quarta-feira, 13 de setembro de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (68)

 
Os médicos de fora nem concorrem a lugares nos centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo por saberem que o salário não daria para a casa.

(…)

Há cem mil alunos que começam as aulas com falta de professores, nomeadamente porque é impensável virem para as cidades mais caras.

(…)

A inflação imobiliária está a criar um efeito dominó na Educação e na Saúde.

(…)

Não é difícil antecipar para onde vai este caminho.

(…)

[Entretanto] o primeiro-ministro escolheu o truque, dizendo em discurso aos jovens que há 17 mil construídas ou em projeto – e nada disso inclui aquele médicos e professores.

(…)

O enganador jogo de palavras é considerado fácil pelo homem que tem o poder de decidir.

(…)

A promessa [garantir nos 50 anos do 25 de Abril casas para todas as pessoas necessitadas] foi repetida em todas as eleições, 2015, 2019 e 2022.

(…)

Como é fácil de perceber, se o PM não diz quantos são os construídos é por saber que o número envergonha (serão sequer dois mil?)

(…)

Nos cinquenta anos do 25 de Abril aquela promessa será tão concretizada como a do médico de família para cada pessoa.

(…)

Em contrapartida, na emergência das falhas de professores o ministro da Educação anunciou uma medida que é de bom senso: usar as casas disponíveis das Caixas de Previdência para habitação a preço acessível para professores deslocados. 

(…)

Que o ministro agora se lembre disso é um sinal razoável. Se vai a tempo, não vai.

(…)

[O PM] diz aos professores e outros profissionais que só lhes serão oferecidas promessas não concretizadas e anúncios vãos.

Francisco Louçã, “Expresso” online (sem link)

 

Mariana Mortágua nunca defendeu a proibição da venda de casas a estrangeiros, mas, sim, a não residentes (à exceção de portugueses não residentes).

(…)

Tratou-se de um erro do DN, que, aliás, acabou por apagar o título da notícia, tendo igualmente apagado as correspondentes publicações nas redes sociais.

(…)

O Bloco não quer excluir os estrangeiros da possibilidade de comprarem casa em Portugal, apenas aqueles que não residem cá e que o querem fazer para investimento ou negócio.

(…)

Porque insistem os críticos de Mariana Mortágua em criticá-la quando está claro que a proibição visa apenas não residentes?

(…)

Têm uma intolerância visceral a qualquer restrição ao direito de propriedade e ao direito a fazer negócios.

(…)

O direito de propriedade e a liberdade económica não são como o direito à vida. Podem, e devem se for preciso, conhecer restrições.

(…)

O ponto aqui é que a direita, e infelizmente algumas pessoas que se dizem de esquerda, não aceitam discutir a possibilidade de restringir o direito de propriedade numa situação de emergência.
ao abrigo da legislação portuguesa, conforme os Termos e Condições.

(…)

Há milhares de pessoas que não conseguem arrendar casa e ainda menos comprar uma.

(…)

Mas nada disto faz acender a indignação e a revolta dessas pessoas. Com isso, podem muito bem. 

(…)

Os bons princípios aqui exigiriam que se protegesse quem quer ter uma casa para morar em detrimento de quem quer fazer negócios imobiliários.

(…)

É possível numa social-democracia europeia defender o interesse dos nacionais [como acontece na Dinamarca onde, imagine-se, os estrangeiros não podem mesmo comprar casa, salvo com uma autorização especial do Governo].

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

Com efeito, a vertente forte da contestação dos professores tem-se cingido à recuperação do tempo de serviço e a outros temas relacionados com a carreira.

(…)

O Estado tem falhado na regulação da Educação, particularmente no que à sua qualidade respeita e na protecção daqueles que têm mais vulnerabilidades socioeconómicas.

(…)

Métodos e doutrinas pedagógicas não são cientificamente demonstráveis como correctos ou incorrectos, em termos absolutos.

(…)

O voto confere legitimidade democrática – mas não confere autoridade pedagógica.

(…)

Vivemos num autêntico vórtice de “inovações” não testadas, impostas centralmente a quem sobre elas devia decidir, isto é, o professor.

(…)

Em contraste com os erros enunciados, imagine que reduzíamos o número de alunos por turma, digamos que a um máximo de 20. É minha convicção que melhorava substancialmente a aprendizagem e a disciplina.

(…)

Se libertássemos os professores da alienação burocrática em que vivem e extinguíssemos o kafkiano modelo de avaliação, desadequado e pejado de grosseiros erros técnicos, o corpo docente rejuvenescia.

(…)

Se as escolas passassem a ser governadas por um novo modelo de gestão, verdadeiramente democrático (…) a produtividade aumentava e removeríamos a politização perniciosa, o centralismo asfixiante e a conflitualidade desagregadora.

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

Sei que se o preço dos pecadilhos de Isaltino Morais passou para 139 mil euros em almoços (desde 2017) o concelho mais qualificado do país até deu um salto positivo no uso dos dinheiros públicos. 

(…)

O presidente partilhou com o país o enorme sacrifício que faz nestas árduas almoçaradas e espantou-se com a gente que, como eu, se deslumbra facilmente com um simples arroz de lavagante.

(…)

A única coisa politicamente relevante é o descaramento do autarca comensal, que promete continuar a comer, com sacrifício para a sua saúde, em prol das gentes de Oeiras.

(…)

Conheço muitos dos seus eleitores, de esquerda e de direita. Nenhum que se atravesse pela sua honestidade. 

(…)

Ao contrário do que é uso dizer-se, não são os escândalos que fazem crescer a extrema-direita. É a falta de perspetivas de mais bem-estar. 

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)

 

As condições materiais e morais de habitar Lisboa têm vindo a deteriorar-se de tal modo que um retorno à Lisboa de personalidade que atraiu a onda turística que agora a destrói parece cada vez menos viável.

(…)

A cidade continua a vender-se, como se vendeu à JMJ, cujo retorno foi posto em tom de humilhação na expressão de que é “espiritual”.

(…)

Um prémio [atribuído a Lisboa como a cidade mais cara da Europa] acompanhado da miséria e pobreza do estado da habitação, à qual não há pacote deste Governo que pareça ter qualquer efeito.

(…)

De tanto despersonalizar a cidade, de tanto a vender, ela arruinou-se, a fim de atrair a chegada de mais cifrões.

João Rochate da Palma, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário