(…)
[A
viabilidade e os resultados da TAP não são temas] nem para o
primeiro-ministro, que assim teria de reconhecer o trabalho do ex-ministro que
odeia e da CEO que despediu.
(…)
[Marques
Mendes lançou a deixa]: em tempos normais, este Parlamento seria dissolvido 14
meses depois das eleições, como aconteceu no fim do Governo de Pedro Santana
Lopes.
(…)
Repare-se
que a demissão do Governo não foi pedida pelo principal partido da oposição,
único em parcas condições de ser alternativa.
(…)
Não
foi pedida na rua, em manifestações grandiosas.
(…)
Não
resulta de qualquer impasse institucional.
(…)
A
comparação com Pedro Santana Lopes não tem pés nem cabeça e, tirando o próprio,
ninguém a pode levar a sério.
(…)
Santana
foi demitido porque chegou ao poder com um brutal défice de legitimidade
política.
(…)
E
porque nos meses que esteve no Governo não só não anulou esse défice como o
aprofundou.
(…)
[O
Parlamento não é dissolvido] por não haver razões políticas e constitucionais
para tal.
(…)
Estamos
a assistir à preparação da crise pós-eleições europeias.
(…)
Um PSD
amarrado a Ventura só vence se se instalar no PS o mesmo vazio de liderança que
há anos existe no PSD.
(…)
Não se
pode dizer que António Costa não esteja a colaborar.
(…)
O PS
vai triturando os possíveis rostos para o seu futuro, com ajuda dos próprios e
do seu líder.
(…)
Prepara-se
o absoluto vazio.
(…)
Costa
nunca se perde nas hierarquias: primeiro ele, depois o partido, depois o
Governo e no fim o país.
(…)
Costa
sente-se órfão, sem ninguém para pôr à frente das balas.
(…)
A
verdade é que não via a TAP como um problema do seu Governo, mas do “governo”
de Pedro Nuno Santos.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Quase
meio século após o final da ditadura e da libertação dos territórios africanos,
assistimos a um recrudescimento das formas múltiplas de discriminação racial e
de expressão da violência com a mesma origem.
(…)
Mas
talvez que mais significativo ainda seja o processo por difamação de que
Mamadou Ba tem de se defender.
(…)
Mamadou
responde judicialmente por ter afirmado em 2020 que Mário Machado é “uma das
figuras principais do assassínio de Alcindo”.
(…)
Mário
Machado fez parte dos arguidos do processo da morte do Alcindo Monteiro e foi
condenado por essa participação.
(…)
Mário
Machado foi repetidamente condenado em tribunal por coação agravada, posse
ilegal de armas, ofensa à integridade física qualificada, discriminação racial,
difamação, sequestro e extorsão.
(…)
Os
arguidos, inclusive Machado, foram considerados culpados do assassínio e
condenados.
(…)
Acresce
que Machado prossegue até hoje uma carreira de violência e ódio.
(…)
Não se
tornou cidadão exemplar ou mostrou arrependimento algum, continua a participar
ativamente em grupos de delinquência violenta.
(…)
Talvez
por isso a atitude do Ministério Público e de Carlos Alexandre se tornem
incompreensíveis, ao declararem Mamadou como difamador e Machado a vítima.
(…)
Sem
medo do ódio revelado nas suas redes sociais, sem problemas de pisar a
Constituição que jurou defender na sua atividade profissional, este agente [Carlos
Cuna] terá Carlos Alexandre como testemunha abonatória no processo de [agressão
a] Cláudia.
(…)
A
justiça afinal serve quem e quem se serve da justiça para normalizar a
discriminação racial e o ódio da extrema-direita como banais (…)?
Catarina Príncipe, Helena Romão, Irina Castro, Isabel Louçã, João Louçã,
João Mineiro, João Silva, José Teófilo Duarte, Sérgio Vitorino, Vera Palostor, “Expresso” (sem link)
É ela [democracia]
que, pelo caminho, está a ser estuporada pelo “vale tudo” actual e pela
incompreensão de que há hoje um efeito de ampliação com mecanismos de desgaste
no interior das democracias que são novos.
(…)
Não me esqueço de que o Governo é um governo medíocre, com
raras excepções, porque há excepções.
(…)
Muito do que hoje facilita a corrosão da democracia deve-se
ao Governo e às suas asneiras.
(…)
O Governo e a sua sobrevivência são o menor problema.
(…)
Também
não esqueço um aspecto fundamental da democracia que é a forte legitimação de
um governo que tem uma maioria absoluta.
(…)
Enquanto
não houver eleições que mudem o peso relativo político dos partidos e dêem a
outros a legitimidade do poder, não são as sondagens que são critério.
(…)
Os apelos à dissolução da Assembleia e ao derrube do Governo
são mais um elemento da radicalização.
(…)
Se houvesse dissolução da Assembleia na actual situação, não
teria qualquer precedente válido.
(…)
O
problema é que, com o objectivo de se derrubar o Governo a todo o custo, está a
estragar-se a democracia.
(..)
São esses métodos [atuais] que estão a estuporar a democracia
criando uma elevada toxicidade na acção política.
(…)
O clima é persecutório.
(…)
Há alvos a abater, que uma vez abatidos passam a mira para
outros alvos.
(…)
E não é só o que se diz, é também o que se cala, omite ou
minimiza.
(…)
E a escolha e o modo de tratamento do alvo são puramente
políticos.
(…)
A politização panfletária de quase toda a comunicação social
tem efeitos perversos no próprio funcionamento da democracia.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Temos a sorte de Lula da Silva gostar de
Portugal e dos portugueses, de respeitar e valorizar no Brasil os mais altos
responsáveis do nosso país, de incluir Portugal no conjunto de visitas
prioritárias que está a fazer.
(…)
O Brasil é um dos grandes atores no
processo de construção de novas relações de forças e de agendas políticas
transformadoras, indispensáveis para se ultrapassarem tensões e bloqueios
vindos de lutas imperialistas, de guerras, ou de catástrofes ambientais.
(…)
Os protagonistas do chiqueiro político,
que também em Portugal têm o seu espaço na Assembleia da República,
prosseguirão na invocação desse sumário calunioso [contra Lula].
(…)
Espera-se agora que [os altos magistrados
portugueses] tenham sabido preparar [a visita], em todos os campos, por forma a
dela saírem resultados positivos para os portugueses.
(…)
As mudanças em curso à escala global
desafiam os países a explorarem as suas capacidades de relacionamento, a
construírem novas agendas.
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