domingo, 7 de junho de 2015

5% DOS PORTUGUESES PASSAM FOME


“Está tudo bem. Mas vamos cortar pensões” é o título de um dos últimos artigos de opinião de Mariana Mortágua no JN. Aqui está uma entre muitas contradições deste Governo que desmentem o sucesso do chamado programa de ajustamento imposto pela troika. Além disso, se está tudo tão bem, como é possível que tantas centenas de milhares de portugueses passem fome e que este número tenda a aumentar?
Outra das provas – talvez a mais forte - de que, afinal, está tudo mal é “o sucesso que o Banco Alimentar Contra a Fome” tem vindo a atingir, como afirma Nicolau Santos neste pequeno texto que podemos ler no Expresso Economia de ontem.
O sucesso que o Banco Alimentar Contra a Fome tem vindo a conseguir em Portugal é preocupante. Com efeito, se hoje existem 21 bancos alimentares no continente, Açores e Madeira, isso só pode significar que as pessoas com carências alimentares (isto é, que não comem uma refeição decente por dia) estão a aumentar exponencialmente, apesar do maravilhoso sucesso do programa de ajustamento desenhado pela troika e entusiasticamente aplicado pelo Governo. Os bens alimentares recolhidos são entregues a 2650 instituições de solidariedade social para apoiar 425 mil pessoas, mais 100 mil que há três anos e mais do dobro que há dez anos. E ainda há as 800 cantinas sociais financiadas pelo Estado. Ou seja, pelo menos 5% da população portuguesa, meio milhão de pessoas, passa fome – que só é minorada por este notável esforço de solidariedade privada. Mas a quem é que interessa isto? São os danos colaterais do sucesso português.

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