sábado, 16 de abril de 2022

MAIS CITAÇÕES (177)

 
[Aumentar os salários da maioria dos portugueses] é uma das medidas de que o país não pode prescindir, inserida numa estratégia que vise a recuperação socioeconómica, a valorização do perfil da economia e a capacitação do Estado para que este nos assegure direitos fundamentais.

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Hoje, invocando os impactos da guerra, [os lideres patronais] viraram tenores do coro que proclama: "Um aumento dos salários agora desencadearia uma espiral inflacionista".

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Estranhamente, António Costa desencadeou este coro.

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A inflação de hoje nasceu no quadro da pandemia.

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Ao contrário do que se passava nos anos oitenta, os níveis de emprego e crescimento até são razoáveis.

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Se o país ficar sujeito a uma política monetária de aumento de taxas de juros e de contração salarial, cairemos numa crise profunda.

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A atualização salarial em contexto de inflação não é necessariamente inflacionista. Mas a falta dessa atualização é um esbulho.

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Defender a estagnação salarial em contexto de inflação é o mesmo que propor a redução do peso dos salários (e o aumento do peso dos lucros) no produto interno bruto.

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Os salários devem ser atualizados pelo menos com o valor da inflação mais os acréscimos de produtividade. 

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Será que o Governo estará disposto a corrigir o erro, ou preferirá alinhar na patranha interesseira?

Carvalho da Silva, JN

 

O papel da ANMP tem que ultrapassar o de uma congregação baptista de feudos, interesses particulares proto-regionais ou de um centro de manutenção de recursos.

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[Já em 2018 Rui Moreira fez] o executivo da Câmara aprovar uma moção que propunha que o município não se vinculasse, desde aí, a qualquer decisão passada ou futura da ANMP. 

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Neste país, a descentralização será sempre uma mentira.

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[A boa solução é] ter a coragem de fazer a regionalização eternamente adiada pelos interesses, bloqueios e hegemonias centrais.

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O Governo já anunciou que está disposto a avaliar as preocupações manifestadas e que o Orçamento do Estado tem margem para corrigir verbas da descentralização.

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A reversibilidade do que se passou nas áreas da saúde e da educação, em que o Estado entregou às autarquias os encargos e as obrigações, sem dotação orçamental capaz ou poder de decisão política para tomar opções, é - justamente - o ponto decisivo.

Miguel Guedes, JN

 

As últimas eleições legislativas mostraram alterações significativas na nossa ecologia política.

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Mantendo a minha posição de fundo, a de que conceitos como esquerda e direita não são heurísticos (…)

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 Está em curso também uma radicalização identitária do espaço público, mais do que na sociedade, mas vai lá chegar.

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A radicalização é um processo difícil de travar, embora os seus limites sejam sempre os grandes números, os eleitores, a democracia.

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O país está centrista — veja-se a vitória do PS, de que ninguém verdadeiramente quer tirar consequências, com a ilusão de que é um partido de esquerda.

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Em conjunto com a derrocada do CDS, houve também uma vítima colateral neste novo “tempo”: a direita moderada, um dos principais alvos da direita radical.

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A nova ecologia [política] mostra que a direita radical está na ofensiva, dominando grande parte do espaço público, com uma presença na comunicação social cada vez mais significativa.

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A direita, porque cresce, está arrogante e persecutória e a esquerda está na defensiva, moralista, encurralada e ineficaz.

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O moralismo torna pecadilhos de gente da esquerda escândalos de dimensão nacional que a direita usa com sanha muito para além da sua real importância.

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A dinâmica política dá hoje o poder de classificar à direita radical, que aponta a alvos demasiado passivos.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Para o povo ucraniano, a invasão russa é um pesadelo real, uma catástrofe humanitária com uma dimensão aterradora.

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No entanto, a guerra está também a tornar-se rapidamente numa questão de vida ou de morte para as pessoas mais vulneráveis ​​em todo o mundo.

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Esta crise poderá arrastar até 1,7 mil milhões de pessoas – mais de um quinto da humanidade – para a pobreza, para a miséria e para a fome, a uma escala nunca vista em décadas.

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A Ucrânia e a Federação Russa fornecem 30% do trigo e da cevada de todo o planeta, assim como um quinto do milho e mais de metade do óleo de girassol de todo o mundo.

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Desde o início de 2022, os preços do trigo e do milho aumentaram 30%.

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O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou que está perante uma escolha impossível: deixar de apoiar aqueles que passam fome para poder alimentar os que morrem à fome. 

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Enquanto grande parte do mundo se solidarizou com o povo da Ucrânia, não há sinal de um apoio semelhante aos outros 1,7 mil milhões de vítimas desta guerra. 

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Em relação aos alimentos, pedimos a todos os países que mantenham os mercados abertos, (…) e disponibilizem reservas para os países com maior risco de entrar numa situação de fome.

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Há alimentos suficientes para todos os países superarem esta crise se atuarmos em conjunto.

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Não podemos simplesmente permitir que as pessoas morram à fome no século XXI.

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Em relação à energia, (…) a única solução de médio e de longo prazo é acelerar a adoção de energias renováveis, que não é afetada pelas flutuações do mercado. 

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Já em relação às finanças, (…) é necessário que encontrem formas de aumentar a liquidez e a margem de manobra fiscal para que os governos dos países em desenvolvimento possam investir nos mais pobres e mais vulneráveis, e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

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Este deve ser um primeiro passo para reformas profundas no nosso injusto sistema financeiro mundial, que torna os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.

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A única solução duradoura para a guerra na Ucrânia e a sua ameaça aos mais pobres e vulneráveis ​​de todo o mundo é a paz.

António Guterres, Sec-Geral da ONU, “Expresso” (sem link)

 

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