domingo, 3 de janeiro de 2016

ENTREVISTA DE MARISA MATIAS AO EXPRESSO



Tendo como pano de fundo as Eleições Presidenciais que terão lugar este mês, o Expresso apresenta, na sua última edição de 2015, uma entrevista com Marisa Matias (MM), eurodeputada e candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda. MM é fortemente crítica da acção do actual Presidente da República (PR) e, nessa linha, Cavaco Silva (CS) é um antimodelo para ela.
De todas as suas declarações, salientamos as seguintes por as considerarmos as mais significativas:
- Também em Espanha colapsou o arco da governação.
- Uma democracia completa, inteira, implica sempre a participação, a intervenção das pessoas.
- [O PR] antes de mais deve ser um árbitro de proximidade.
- Nestes dez anos houve uma clara distinção entre a defesa dos sectores económicos e a defesa dos interesses das pessoas, tendo ganho a primeira.
- CS não garantiu minimamente a estabilidade da vida das pessoas.
- CS teve de ser posto na ordem pelo Tribunal Constitucional, quando jurara cumprir a Constituição.
- CS não foi um Presidente do país, mas do seu partido.
- [O pós-legislativas] são momentos para esquecer no contexto de uma democracia madura, nomeadamente quando Cavaco Silva resolveu suspender a democracia por alguns dias e excluir dela um milhão de portugueses.
- [Como Presidente, no pós-legislativas, MM ouviria] todos os partidos, e sabendo das maiorias existentes, teria indigitado o governo que desse garantias de estabilidade.
- A leitura que faço é a de que Cavaco não tinha qualquer vontade de respeitar a vontade da maioria dos portugueses.
- A idade não tem nada a ver com a experiência.
- O que me diferencia, além do conhecimento do Portugal profundo, é que tenho um conhecimento do país a partir de fora, das instituições europeias.
- Conheço muitas pessoas da minha idade que não sabem o que é um contrato de trabalho.
- Dentro das competência que tem, [o Presidente deve ser] claramente interventivo.
- A minha vida de eurodeputada é uma vida de compromissos e de acordos.
- Eu dirijo-me às muitas pessoas afectadas pela austeridade e que nunca perderam a dignidade.
- Marcelo teve durante anos um palco privilegiadíssimo e durante esses anos não esteve ao lado de quem viu os salários ou as pensões cortados, ou o Estado social destruído.
- Sim, [se for Presidente opor-se-á ao envio de tropas para qualquer palco].
- Ao serviço do Parlamento Europeu, estive na linha azul entre o Líbano e Israel, e vi a forma como os nossos militares defendiam as pessoas todos os dias.
- As democracias são tão mais ricas quanto mais plurais forem.
- As presidenciais são muito importantes: têm de significar a consolidação dessa janela [que se abriu com as eleições de 4 de Outubro].
- [O acordo da esquerda] vai até onde for possível, mas acho que já foi bastante ambicioso.
- Não se pode aceitar que partes importantes do país tenham ficado sem centros de saúde, postos de correio, transporte, escolas.

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