(…)
Mal se
pode imaginar o que poderá fazer Trump.
(…)
Apontei
que ter as maiores empresas do mundo a dominar as comunicações pessoais era um
perigo.
(…)
Acrescento
agora este facto: metade da população mundial vai votar no próximo ano e, pela
primeira vez na história da Humanidade, pode vir a ser alvo de tecnologias que
determinem o discurso da eleição.
(…)
Em
2024, cerca de 4 mil milhões de pessoas participarão em eleições: as europeias
e também as parlamentares.
(…)
Será
portanto a primeira vez que poderão ser utilizados em larga escala sofisticados
sistemas de inteligência artificial para falsificar declarações e imagens de
candidatos.
(…)
Agora
trata-se de tecnologias mais persuasivas [do que com Modi em 2014, Trump em
2016 ou Bolsonaro em 2018], pois não se limitam a replicar
obsessivamente uma mentira (…) mas mostrarão as “provas” metodicamente
falsificadas.
(…)
Os
mais céticos sobre a possibilidade de manipulação, (…) argumentam que algumas
experiências feitas no Facebook demonstram que as mentiras têm pouca influência
eleitoral.
(…)
E que
a polarização eleitoral das bolhas de ódio, como nos EUA, ocorre sobretudo
entre os mais velhos.
(…)
É um
argumento duvidoso, dado que a maioria dos eleitores republicanos ainda acha
que Trump ganhou as eleições, o que significa que não são só os idosos.
(…)
O ódio
funciona mesmo como combustível político e todos os isqueiros servem.
(…)
A
chantagem com imagens sexuais, que toma como alvos sobretudo adolescentes, tem
vindo a crescer com as redes sociais.
(…)
Um
estudo da UNICEF concluiu que 80% das crianças e jovens tem medo de abusos na
internet e um terço relata casos de cyberbullying.
(…)
O
facto é que se abriu o armário e saiu o monstro.
(…)
E, num
mundo em que a produção e o consumo seguem regras, este é o único território do
mercado totalmente livre.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Madeira está a viver um momento muito
difícil.
(…)
Os salários não chegam ao fim do mês,
os serviços públicos - como a Saúde - estão degradados, arranjar uma casa que
se possa pagar só por milagre.
(…)
É o sucesso de uma mão-cheia de amigos
e de milionários que fazem o que querem da Madeira e que abusam de quem
trabalha.
(…)
Quando se dão borlas fiscais aos
poderosos e quem trabalha paga os impostos todos e depois nem sequer consegue
uma consulta no Serviço Regional de Saúde.
(…)
Quase 50 anos de governação do PSD
Madeira impuseram um regime de compadrio e uma economia da desigualdade.
(…)
Sem enfrentar os grandes interesses
económicos não há Oposição a este regime.
(…)
A crise da habitação atinge todas as
gerações e empurra os mais jovens para fora da Região.
(…)
E mais construção sem regras, só vai
dar mais construção de apartamentos de luxo e hotéis.
(…)
No Bloco de Esquerda queremos que a
construção seja de casas para a habitação de quem aqui trabalha.
(…)
A prioridade nos terrenos urbanizáveis
tem de ser a habitação.
(…)
Uma crise como a que estamos a viver
exige a coragem de enfrentar o lobby da construção e do imobiliário. E essa é a
força e o compromisso do Bloco.
(…)
Uma economia que não respeita quem
trabalha é uma tragédia.
(…)
Não aceitamos que se diga aos jovens
que têm de viver pior do que os seus pais, quando a economia está hoje mais
forte.
(…)
A Madeira precisa de alternativa e de
Oposição. E o Bloco de Esquerda é a única força política que garante essa
alternativa e essa Oposição.
(…)
Cada deputado e deputada do Bloco de
Esquerda na Madeira que for eleito assumirá o seu mandato com coragem e fará a
vida difícil àqueles que se julgam donos disto tudo.
(…)
O Bloco de Esquerda faz falta no
Parlamento Regional e vai ser a força de mudança nestas eleições.
Roberto
Almada, (Cabeça de Lista
do BE às eleições regionais na Madeira), DN
[No que diz respeito ao aumento de rendas] está em causa a
conflitualidade existente entre o direito à habitação e o direito à propriedade
privada.
(…)
Reconheço
a importância do direito à propriedade e que reconheço que ele costuma ser
central como objetivo na vida dos portugueses.
(…)
Reconheço
a maior parte dos proprietários em Portugal são pessoas que trabalharam
arduamente para ter esse património e que tê-lo não determina necessariamente
que sejam de uma classe socioeconómica privilegiada.
(…)
Ouvir
Luís Menezes Leitão [em representação da
Associação Lisbonense de Proprietários (ALP)] é ficar consciente
e alerta para tudo o que não se deve fazer quando se pretende defender um
determinado ponto de vista.
(…)
Para Luís Menezes Leitão existem os superiores interesses dos
senhorios e pouco mais.
(…)
Não
considera que exista alguma diferença entre rendimentos do trabalho e
rendimentos de capital, onde se incluem as rendas. É tudo igual.
(…)
Equivaler o valor produzido pelo trabalho ao valor
correspondente à remuneração do capital é ignorar princípios básicos.
(…)
Na
verdade, Menezes Leitão até posiciona o direito dos senhorios a atualizarem as
suas rendas na medida da taxa de inflação acima do direito dos trabalhadores a
verem os salários aumentados com base no mesmo raciocínio.
(…)
Sabemos que os trabalhadores não viram os seus salários
aumentados nessa proporção. Muito longe disso.
(…)
Menezes Leitão exige um aumento das rendas proporcional ao da
inflação independentemente de quaisquer circunstâncias.
(…)
Já as
rendas são todas baixíssimas, menos as do “mercado no segmento de luxo.” Alguém
poderia oferecer uma televisão ou a assinatura de um jornal a este homem?
(…)
A
insensibilidade presente no discurso do representante da ALP e a total
desresponsabilização perante o conceito, que deveria conhecer, de função social
da propriedade são marcantes.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
Carregados por demasiada demagogia e tacticismo, à direita do
PS vivem-se tempos que só Luís Montenegro poderá salvar se ainda for a tempo.
(…)
Boa parte dos seus ex-líderes e putativos candidatos
continuam com muito má imagem pública junto dos portugueses.
(…)
As costas das famílias, vergadas ao peso da insustentável
subida das taxas de juro e dos lucros milionários da banca, erguem-se um pouco,
olhando o horizonte.
(…)
Ao invés de densificar e promover, há uma Oposição que
julga poder construir uma alternativa pelo telhado, enquanto ergue muros que
caem pela base.
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