Como
é do conhecimento geral, os números oficiais do desemprego relativo ao primeiro
trimestre de 2015 vêm demonstrar que o Algarve continua a ser a região do país
onde há mais pessoas sem trabalho. Para além do desemprego, outras situações
não menos graves têm a ver com a precariedade laboral, os salários baixos ou
mesmo o atraso no seu pagamento como prova a recente luta dos trabalhadores desenvolvida
no Clube Praia da Rocha.
Desemprego e precariedade
laboral no Algarve é o
tema de um documento divulgado pela União de Sindicatos do Algarve referido
pelo Barlavento na sua última edição
da passada quinta-feira, 4/6 e que transcrevemos aqui na íntegra.
A União de Sindicatos do
Algarve acaba de divulgar um documento onde aponta para os altos índices de
desemprego e da precariedade laboral na região algarvia. Afirma a USAL que «no
plano regional, após 4 anos de governação PSD/CDS e os anteriores 6 do PS, o
que caracteriza o Algarve do ponto de vista social é a enorme dimensão do
desemprego, a cada vez mais intensa precariedade laboral, os baixos salários e
o autêntico escândalo que constituem os salários em atraso. Fatores que
contribuíram para o crescimento da pobreza, da exclusão social e do aumento da
emigração. Com uma taxa de desemprego oficial (em sentido restrito) de 16,4% no
primeiro trimestre de 2015, cotando-se mais uma vez como a região do país em que
esse indicador valores mais altos apresenta, o Algarve mantém uma enorme
dimensão de desemprego, mesmo levando em conta que os dados oficiais não
refletem minimamente o desemprego real e que são já sobejamente conhecidos os
expedientes utilizados pelo governo para a não contabilização de desempregados
e para baixar artificialmente as taxas de desemprego». Adianta a USAL no seu
documento que «o maior sector de atividade da região, o Turismo, pese embora
governo e patronato proclamem, até como suposto exemplo, os bons resultados
obtidos nos últimos anos, é um espelho evidente da profunda degradação social
do Algarve: esses aludidos bons resultados não se traduzem na efetiva redução
do desemprego regional, pelo contrário é o número de trabalhadores efetivos que
se reduz, é a precariedade que é cada vez maior, assim como o recurso, de forma
abusiva, à figura do “estagiário”; os
salários são baixos e há vários anos que não se registam aumentos, existe um
número crescente de empresas com
salários em atraso ou que ficam a dever salários no final dos contratos. A luta
desenvolvida no Clube Praia da Rocha é um exemplo gritante desta última situação.
A prepotência e a má gestão de algumas entidades patronais estão também à vista
de todos e de que são exemplo claro duas situações bem recentes: o despedimento
de 12 trabalhadores da Portway, no Aeroporto de Faro, ao arrepio de todas as
normas legais, e o processo de insolvência da Litográfica do Sul, em Vila Real
de Santo António, empresa cuja produção se destinava em 60% à exportação e onde
estão em perigo mais de 40 postos de trabalho. No primeiro caso, o da Portway,
empresa que pertence à ANA/ Vinci , e onde surgem assim, e de forma evidente,
algumas facetas das consequências da privatização de empresas públicas, a
prepotência surge através do clima de impunidade que o governo vem transmitindo
ao patronato através das suas políticas. No segundo, está também evidente a
ausência de preocupações do governo quanto à economia, em particular ao sector
produtivo e ao emprego”.
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