Tendo
como pano de fundo as Eleições Presidenciais que terão lugar este mês, o
Expresso apresenta, na sua última edição de 2015, uma entrevista com Marisa Matias
(MM), eurodeputada e candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda. MM é fortemente
crítica da acção do actual Presidente da República (PR) e, nessa linha, Cavaco
Silva (CS) é um antimodelo para ela.
De
todas as suas declarações, salientamos as seguintes por as considerarmos as
mais significativas:
-
Também em Espanha colapsou o arco da governação.
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Uma democracia completa, inteira, implica sempre a participação, a intervenção das
pessoas.
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[O PR] antes de mais deve ser um árbitro de proximidade.
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Nestes dez anos houve uma clara distinção entre a defesa dos sectores
económicos e a defesa dos interesses das pessoas, tendo ganho a primeira.
-
CS não garantiu minimamente a estabilidade da vida das pessoas.
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CS teve de ser posto na ordem pelo Tribunal Constitucional, quando jurara
cumprir a Constituição.
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CS não foi um Presidente do país, mas do seu partido.
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[O pós-legislativas] são momentos para esquecer no contexto de uma democracia
madura, nomeadamente quando Cavaco Silva resolveu suspender a democracia por
alguns dias e excluir dela um milhão de portugueses.
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[Como Presidente, no pós-legislativas, MM ouviria] todos os partidos, e sabendo
das maiorias existentes, teria indigitado o governo que desse garantias de
estabilidade.
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A leitura que faço é a de que Cavaco não tinha qualquer vontade de respeitar a
vontade da maioria dos portugueses.
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A idade não tem nada a ver com a experiência.
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O que me diferencia, além do conhecimento do Portugal profundo, é que tenho um
conhecimento do país a partir de fora, das instituições europeias.
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Conheço muitas pessoas da minha idade que não sabem o que é um contrato de
trabalho.
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Dentro das competência que tem, [o Presidente deve ser] claramente
interventivo.
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A minha vida de eurodeputada é uma vida de compromissos e de acordos.
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Eu dirijo-me às muitas pessoas afectadas pela austeridade e que nunca perderam
a dignidade.
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Marcelo teve durante anos um palco privilegiadíssimo e durante esses anos não esteve
ao lado de quem viu os salários ou as pensões cortados, ou o Estado social
destruído.
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Sim, [se for Presidente opor-se-á ao envio de tropas para qualquer palco].
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Ao serviço do Parlamento Europeu, estive na linha azul entre o Líbano e Israel,
e vi a forma como os nossos militares defendiam as pessoas todos os dias.
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As democracias são tão mais ricas quanto mais plurais forem.
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As presidenciais são muito importantes: têm de significar a consolidação dessa
janela [que se abriu com as eleições de 4 de Outubro].
-
[O acordo da esquerda] vai até onde for possível, mas acho que já foi bastante
ambicioso.
- Não se pode aceitar que
partes importantes do país tenham ficado sem centros de saúde, postos de correio,
transporte, escolas.
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