quarta-feira, 2 de março de 2011

PARTIDO A FINGIR

Desde os seus primórdios que o PS tem sido um partido a fingir.
Fundado em 1973, algures na então República Federal Alemã, começou por ter um nome e um programa que não correspondiam à sua matriz ideológica. Tanto assim é que o seu pai-fundador rapidamente atirou às malvas o “socialismo” e até foi o albergue de alguma direita durante os anos do PREC. Nessa altura os seus dirigentes falavam muito em “socialismo democrático”, ideologia que nunca foi bem definida. Um híbrido como convinha nesses tempos…
A sua deriva para a direita continuou e levou a que, actualmente, o PS finja ser um partido social-democrata mas com uma prática que em nada o afasta da direita neoliberal consubstanciada no PSD e no CDS. Os seus principais dirigentes enchem a boca da palavra “esquerda” mas isso é o que o PS não é nem nunca foi, no sentido de mudar o país, rumo a uma sociedade menos desigual e mais justa. Até o seu símbolo original – um punho fechado – foi substituído por uma rosa macilenta.
Não admira, portanto, que surja agora uma proposta de Sócrates no sentido da suspensão da regionalização, pretexto para o excelente texto que Batista Bastos hoje publica no Diário de Notícias.

Luís Moleiro

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