sexta-feira, 8 de julho de 2022

CITAÇÕES

 
A Cimeira da NATO em Madrid (…) recuperou o peso da Aliança, esboroado após o desastre de Cabul.

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O que importa é quem manda e, mais do que tudo, quem reduz os outros a pensar no mesmo quadro mental.

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Esse é o sucesso da submissão da Europa, enterrado o sonho de uma multipolaridade energética e de uma voz própria.

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Todos os dirigentes europeus se curvam à liderança de Washington.

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Um líder improvável como Biden conseguiu o maior sucesso do século da política externa norte-americana, mas pode perder as próximas eleições e abrir as portas ao regresso de Trump.

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Há um novo passo na integração dos exércitos nacionais no dispositivo de comando da NATO. 

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O aumento extraordinário do orçamento militar alemão (…) ultrapassa só por si o valor total do orçamento militar russo do ano passado.

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Mas, como os EUA gastam 12 vezes o orçamento russo e lideram a Aliança, a sua ordem é que conta. 

Francisco Louçã, “Expresso” Economia

 

Conhece-se pouco sobre a realidade da guerra desencadeada pela invasão da Ucrânia, sobretudo pelo facto de, do lado russo, só estarem jornalistas chineses e turcos.

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Não temos informação completa e estamos presos entre as estratégias comunicacionais que fazem parte do conflito.

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“A 15 de junho, um general ucraniano disse que tinham perdido 1500 veículos, 400 tanques e 700 sistemas de artilharia, muito mais do que anteriormente se pensava.”

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As baixas russas também não são conhecidas com rigor, presumindo-se que sejam elevadas.

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O trabalho de jornalistas limitaria a capacidade de propaganda e permitiria conhecer o que se passa nalgumas frentes. 

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E não se saber serve o propósito da guerra infinita.

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A primeira [certeza] é que as batalhas se arrastam e que faltam tropas a ambos os lados. 

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[Putin] contrata soldados nas zonas mais pobres, poupando os grandes centros urbanos, onde o regresso dos caixões é mais notado. 

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A segunda certeza é que este é o paraíso da indústria das armas.

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Diz “The Economist” que a Ucrânia recebeu 7000 mísseis Javelin, antitanque, o que corresponde à produção norte-americana de três anos.

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E, desde o primeiro dia, falta o jornalismo independente que nos conte a guerra longa.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia

 

A penalização por permitirmos que sucessivas gerações de políticos fujam de um desígnio constitucional com 46 anos é encontrarmos agora um país que, enquanto faz de conta que descentraliza, é cada vez mais obsessivo na manutenção de um centralismo serôdio.

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Depois de António Costa e Marcelo assegurarem que este seria finalmente o tempo de se fazer caminho para a regionalização, eis que o reformista Luís Montenegro se encolhe perante a maior reforma do Estado.

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O líder da oposição considera a maior reforma do Estado, desígnio constitucional, como uma questão menor, não essencial.

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A responsabilidade de tomar decisões está, agora, num território do qual nunca deveria sair, o político. 

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É misterioso que se exija um referendo (que só seria vinculativo se nele participassem mais de 50% dos eleitores) para uma questão que pode e deve ser decidida no âmbito legislativo.

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Ninguém referendou a adesão à moeda única, ninguém referendou a adesão de Portugal à CEE, ninguém referendou a Constituição.

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Porque se obrigam, agora, a referendar um princípio dessa mesma Constituição?

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O arco do poder não está disposto de abdicar de uma fatia do bolo em nome da reorganização do Estado, das políticas de proximidade e compreensão das populações.

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Exige-se clarividência e coragem.

Miguel Guedes,JN

 

Esta quinta-feira, 22 malianos morreram, entre eles três crianças, ao largo da costa líbia. Viajavam integrados num grupo de 83 migrantes que se fez ao mar num barco deixado à deriva.

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Na semana passada, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) denunciava a morte de pelo menos 20 migrantes no deserto da Líbia e pedia mais protecção ao longo da fronteira entre o Chade e a Líbia.

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A ONU está preocupada porque o impacto da pandemia e da guerra na Ucrânia nos países mais pobres do mundo, nomeadamente em África, com o aumento da insegurança alimentar, levará mais gente a escolher os caminhos perigosos da migração para chegar à Europa.

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Desde a queda de Muammar Khadafi em 2011 que a Líbia passou a ser uma rota privilegiada para as organizações de tráfico de migrantes.

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[O Mali e o Níger são] dois países muito afectados pela insegurança na zona do Sahel devido à presença da violência terrorista do Daesh.

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Tentar chegar ao Reino Unido e acabar enviado para o Ruanda, (…), é o que o Governo britânico preparou para responder ao fluxo de migrantes que se lança ao Canal da Mancha para tentar a sua sorte.

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As críticas à decisão foram generalizadas (incluindo do príncipe Carlos, herdeiro do trono…) até pelo perigoso precedente que abre.

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O brado internacional em nada mudou os planos britânicos e esta semana o Guardian relatou que o Governo já está a planear um segundo voo de refugiados para o Ruanda.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

A invasão do Capitólio representou um ataque à democracia liberal e à ideia de pluralidade como elemento identificador das sociedades ocidentais, em nome de uma América culturalmente monista, moralmente conservadora.

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[A recente retirada da cobertura constitucional ao direito ao aborto nos EUA] implica uma dose elevada de arbitrariedade dos estados sobre os direitos fundamentais, além de servir de precedente para a reversão de outros direitos individuais como o casamento homossexual.

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Em termos práticos, ao transferir para os estados a decisão legislativa, o Supremo Tribunal [EUA], de maioria conservadora, abriu a porta a polarização definitiva do país.

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Somos confrontados com a mais séria hipótese de uma guerra civil no país [EUA], pois não está em causa um debate entre uma economia de mercado ou uma economia mais protecionista, mas sobre modelos antagónicos de sociedade.

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Hoje temos de olhar e perceber que o Estado da Desunião ameaça ruir as fundações do país.

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A tempestade é perfeita, com a guerra na Ucrânia, a crise dos cereais, a ameaça da inflação e do desemprego.

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É seguro afirmar que a lógica da democracia liberal pluralista está em crise, lá [EUA] e na Europa com o crescimento de partidos e movimentos radicais que visam uma democracia iliberal, baseada na vontade absoluta da maioria cultural sobre os direitos das minorias.

João Ferreira Dias, “Público” (sem link)


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