(…)
O que
a IA faz é replicar a nossa mediania com a arrogância do acesso quase ilimitado
a bases de dados.
(…)
Quem
acha que o jornalismo pode ser substituído por isto é porque assumiu que ele
dispensa a incerteza para oferecer a resposta provável, mesmo que seja falsa.
(…)
[Os
professores] receiam que [a IA] chegue para replicar a formatação que a escola
impõe a adolescentes desmotivados da sua criatividade para se alinharem com a
mediania.
(…)
Mas se
a máquina pode tomar o lugar do aluno, a escola obstinada com a memorização não
andará a ser pouco exigente com os jovens cérebros?
(…)
Se a
inteligência humana pode ser vencida pela inteligência artificial, quando esta
dá os primeiros passos, é porque lhe andamos a dar pobre uso.
(…)
Não
podia estar mais longe do deslumbramento tecnológico que mais não é do que o
deslumbramento pela desumanização da vida.
(…)
Não
tenho qualquer ilusão quanto à capacidade deste capitalismo nos libertar da
condição de produtos e produtores.
(…)
Seremos
dominados porque já o somos.
(…)
Não
deixámos que os algoritmos das redes sociais controlados por ditadores da
estupidificação geral determinassem o rumo das democracias?
(…)
Não
foi por desistência dos Estados que o desenvolvimento da IA tenha acontecido,
ao contrário do que era habitual, sem financiado e enquadramento público?
(…)
Quem
tem recusado a transparência e a regulação do Twitter está preocupado com a
distopia de uma tecnologia sem freio ou com o seu lugar nessa distopia?
(…)
Sei
que a tecnologia tende a reforçar as relações de poder que existem.
(…)
Para
vencer os perigos da máquina não se destrói a máquina, destroem-se as relações
de poder que a põem ao serviço da opressão.
(…)
Não
foram as plataformas de distribuição e serviços que transformaram a proposta de
uma economia colaborativa em instrumento de promoção do empreendedorismo
escravo.
(…)
A
tecnologia serve para oprimir em vez de libertar porque a sociedade assim está
organizada.
(…)
As
alterações climáticas estão a correr mais depressa para a nossa extinção e
chamamos histéricos aos jovens que as tratam como uma questão de vida ou de
morte.
(…)
Se
caminhamos para a extinção, o problema não é tecnológico, é político.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
A
enorme crise de racionalidade no discurso público não vem de agora, e foi já há
muito teorizada à volta da “sociedade-espectáculo”, mas existe hoje um efeito
potenciador que não existia, quando era a televisão o principal veículo dessa
patologia do espaço público democrático.
(…)
Pode
dizer-se que a “canalha” sempre falou assim, mas o altifalante que tem hoje
impede que se ouça qualquer outra coisa, e isto é novo.
(…)
Em democracia, não havendo crise no funcionamento das
instituições, que não há, os governos derrubam-se em eleições.
(…)
Portugal
é o país onde tudo funciona mal, o que não é verdade, mas o efeito casuístico,
sem cobertura estatística ou noutros dados, quase sempre sem uma verificação
exigida pelas regras da deontologia, cria uma indústria de “denúncias”.
(…)
Aparentemente
os alvos estão à esquerda, principalmente no PS, no BE, mas na verdade os
ataques são para os sectores moderados no PS, porque são a espinha dorsal do
partido no poder.
(…)
Não se
queria que a comissão de inquérito da TAP chegasse à privatização, mesmo quando
vários “casos” que não são “casinhos” atingiam a privatização e a gestão
privada.
(…)
É um erro pensar que esta ofensiva vem do Chega.
(…)
O
Chega é um instrumento, é um parceiro menor que é necrófago. Está no fundo do
mar alimentando-se dos cadáveres que se afundam.
(…)
Nos EUA, a rádio é um dos maiores investimentos do sector
mais radical de apoio a Trump.
(…)
Esta
ofensiva agrupa vários interesses, muitas vezes definidos por aquilo que são
contra, muito parecidos com os financiadores do Partido Republicano de Trump.
(…)
Por que razão Montenegro chama “comunista” a Costa? Porque
esta é a linguagem de interesses feridos.
(…)
Os grupos económicos mais importantes (…) sabem
de mais para se comprometerem, entre outras coisas porque sempre se deram bem
com o PS.
(…)
Há
hoje uma crise interior da própria democracia, com fenómenos novos, que dão uma
dimensão muito perigosa ao que se está a fazer.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Há
vários anos que quem tem a causa antibullying
como um propósito de vida defende a realização urgente de um
diagnóstico nacional dos comportamentos de bullying
e cyberbullying,
procurando ter-se uma visão geral do país, mas também de cada distrito.
(…)
Sabermos
quais os reais índices dos comportamentos agressivos entre pares e em que
regiões são mais significativos, avaliarmos quais os tipos de bullying mais comuns, em que
anos de escolaridade são especialmente frequentes.
(…)
É
igualmente importante sabermos quais as taxas deste tipo de comportamentos nos
clubes desportivos e/ou associações culturais ou outras organizações que
trabalhem na área da infância e juventude.
(…)
Não
existem “ex-vítimas” de bullying
e cyberbullying!
As marcas físicas ou mesmo que realizadas “virtualmente” através dos
dispositivos digitais nunca são virtuais, são bem reais, com impacto
significativo nas suas vidas.
(…)
Outra
questão importante é que os agressores deixem de ser vistos como “órfãos de
pais e mães vivos”, ou seja, quem protagoniza este tipo de comportamentos
agressivos entre pares não são apenas os “filhos dos outros”.
(…)
Persiste
uma cultura de enorme tolerância e aceitação social, achando que quem tem este
tipo de comportamentos são (sempre e apenas) crianças e jovens de bairros
socialmente problemáticos.
(…)
O bullying e cyberbullying existem à
escala mundial, em todas as escolas, assim como em muitos outros contextos onde
interagem crianças e jovens.
(…)
Defendo
há muitos anos que os mais jovens devem ser envolvidos, desde o primeiro
momento, nos processos em que são eles os protagonistas, deixando de os ver
como parte do problema e essencialmente como a solução.
Luís Fernandes, “Público” (sem link)
Este grito [da direita “estamos prontos”] significa apenas ânsia
desesperada de aceder ao poder.
(…)
As máquinas da lavagem do personagem [Ventura]
vão trabalhando a todo o vapor, com o objetivo de o tornar pessoa respeitável e
acomodável numa hipotética maioria de Direita.
(…)
Percorrendo as propostas políticas da
Direita não se descobre uma, que seja coerente e sustentada, para se criar um
perfil da economia que acrescente mais valor no que produzirmos.
(…)
Agarraram-se aos disparates e à
prepotência do Governo na gestão da TAP, mas escondem o criminoso processo de
privatização que fizeram.
(…)
O Partido Socialista não conseguiu
tratar a ressaca da maioria absoluta e o seu Governo tem fraca qualidade e
plena ausência de brilho.
(…)
Os problemas dos portugueses não se
resolvem com decisões políticas de ocasião ditadas por marketing eleitoral, mas
sim com políticas estruturadas e objetivos estratégicos.
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