terça-feira, 2 de junho de 2015

O DESCALABRO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE


A alteração das políticas da saúde, implementada pelo actual Governo, está a dar frutos muito amargos para a esmagadora maioria da população. Os verdadeiramente beneficiados são, quase exclusivamente, os que fizeram da saúde uma área de negócio chorudo.
Um dos aspectos mais significativos que agora veio a público é a “falta de médicos mais velhos para formar internos”.
Retirámos da imprensa a seguinte informação:
A radiologia é uma das especialidades em crise no serviço público de saúde por falta de médicos mais velhos para formar internos. A contratação de serviços em outsourcing e a saída de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são as razões apontadas pela ordem dos médicos para a falta de formação. A cirurgia é outra das especialidades ameaçadas pela falta de formação. “Os médicos internos não estão a fazer as cirurgias necessárias à formação. O mesmo acontece com a Ortopedia no Centro Hospitalar do Algarve”, frisa o bastonário, responsabilizando o Ministério da Saúde pelo esvaziamento do SNS: “Qual é o especialista que escolhe ganhar oito euros no SNS quando pode ganhar 30 ou 40 fora dele?”
Sobre a falta de clínicos mais velhos para formar médicos internos, José Manuel Silva (JMS), bastonário da Ordem dos Médicos respondeu a algumas questões colocadas pelo Correio da Manhã (CM).
CM – faltando especialistas no serviço público de saúde, para formar médicos internos, o serviço privado não é alternativa?
JMS – Não há qualquer limitação ao setor privado para formar médicos internos. Basta quererem e corresponderem aos padrões de qualidade definidos pelos vários colégios da especialidade da Ordem. O conceito do setor privado é que é diferente do setor público.
CM – Em que sentido?
JMS – Quando alguém vai ao privado e paga para ser operado pelo médico “X”, porque é muito conceituado ou tem muitos anos de experiência, não quer ser operado por um jovem médico interno.
CM – Mas há formação no setor privado?
JMS – Nas parcerias público-privadas há formação, tal como nos restantes hospitais públicos. No privado, puro e duro, há formação em medicina geral, pediatria e muito pouca, quase residual, em cirurgia. A Urgência, por exemplo, não tem todas as patologias da do público.
CM – Como se soluciona o problema da formação?
JMS – A responsabilidade é do Ministério da Saúde. Tem de oferecer melhores condições aos médicos especialistas no Serviço Nacional de Saúde.

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