sábado, 15 de abril de 2023

MAIS CITAÇÕES (228)

 
Quando televisões e jornais se instalam semanas numa polémica, que agora é quase sempre, montam a tenda e pedem reação, contrarreação, pequena revelação. 

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[A viabilidade e os resultados da TAP não são temas] nem para o primeiro-ministro, que assim teria de reconhecer o trabalho do ex-ministro que odeia e da CEO que despediu.

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[Marques Mendes lançou a deixa]: em tempos normais, este Parlamento seria dissolvido 14 meses depois das eleições, como aconteceu no fim do Governo de Pedro Santana Lopes.

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Repare-se que a demissão do Governo não foi pedida pelo principal partido da oposição, único em parcas condições de ser alternativa.

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Não foi pedida na rua, em manifestações grandio­sas.

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Não resulta de qualquer impasse institucional.

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A comparação com Pedro Santana Lopes não tem pés nem cabeça e, tirando o próprio, ninguém a pode levar a sério.

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Santana foi demitido porque chegou ao poder com um brutal défice de legitimidade política.

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E porque nos meses que esteve no Governo não só não anulou esse défice como o aprofundou.

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[O Parlamento não é dissolvido] por não haver razões políticas e constitucionais para tal.

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Estamos a assistir à preparação da crise pós-eleições europeias.

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Um PSD amarrado a Ventura só vence se se instalar no PS o mesmo vazio de liderança que há anos existe no PSD.

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Não se pode dizer que António Costa não esteja a colaborar.

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O PS vai triturando os possíveis rostos para o seu futuro, com ajuda dos próprios e do seu líder. 

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Prepara-se o absoluto vazio.

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Costa nunca se perde nas hierarquias: primeiro ele, depois o partido, depois o Governo e no fim o país.

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Costa sente-se órfão, sem ninguém para pôr à frente das balas.

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A verdade é que não via a TAP como um problema do seu Governo, mas do “governo” de Pedro Nuno Santos. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Quase meio século após o final da ditadura e da libertação dos territórios africanos, assistimos a um recrudescimento das formas múltiplas de discriminação racial e de expressão da violência com a mesma origem.

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Mas talvez que mais significativo ainda seja o processo por difamação de que Mamadou Ba tem de se defender.

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Mamadou responde judicialmente por ter afirmado em 2020 que Mário Machado é “uma das figuras principais do assassínio de Alcindo”.

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Mário Machado fez parte dos arguidos do processo da morte do Alcindo Monteiro e foi condenado por essa participação. 

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Mário Machado foi repetidamente condenado em tribunal por coação agravada, posse ilegal de armas, ofensa à integridade física qualificada, discriminação racial, difamação, sequestro e extorsão.

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Os arguidos, inclusive Machado, foram considerados culpados do assassínio e condenados. 

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Acresce que Machado prossegue até hoje uma carreira de violência e ódio.

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Não se tornou cidadão exemplar ou mostrou arrependimento algum, continua a participar ativamente em grupos de delinquência violenta. 

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Talvez por isso a atitude do Ministério Público e de Carlos Alexandre se tornem incompreensíveis, ao declararem Mamadou como difamador e Machado a vítima.

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Sem medo do ódio revelado nas suas redes sociais, sem problemas de pisar a Constituição que jurou defender na sua atividade profissional, este agente [Carlos Cuna] terá Carlos Alexandre como testemunha abonatória no processo de [agressão a] Cláudia.

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A justiça afinal serve quem e quem se serve da justiça para normalizar a discriminação racial e o ódio da extrema-direita como banais (…)? 

Catarina Príncipe, Helena Romão, Irina Castro, Isabel Louçã, João Louçã, João Mineiro, João Silva, José Teófilo Duarte, Sérgio Vitorino, Vera Palostor, “Expresso” (sem link)

 

É ela [democracia] que, pelo caminho, está a ser estuporada pelo “vale tudo” actual e pela incompreensão de que há hoje um efeito de ampliação com mecanismos de desgaste no interior das democracias que são novos.

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Não me esqueço de que o Governo é um governo medíocre, com raras excepções, porque há excepções.

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Muito do que hoje facilita a corrosão da democracia deve-se ao Governo e às suas asneiras.

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O Governo e a sua sobrevivência são o menor problema.

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Também não esqueço um aspecto fundamental da democracia que é a forte legitimação de um governo que tem uma maioria absoluta.

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Enquanto não houver eleições que mudem o peso relativo político dos partidos e dêem a outros a legitimidade do poder, não são as sondagens que são critério.

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Os apelos à dissolução da Assembleia e ao derrube do Governo são mais um elemento da radicalização.

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Se houvesse dissolução da Assembleia na actual situação, não teria qualquer precedente válido.

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O problema é que, com o objectivo de se derrubar o Governo a todo o custo, está a estragar-se a democracia.

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São esses métodos [atuais] que estão a estuporar a democracia criando uma elevada toxicidade na acção política.

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O clima é persecutório. 

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Há alvos a abater, que uma vez abatidos passam a mira para outros alvos.

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E não é só o que se diz, é também o que se cala, omite ou minimiza.

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E a escolha e o modo de tratamento do alvo são puramente políticos.

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A politização panfletária de quase toda a comunicação social tem efeitos perversos no próprio funcionamento da democracia.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Temos a sorte de Lula da Silva gostar de Portugal e dos portugueses, de respeitar e valorizar no Brasil os mais altos responsáveis do nosso país, de incluir Portugal no conjunto de visitas prioritárias que está a fazer.

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O Brasil é um dos grandes atores no processo de construção de novas relações de forças e de agendas políticas transformadoras, indispensáveis para se ultrapassarem tensões e bloqueios vindos de lutas imperialistas, de guerras, ou de catástrofes ambientais. 

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Os protagonistas do chiqueiro político, que também em Portugal têm o seu espaço na Assembleia da República, prosseguirão na invocação desse sumário calunioso [contra Lula].

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Espera-se agora que [os altos magistrados portugueses] tenham sabido preparar [a visita], em todos os campos, por forma a dela saírem resultados positivos para os portugueses.

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As mudanças em curso à escala global desafiam os países a explorarem as suas capacidades de relacionamento, a construírem novas agendas.

Carvalho da Silva, JN


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