreas, a TAP precisa urgentemente de dinheiro. David Neeleman e Humberto Pedrosa têm a solução: entra mais dinheiro público e fica tudo na mesma.
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Pedro Nuno Santos respondeu [ao CDS] com uma lapalissada: se só o Estado meter dinheiro é o Estado que fica com a maioria da propriedade. Parece óbvio mas os nossos liberais acham que a propriedade privada é tão sagrada que deve ser financiada.
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Regressam à mesma regra que se usou para os bancos: capitalismo nos lucros, socialismo nos prejuízos. O acionista privado distribui prémios, o acionista Estado corre riscos.
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A ideia de que para o Estado pôr dinheiro numa empresa (e eles querem que ponha) de que é acionista tem de reforçar o seu poder nessa empresa é aviltante [para os nossos liberais].
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

Assumir que o ano letivo pode continuar como se a única mudança fosse não estarmos fisicamente na escola, que o contexto de cada família e pessoa não se radicalizou, é fingir que tudo está bem.
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Os alunos de contextos mais desfavorecidos são quem mais depende da relação de proximidade com os professores, das bibliotecas, salas de informática e dos colegas para se orientarem no sistema e desenvolverem as suas aprendizagens.
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As grandes editoras entram em ação vendo a oportunidade de criar a necessidade de novos “produtos” de ensino a distância, dando-se mais um passo na mercantilização e desigualdade na educação.
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Todos sentimos o quão o trabalho se desregulou em tempo, carga, invasão do espaço doméstico e até como o direito à educação passou a depender dos recursos domésticos dos professores.
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Enquanto a DGS resguarda aqueles que a idade faz mais vulneráveis, o Governo manda abrir o secundário em maio, pondo em contacto direto turmas de dezenas de alunos e docentes com a mesma idade dos avós destes jovens.
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[Também as creches] são convocadas a reabrir por razões economicistas que desvalorizam o risco de contágio.
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Pelo menos no básico e no secundário, a passagem administrativa permitiria não reforçar desigualdades nem discricionariedades na avaliação desta educação de emergência a distância.
Clara Amaro, Educadora de infância e mais cinco professores desde o 1º Ciclo até ao Ensino Superior, “Público” (sem link)

[Há que salientar] que as diferenças não foram anuladas pelo vírus, que a ideologia não chegou ao fim da história e que nunca deixaram de existir os de cima e os de baixo, cujos interesses e contradições se mantêm.
Cipriano Justo, “Publico” (sem link)

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