A
alteração das políticas da saúde, implementada pelo actual Governo, está a dar
frutos muito amargos para a esmagadora maioria da população. Os verdadeiramente
beneficiados são, quase exclusivamente, os que fizeram da saúde uma área de
negócio chorudo.
Um
dos aspectos mais significativos que agora veio a público é a “falta de médicos
mais velhos para formar internos”.
Retirámos
da imprensa a seguinte informação:
A
radiologia é uma das especialidades em crise no serviço público de saúde por
falta de médicos mais velhos para formar internos. A contratação de serviços em
outsourcing e a saída de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são as razões
apontadas pela ordem dos médicos para a falta de formação. A cirurgia é outra
das especialidades ameaçadas pela falta de formação. “Os médicos internos não
estão a fazer as cirurgias necessárias à formação. O mesmo acontece com a
Ortopedia no Centro Hospitalar do Algarve”, frisa o bastonário,
responsabilizando o Ministério da Saúde pelo esvaziamento do SNS: “Qual é o
especialista que escolhe ganhar oito euros no SNS quando pode ganhar 30 ou 40
fora dele?”
Sobre
a falta de clínicos mais velhos para formar médicos internos, José Manuel Silva
(JMS), bastonário da Ordem dos Médicos respondeu a algumas questões colocadas
pelo Correio da Manhã (CM).
CM – faltando especialistas no serviço
público de saúde, para formar médicos internos, o serviço privado não é
alternativa?
JMS – Não há qualquer limitação ao setor
privado para formar médicos internos. Basta quererem e corresponderem aos
padrões de qualidade definidos pelos vários colégios da especialidade da Ordem.
O conceito do setor privado é que é diferente do setor público.
CM – Em que sentido?
JMS – Quando alguém vai ao privado e paga
para ser operado pelo médico “X”, porque é muito conceituado ou tem muitos anos
de experiência, não quer ser operado por um jovem médico interno.
CM – Mas há formação no setor privado?
JMS – Nas parcerias público-privadas há
formação, tal como nos restantes hospitais públicos. No privado, puro e duro, há
formação em medicina geral, pediatria e muito pouca, quase residual, em
cirurgia. A Urgência, por exemplo, não tem todas as patologias da do público.
CM – Como se soluciona o problema da
formação?
JMS – A responsabilidade é do Ministério da
Saúde. Tem de oferecer melhores condições aos médicos especialistas no Serviço
Nacional de Saúde.
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