sexta-feira, 22 de abril de 2022

CITAÇÕES

 
De uma assentada, Elon Musk comprou 9% do Twitter e tornou-se o seu maior acionista individual.

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Musk, hoje o homem mais rico do mundo em função da valorização vertiginosa da Tesla, é um aventureiro com uma agenda colada à do seu amigo Donald Trump.

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A absorção do Twitter por este projeto político condená-lo-ia ao fanatismo.

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[O Twitter] tem menos capacidade de comunicação do que o WhatsApp, mas tem uma alta intensidade entre um público influente e, por isso, tornou-se um dos lugares preferidos dos discursos políticos e ideológicos.

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Se Musk a controlar, e por via dele Trump, ampliar-se-ão os tradicionais problemas deste tipo de redes, que facilitam os discursos de ódio. O defeito passará a ser o feitio, se já não o era.

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Sucessivas investigações jornalísticas têm comprovado a relação estreita entre os mecanismos de enriquecimento através de favores fiscais e outros, e a criminalidade económica ou o abuso do poder político.

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O sistema económico apoia-se no segredo do capital e tudo é possível. 

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A lista dos Pandora Papers, revelada no ano passado pelo Expresso, indicava os nomes de 14 governantes em funções e mais 21 que por lá passaram recentemente, entre 300 dirigentes de vários Estados, que, em segredo, teriam feito transferências de capital em offshores. 

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Lá estava todo o séquito de Putin, como seria de esperar; Ilham Aliyev, Presidente do Azerbaijão; Andrej Babis, primeiro-ministro, entretanto reeleito, da República Checa; Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, que transferiu a sua parte de uma empresa offshore para um amigo, atualmente seu conselheiro; o casal Blair e tantos outros.

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Um dos facilitadores que foi mais escrutinado recentemente foi o Credit Suisse, depois da revelação de documentos sobre 30 mil clientes com 80 mil milhões de dólares.

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Portanto, se nos perguntamos se queremos multimilionários enriquecidos pelos favores fiscais à frente de redes da comunicação mundial, a resposta é evidente.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Com 22% nas mãos em noite eleitoral, Jean-Luc Mélenchon não apelou directamente ao voto em Emmanuel Macron mas enfatizou, por variadas vezes, o slogan de "nem um voto para Le Pen".

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No subtexto e entrelinhas, a 1,5% de Le Pen na primeira volta, eis um debate onde Mélenchon poderia estar, não fosse a habitual tendência da Esquerda para a volatilização mesmo quando a extrema-direita avança como nunca.

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Quando Álvaro Cunhal pediu ao eleitorado do PCP para votar em Mário Soares de forma a evitar a eleição de Freitas do Amaral nas Presidenciais de 86, fê-lo expressamente.

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O PCP e outras esquerdas souberam de que lado estar para evitar o que, para eles, seria o pior de dois males.

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[Pode a esquerda permitir] que boa parte do seu eleitorado se sinta tentado a abster-se quando se luta para que não vença o incomparavelmente pior de dois males? Nunca.

Miguel Guedes, JN

 

O que mais surpreende na alegação de que um dos traços novos da situação política em Portugal é a emergência de um partido liberal é a crença em que isso é mesmo novo.

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A verdade é que o partido liberal foi tendo vários nomes e tem a idade da contrarrevolução em Portugal.

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Insinuou-se no repúdio da Constituição da República com a invocação de que ela enfermava de “uma excessiva carga ideológica”.

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O partido liberal foi o partido das privatizações que estiveram na génese do poder da elite de BPNs, BES e tutti quanti.

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Nos anos oitenta, o partido liberal pôs em marcha uma estratégia organizada de tenaz sobre as políticas de igualdade e de democracia ampla.

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[O partido liberal] Impôs a sua agenda de poder económico, social e político disfarçando-a de ciência ou de decorrência da “natureza das coisas”.

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Essa tese de que o mercado é natural e que quem o defende o mais ilimitado possível não tem preconceitos ideológicos é uma tática velha do partido liberal.

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A orientação neoliberal triunfante na União Europeia foi adotada como delimitadora do espaço de possibilidade das políticas em Portugal.

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Na verdade, o que a propaganda do partido liberal propõe hoje aos jovens é a mesma receita individualista que prometeu aos seus pais.

José Manuel Pureza, “Público” (sem link)

 

Lisboa acolhe, na última semana de junho, a II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, coorganizada pelos Governos de Portugal e do Quénia.

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Portugal tem-se posicionado publicamente nos últimos anos como um dos países na linha da frente da conservação marinha e é agora necessário, mais do que nunca, que as palavras deem lugar aos atos.

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É agora esperado, de Costa e Silva e do restante Governo, enquanto anfitriões da conferência, que liderem os esforços internacionais no que toca à conservação do meio marinho.

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O papel do oceano enquanto regulador do clima é cada vez mais evidente para todos aqueles que se preocupam com a crise climática e com as desigualdades sociais e económicas que ela gera.

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Sabemos que a estabilidade do sistema climático depende grandemente de um ambiente marinho saudável e, enquanto principais agressores do meio, é nossa função fazer mais.

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Existe atualmente consenso entre os investigadores dos ecossistemas de profundidade e alguns dos mais proeminentes comunicadores de ciência quanto à necessidade de implementar uma moratória de dez a 20 anos a esta atividade [mineração do mar].

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Em setembro, o congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) votou de forma estrondosa a favor da moção que visa a proteção de ecossistemas oceânicos profundos e da sua biodiversidade.

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É fundamental que Portugal se junte às vozes que apelam à precaução e à proteção de um dos ecossistemas mais frágeis e menos conhecidos do nosso planeta e assuma uma postura progressista, ao implementar uma moratória à mineração marinha em território nacional.

Ana Matias, “Público” (sem link)


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