sábado, 22 de abril de 2023

MAIS CITAÇÕES (229)

 
Há, no temor de a nossa inteligência ser substituída por máquinas, algum desrespeito por ela.

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O que a IA faz é replicar a nossa mediania com a arrogância do acesso quase ilimitado a bases de dados.

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Quem acha que o jornalismo pode ser substituído por isto é porque assumiu que ele dispensa a incerteza para oferecer a resposta provável, mesmo que seja falsa. 

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[Os professores] receiam que [a IA] chegue para replicar a formatação que a escola impõe a adolescentes desmotivados da sua criatividade para se alinharem com a mediania. 

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Mas se a máquina pode tomar o lugar do aluno, a escola obstinada com a memorização não andará a ser pouco exigente com os jovens cérebros?

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Se a inteligência humana pode ser vencida pela inteligência artificial, quando esta dá os primeiros passos, é porque lhe andamos a dar pobre uso.

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Não podia estar mais longe do deslumbramento tecnológico que mais não é do que o deslumbramento pela desumanização da vida.

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Não tenho qualquer ilusão quanto à capacidade deste capitalismo nos libertar da condição de produtos e produtores.

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Seremos dominados porque já o somos. 

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Não deixámos que os algoritmos das redes sociais controlados por ditadores da estupidificação geral determinassem o rumo das democracias?

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Não foi por desistência dos Estados que o desenvolvimento da IA tenha acontecido, ao contrário do que era habitual, sem financiado e enquadramento público?

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Quem tem recusado a transparência e a regulação do Twitter está preocupado com a distopia de uma tecnologia sem freio ou com o seu lugar nessa distopia?

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Sei que a tecnologia tende a reforçar as relações de poder que existem.

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Para vencer os perigos da máquina não se destrói a máquina, destroem-se as relações de poder que a põem ao serviço da opressão.

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Não foram as plataformas de distribuição e serviços que transformaram a proposta de uma economia colaborativa em instrumento de promoção do empreendedorismo escravo.

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A tecnologia serve para oprimir em vez de libertar porque a sociedade assim está organizada.

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As alterações climáticas estão a correr mais depressa para a nossa extinção e chamamos histéricos aos jovens que as tratam como uma questão de vida ou de morte.

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Se caminhamos para a extinção, o problema não é tecnológico, é político.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A enorme crise de racionalidade no discurso público não vem de agora, e foi já há muito teorizada à volta da “sociedade-espectáculo”, mas existe hoje um efeito potenciador que não existia, quando era a televisão o principal veículo dessa patologia do espaço público democrático.

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Pode dizer-se que a “canalha” sempre falou assim, mas o altifalante que tem hoje impede que se ouça qualquer outra coisa, e isto é novo.

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Em democracia, não havendo crise no funcionamento das instituições, que não há, os governos derrubam-se em eleições.

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Portugal é o país onde tudo funciona mal, o que não é verdade, mas o efeito casuístico, sem cobertura estatística ou noutros dados, quase sempre sem uma verificação exigida pelas regras da deontologia, cria uma indústria de “denúncias”.

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Aparentemente os alvos estão à esquerda, principalmente no PS, no BE, mas na verdade os ataques são para os sectores moderados no PS, porque são a espinha dorsal do partido no poder.

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Não se queria que a comissão de inquérito da TAP chegasse à privatização, mesmo quando vários “casos” que não são “casinhos” atingiam a privatização e a gestão privada.

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É um erro pensar que esta ofensiva vem do Chega. 

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O Chega é um instrumento, é um parceiro menor que é necrófago. Está no fundo do mar alimentando-se dos cadáveres que se afundam.

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Nos EUA, a rádio é um dos maiores investimentos do sector mais radical de apoio a Trump.

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Esta ofensiva agrupa vários interesses, muitas vezes definidos por aquilo que são contra, muito parecidos com os financiadores do Partido Republicano de Trump.

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Por que razão Montenegro chama “comunista” a Costa? Porque esta é a linguagem de interesses feridos.

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Os grupos económicos mais importantes (…)  sabem de mais para se comprometerem, entre outras coisas porque sempre se deram bem com o PS.

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Há hoje uma crise interior da própria democracia, com fenómenos novos, que dão uma dimensão muito perigosa ao que se está a fazer.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Há vários anos que quem tem a causa antibullying como um propósito de vida defende a realização urgente de um diagnóstico nacional dos comportamentos de bullying e cyberbullying, procurando ter-se uma visão geral do país, mas também de cada distrito.

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Sabermos quais os reais índices dos comportamentos agressivos entre pares e em que regiões são mais significativos, avaliarmos quais os tipos de bullying mais comuns, em que anos de escolaridade são especialmente frequentes.

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É igualmente importante sabermos quais as taxas deste tipo de comportamentos nos clubes desportivos e/ou associações culturais ou outras organizações que trabalhem na área da infância e juventude.

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Não existem “ex-vítimas” de bullying e cyberbullying! As marcas físicas ou mesmo que realizadas “virtualmente” através dos dispositivos digitais nunca são virtuais, são bem reais, com impacto significativo nas suas vidas.

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Outra questão importante é que os agressores deixem de ser vistos como “órfãos de pais e mães vivos”, ou seja, quem protagoniza este tipo de comportamentos agressivos entre pares não são apenas os “filhos dos outros”.

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Persiste uma cultura de enorme tolerância e aceitação social, achando que quem tem este tipo de comportamentos são (sempre e apenas) crianças e jovens de bairros socialmente problemáticos.

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O bullying e cyberbullying existem à escala mundial, em todas as escolas, assim como em muitos outros contextos onde interagem crianças e jovens.

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Defendo há muitos anos que os mais jovens devem ser envolvidos, desde o primeiro momento, nos processos em que são eles os protagonistas, deixando de os ver como parte do problema e essencialmente como a solução.

Luís Fernandes, “Público” (sem link)

 

Este grito [da direita “estamos prontos”] significa apenas ânsia desesperada de aceder ao poder.

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As máquinas da lavagem do personagem [Ventura] vão trabalhando a todo o vapor, com o objetivo de o tornar pessoa respeitável e acomodável numa hipotética maioria de Direita.

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Percorrendo as propostas políticas da Direita não se descobre uma, que seja coerente e sustentada, para se criar um perfil da economia que acrescente mais valor no que produzirmos.

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Agarraram-se aos disparates e à prepotência do Governo na gestão da TAP, mas escondem o criminoso processo de privatização que fizeram.

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O Partido Socialista não conseguiu tratar a ressaca da maioria absoluta e o seu Governo tem fraca qualidade e plena ausência de brilho.

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Os problemas dos portugueses não se resolvem com decisões políticas de ocasião ditadas por marketing eleitoral, mas sim com políticas estruturadas e objetivos estratégicos.

Carvalho da Silva, JN


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