(…)
[Foi
agora anunciado] o aumento das pensões para fazer cumprir a lei, depois de tal
objetivo ter sido declarado uma ameaça à República.
(…)
Entre
avanços e recuos, entre promessas e mentiras, o Governo quer voltar a ganhar a
simpatia desta grande fatia do eleitorado.
(…)
[Há
quem recorde um episódio da campanha eleitoral de 2015 quando] Passos Coelho
prometeu a Bruxelas um corte anual de €600 milhões na Segurança Social e o PS o
recusou.
(…)
Era
simplesmente uma fezada e a ministra das Finanças explicou, com candura, que
poderia acabar por levar a novos cortes de pensões.
(…)
[Há
que recordar outro episódio] quando Costa foi confrontado na televisão por
Catarina, que lhe mostrou a página do programa económico do PS que se
vangloriava de obter €1660 milhões por via do congelamento das pensões na
legislatura.
(…)
Os
dois governantes [Costa e Albuquerque] olhavam para a Segurança Social como a
forma de reduzir despesa real e que não sabiam como o haviam de fazer.
(…)
A
técnica de atirar números absurdos para cima de uma discussão tem sido
exercitada com volúpia por vários Governos, o atual não é exceção.
(…)
[Mais
recentemente o Governo engalfinhou-se no argumento] de que, se cumprisse a lei
e aumentasse em 2023 as pensões segundo a lei, a conta da Segurança Social
seria aniquilada.
(…)
A lei
é o que apetece ao Governo ou é a lei?
(…)
A explicação
para este raciocínio desmerece um homem inteligente, mas é a política.
(…)
[Costa
anunciou] que mudaria a lei para que terminasse este modo de cálculo do
ajustamento das pensões.
(…)
Como
os preços não voltam para trás, a perda do valor real das pensões é definitiva,
pelo que a lei impõe a sua recuperação.
(…)
[A
ministra acabou por reconhecer que] a receita cresce mais depressa do que a
despesa e o sistema da Segurança Social está protegido.
(…)
Apesar
destes números oficiais, a ministra e o primeiro-ministro andaram a aterrorizar
os futuros pensionistas com a ideia de que não haverá dinheiro e, portanto,
mais um corte.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
O
último relatório-síntese deste ano [do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas] aponta para a urgência na
criação de estratégias de mitigação
e adaptação, redução do uso dos combustíveis
fósseis e no desenvolvimento de uma economia para o século XXI
que restaure a sustentabilidade
do nosso planeta.
(…)
Nos
últimos 50 anos, o impacto da ocupação do espaço, na biomassa disponível anualmente nos
ecossistemas, mostra a dominação humana proeminente na biosfera.
(…)
O futuro da humanidade está a ser posto em causa pela má
gestão que se faz do planeta!
(…)
Mas é eficaz envolver profissionais
da comunicação para aumentar
a sensibilização e o conhecimento do público em geral.
(…)
Omitir ou ignorar as metas a que Portugal se obrigou para
cumprir os acordos da Convenção sobre Biodiversidade (…) à custa
da delapidação de ecossistemas naturais com estatuto de protecção, é no mínimo
frustrante.
(…)
Se
queremos investir na sustentabilidade do nosso planeta, há que direccionar
políticas públicas e monopolizar meios de comunicação com informações científicas
assertivas para o envolvimento da sociedade.
Maria Amélia Martins-Loução, “Público” (sem link)
A cada escândalo sobre violência sexual, saem do buraco, tal
baratas tontas, os zelosos funcionários do patriarcado.
(…)
Os funcionários do patriarcado vão criar distração no debate
público para que não se repare que “o agressor és tu”.
(…)
São as mulheres agredidas que ainda são insultadas: cobardes,
aproveitadoras, histéricas, mentirosas.
(…)
A própria existência da violência contra mulheres vai ser
posta em causa.
(…)
Esquecendo quem são, em esmagadora maioria, as vítimas e os
seus agressores.
(…)
A violência machista é dado naturalizado. A masculinidade
tóxica, a virilidade, a cultura de propriedade não vão ser questionadas.
(…)
Os interesses de agressores passam a ser o centro das
atenções morais, primam sobre as vidas das sobreviventes.
(…)
Para as mulheres, todas as promessas de igualdade do 25 de
Abril ainda não foram cumpridas.
(…)
Não se pode permitir, por exemplo, que, na academia,
dinheiros públicos sejam utilizados por predadores sexuais como instrumento de
poder.
(…)
Precisamos de considerar as violências contra as mulheres
como uma verdadeira causa nacional urgente.
Luísa Semedo, “Público” (sem link)
Características comuns nos líderes autoritários: detestam
incertezas, desconfiam das alternâncias e desaustinam com a popularidade dos
opositores.
(…)
Bastou
o sucesso da grande marcha de Rahul Gandhi, líder do partido do Congresso e
herdeiro dos Nehru-Gandhi, atravessando a Índia de lés a lés, para os
correligionários do primeiro-ministro arranjarem forma de o afastar do caminho.
(…)
Condenado por um tribunal a dois anos de
prisão (e, por consequência, à perda do seu mandato de deputado) por difamar Modi num
comício, Rahul Gandhi viu nesta quinta-feira um tribunal rejeitar o seu recurso e confirmar a pena.
(…)
Parece
cada vez mais difícil ter Gandhi a disputar com Modi as próximas eleições,
marcadas para Maio e Junho do próximo ano.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
A quantidade de pequenos e grandes casos que abalaram o Governo desde que
se viu maioritário, há mais de um ano, seria suficiente para criar uma
alternativa fortíssima no maior partido da Oposição.
(…)
Só circunstâncias anómalas poderiam
impedir o crescimento dos sociais-democratas como alternativa séria, evidente e
sustentada nas sondagens.
(…)
A demarcação do PSD da extrema-direita
aparece como uma imposição e não pela percepção da bondade e inevitabilidade da
ruptura.
(…)
A demarcação da extrema-direita é o único
caminho para o crescimento laranja.
(…)
Agora, talvez tarde e a más horas, e por
decreto presidencial, o PSD espera, aparentemente sozinho e capaz, por mais
passos em falso do Governo.
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