sábado, 2 de julho de 2022

MAIS CITAÇÕES (188)

 
Dizem-nos [na Cimeira da NATO e na Cimeira do G7] que é preciso assegurar a "nossa" vitória na guerra e aniquilar o inimigo antes de falar de paz. O sofrimento dos povos não conta. É exatamente a mesma lógica que se identifica em Putin.

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Estes governantes do "Ocidente" e seus acólitos pensarão, como na Idade Média, que todos os outros povos são seres menores e estúpidos?

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A existência de um inimigo devidamente catalogado é a argamassa da unidade dos países da Aliança, independentemente de terem regimes democráticos, autocráticos ou ditaduras.

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Na luta interimperialista que hoje se vive é necessário afirmar os valores e as culturas das nossas sociedades, confrontá-los com os de outras, mas com respeito recíproco.

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As ajudas aos países pobres para melhorarem condições de vida dos povos e criarem emprego não existem.

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Os problemas do ambiente não têm resposta e regride-se nas condições para as transições energéticas.

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A Cimeira dos Oceanos em Lisboa devia ser um acontecimento mundial de grande relevo, mas foi ignorada ou secundarizada pelos governos dos países que podiam influenciar as mudanças indispensáveis.

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Os governos não assumem políticas sustentadas na economia real e focadas na resposta aos problemas das pessoas.

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O Partido Socialista parece não conseguir tratar-se da bebedeira que apanhou com a maioria absoluta. 

Carvalho da Silva, JN

 

Não consigo, pura e simplesmente não consigo, passar o dia a ouvir e a ler sobre as trapalhadas entre António Costa e Pedro Nuno Santos, ou sobre a tragédia da menina Jessica, ou sobre as “contingências” na saúde, ou as ciclópicas tarefas do novo líder do PSD.

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A culpa é dos jornalistas? Já foi mais do que o que é, porque, entretanto, o turnover geracional político e jornalístico criou uma espécie de simbiose no pensar, no falar, no viver entre os jovens políticos e jornalistas.

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Viver vidas a sério, ou seja as que têm dificuldades e escolhas, não garante experiência, mas as vidas de plástico aproximam-se muito do mundo imbecil das/dos influenciadores das revistas do jetset.

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Ler muito também não garante nem qualidade nem razão, mas ler pouco garante muita ignorância.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Portugal tem de se juntar ao movimento global de países, empresas e organizações que defendem a conservação dos oceanos e não querem colocar o nosso património comum em risco.

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O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou a 30 de junho em plena Conferência dos Oceanos a uma moratória à mineração em mar profundo.

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Em resposta a estes desenvolvimentos, e perante o silêncio persistente do Governo português sobre o assunto, a ANP WWF criou a petição “Moratória à Mineração em Mar Profundo, subscrita pela Sciaena e mais de 30 organizações.

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O Governo deve também defender internacionalmente uma moratória a esta atividade em águas internacionais.

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A mineração em mar profundo destinar-se-ia a extrair minerais como cobalto, níquel e lítio do fundo do mar, com máquinas gigantescas e poderosíssimas (…), destruindo localmente ecossistemas e perturbando outros a largos milhares de quilómetros em redor.

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Neste momento existem muitas incógnitas a colmatar e muito a fazer em ciências marinhas, políticas e inovação industrial antes que qualquer atividade mineira em mar profundo seja permitida.

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Face ao desconhecimento dos efeitos potencialmente devastadores da atividade mineira em mar profundo, o Governo Português deve aplicar o princípio da precaução, declarando já uma moratória a esta atividade em todo o mar português e defender o mesmo para as águas internacionais.

Catarina Grilo e Rita Sá, “Público” (sem link)


A cada G7 ou cimeiras da UE e da NATO, a imprensa europeia vibra com a unidade deste campo e o isolamento da Rússia, que alguns até já trataram como Estado pária. 

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Comecemos pela reunião dos BRICS, que juntam 42% da população, 30% do território, 26% do PIB e 20% das exportações e importações mundiais.

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Aquele é o grupo com que todos querem fazer negócios e, por ali, ninguém isolou a Rússia. 

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É impossível encostar estes portentos à parede. Até porque eles dominam boa parte do planeta e dos seus recursos.

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A “neutralidade” africana não resulta de alinhamento político, mas dos alinhamentos que contam: a Rússia e, sobretudo, a China são as novas potências económicas na região, tão neocoloniais como todas as suas antecessoras.

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A ditadura chinesa, implacável com os seus, conseguiu estender o seu poder pelo mundo sem disparar um tiro.

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A Cimeira das Américas, em Los Angeles, também nos dá pistas para o que se está a passar. 

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Com a mais baixa participação de sempre, vários países e chefes de Estado declinaram o convite. 

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O continente está a mudar. 

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Depois do Peru, da Argentina e do Chile, foi, em meses, a vez da Colômbia cair nos braços da esquerda.

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Os Estados Unidos estão a perder o seu antigo quintal das traseiras, que nunca olhou para eles como defensores da liberdade e da democracia.

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[Na América Latina] talvez até queiram passar a escolher, com o mesmo cinismo dos imperialismos, os “filhos da puta” com quem fazem negócios, sem sequer terem de aderir às suas ideias. 

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Não querem alinhar em qualquer bloco e a conversa do campo das democracias contra as autocracias, com tantos buracos como um queijo suíço, diz-lhes zero.

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Estão a tratar dos seus interesses.

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Há uma rebelião no mundo contra a velha ordem que julgamos intacta.

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A ideia de que o mundo voltará a ser bipolar, apenas com uma reorganização das alianças, é tão fantasiosa como os sonhos megalómanos de Putin. 

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O “Sul”, esse velho campo de influência subalterna de outras potências, não tenciona alinhar com ninguém. 

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Tratará, como nós sempre fizemos, dos seus próprios interesses.

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Continuamos a não ter autoridade para vender, muito indignados com o cinismo de Kissinger, os nossos interesses como se fossem valores.

Daniel Oliveira, “Expresso”


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