quarta-feira, 20 de abril de 2022

PARA QUE NUNCA MAIS! (137)

 

Já no século XIX os Estados Unidos da América praticavam uma forma particular de defesa dos direitos humanos…Nesta fotografia vemos dois meninos afro-americanos recém libertos, eles haviam sido escravizados em uma fazenda da Carolina do Norte, por volta do ano de 1864.

Essas duas crianças foram fotografadas em New Berne, uma cidade que havia sido capturada pela união, bem no início da Guerra Civil dos Estados Unidos.

A imagem, provavelmente, foi capturada por um fotógrafo simpatizante da causa antiescravagista da União.

Após a vitória da União na guerra civil dos Estados Unidos, e por consequência a aprovação da 13° emenda em 6 de dezembro de 1865, foi proibida a escravidão em todo os EUA.

Para se ter uma ideia, em 1860, estima-se que mais de dois milhões de escravizados nos EUA tinham menos de 20 anos, eles inclusive já eram eram vistos por seus senhores e pela sociedade da época, logo a partir de seu nascimento, como ativos monetários - não pessoas físicas.

Tragicamente, mesmo depois de libertadas, e sua condição de pessoa física ser assegurada por lei, o estado de miséria que viviam não mudou muito, a maioria dessas crianças e adolescentes negros não tinham acesso a educação e continuaram a realizar as mesmas tarefas a que eram forçadas quando eram escravizadas (às vezes até nas mesmas plantações), mas desta vez recebendo uma baixa remuneração que mal cobria a alimentação muitas vezes.

É importante salientar que mesmo com a sua liberdade garantida pela constituição, uma brecha na 13° emenda permitia ainda que de certa forma, a exploração de mão de obra escravizada de negros nos Estados Unidos se perpetuasse, sobretudo nós Estados do Sul, já que a escravidão ainda era legal para pessoas que estavam presas no sistema carcerário Estadunidense.

Não por um acaso, a extrema maioria de encarcerados naquela época eram negros, a maioria presos por pequenos furtos, afinal, se eles cometessem alguma infração, ou crime (até mesmo roubo de comida, muitas vezes até sem provas), em vez do açoite e severos castigos recorrentes da época de cativeiro, agora como pessoas físicas, eles eram sujeitos a severas leis, assim colocados em campos de trabalho, e forçados mais uma vez ao trabalho escravo, algumas vezes até mesmo trabalhando para seus antigos captores. Texto Ph Lacerda (via “A História Esquecida”)

 

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