(…)
Estes governantes do "Ocidente"
e seus acólitos pensarão, como na Idade Média, que todos os outros povos são
seres menores e estúpidos?
(…)
A existência de um inimigo devidamente
catalogado é a argamassa da unidade dos países da Aliança, independentemente de
terem regimes democráticos, autocráticos ou ditaduras.
(…)
Na luta interimperialista que hoje se
vive é necessário afirmar os valores e as culturas das nossas sociedades,
confrontá-los com os de outras, mas com respeito recíproco.
(…)
As ajudas aos países pobres para
melhorarem condições de vida dos povos e criarem emprego não existem.
(…)
Os problemas do ambiente não têm resposta
e regride-se nas condições para as transições energéticas.
(…)
A Cimeira dos Oceanos em Lisboa devia ser
um acontecimento mundial de grande relevo, mas foi ignorada ou secundarizada
pelos governos dos países que podiam influenciar as mudanças indispensáveis.
(…)
Os governos não assumem políticas
sustentadas na economia real e focadas na resposta aos problemas das pessoas.
(…)
O Partido Socialista parece não conseguir
tratar-se da bebedeira que apanhou com a maioria absoluta.
Não
consigo, pura e simplesmente não consigo, passar o dia a ouvir e a ler sobre as trapalhadas entre António Costa e Pedro Nuno Santos,
ou sobre a tragédia da menina Jessica, ou sobre as “contingências” na saúde, ou
as ciclópicas tarefas do novo líder do PSD.
(…)
A culpa
é dos jornalistas? Já foi mais do que o que é, porque, entretanto, o turnover geracional político
e jornalístico criou uma espécie de simbiose no pensar, no falar, no viver
entre os jovens políticos e jornalistas.
(…)
Viver
vidas a sério, ou seja as que têm dificuldades e escolhas, não garante
experiência, mas as vidas de plástico aproximam-se muito do mundo imbecil
das/dos influenciadores das revistas do jetset.
(…)
Ler muito também não garante nem qualidade nem razão, mas ler
pouco garante muita ignorância.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Portugal
tem de se juntar ao movimento global de países, empresas e organizações que
defendem a conservação dos oceanos e não querem colocar o nosso património
comum em risco.
(…)
O
Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou a 30 de junho em plena Conferência dos Oceanos a uma moratória à
mineração em mar profundo.
(…)
Em resposta a estes desenvolvimentos, e perante o silêncio
persistente do Governo português sobre o assunto, a ANP
WWF criou a petição “Moratória à
Mineração em Mar Profundo”, subscrita pela Sciaena e mais de 30 organizações.
(…)
O Governo deve também defender internacionalmente uma
moratória a esta atividade em águas internacionais.
(…)
A mineração em mar profundo destinar-se-ia a
extrair minerais como cobalto, níquel e lítio
do fundo do mar, com máquinas gigantescas e poderosíssimas (…),
destruindo localmente ecossistemas e perturbando outros a largos milhares de
quilómetros em redor.
(…)
Neste
momento existem muitas incógnitas a colmatar e muito a fazer em ciências
marinhas, políticas e inovação industrial antes que qualquer atividade mineira em mar profundo seja permitida.
(…)
Face
ao desconhecimento dos efeitos potencialmente devastadores da atividade mineira
em mar profundo, o Governo Português deve aplicar o princípio da precaução,
declarando já uma moratória a esta atividade em todo o mar português e defender
o mesmo para as águas internacionais.
Catarina Grilo e Rita Sá, “Público” (sem link)
A cada G7 ou cimeiras da UE e da NATO, a imprensa
europeia vibra com a unidade deste campo e o isolamento da Rússia, que alguns
até já trataram como Estado pária.
(…)
Comecemos
pela reunião dos BRICS, que juntam 42% da população, 30% do território, 26% do
PIB e 20% das exportações e importações mundiais.
(…)
Aquele
é o grupo com que todos querem fazer negócios e, por ali, ninguém isolou a
Rússia.
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É
impossível encostar estes portentos à parede. Até porque eles dominam boa parte
do planeta e dos seus recursos.
(…)
A
“neutralidade” africana não resulta de alinhamento político, mas dos
alinhamentos que contam: a Rússia e, sobretudo, a China são as novas potências
económicas na região, tão neocoloniais como todas as suas antecessoras.
(…)
A
ditadura chinesa, implacável com os seus, conseguiu estender o seu poder pelo
mundo sem disparar um tiro.
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A
Cimeira das Américas, em Los Angeles, também nos dá pistas para o que se está a
passar.
(…)
Com a
mais baixa participação de sempre, vários países e chefes de Estado declinaram
o convite.
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O
continente está a mudar.
(…)
Depois
do Peru, da Argentina e do Chile, foi, em meses, a vez da Colômbia cair nos
braços da esquerda.
(…)
Os
Estados Unidos estão a perder o seu antigo quintal das traseiras, que nunca
olhou para eles como defensores da liberdade e da democracia.
(…)
[Na
América Latina] talvez até queiram passar a escolher, com o mesmo cinismo dos
imperialismos, os “filhos da puta” com quem fazem negócios, sem sequer terem de
aderir às suas ideias.
(…)
Não
querem alinhar em qualquer bloco e a conversa do campo das democracias contra
as autocracias, com tantos buracos como um queijo suíço, diz-lhes zero.
(…)
Estão
a tratar dos seus interesses.
(…)
Há uma
rebelião no mundo contra a velha ordem que julgamos intacta.
(…)
A
ideia de que o mundo voltará a ser bipolar, apenas com uma reorganização das
alianças, é tão fantasiosa como os sonhos megalómanos de Putin.
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O
“Sul”, esse velho campo de influência subalterna de outras potências, não
tenciona alinhar com ninguém.
(…)
Tratará,
como nós sempre fizemos, dos seus próprios interesses.
(…)
Continuamos
a não ter autoridade para vender, muito indignados com o cinismo de Kissinger,
os nossos interesses como se fossem valores.
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