A receita da OCDE é a mesma de sempre:
punir quem depende do seu salário e da sua pensão e obrigar as pessoas a
trabalharam mais anos, como se estivesse aí o busílis da “sustentabilidade do
sistema”.
(…)
Como se provou nos últimos três anos, o
que inverteu esse caminho de desequilíbrio e tem vindo a assegurar a
sustentabilidade da segurança social (…) foi a recuperação de rendimentos (…),
a criação de emprego e o tímido aumento de salários (…).
(…)
Faz sentido, mais de um século depois da
luta pelas 40 horas de trabalho, termos ainda tanta gente a trabalhar muito mais
do que 40 horas por semana, e durante cada vez mais anos?
O racismo explícito destes novos líderes
da direita europeia mesclados pelo liberalismo e pela demagogia do apelo às
classes mais desfavorecidas (contem-me algo de novo…) é a barbárie à espera de
acontecer.
As manobras [da Direita]
fazem-se no contexto da revolução política que foi a existência de um governo
que, pela primeira vez desde o 25 de Abril, junta o PS com o PCP e o BE e que
criou um ponto sem retorno
na vida política portuguesa.
(…)
Apesar da aparente fúria [da Direita]
com o “socialismo” do Governo Costa, é o PSD de Rio
o alvo.
(…)
Mais do que um governo
“esquerdíssimo”, [o actual], é um governo do centro-esquerda no máximo.
(…)
É verdade que o PS tem uma história negra de corrupção e de uso do Estado para fins ilícitos, mas em muitos dos
mecanismos de corrupção ela só foi possível pela participação do PSD e do CDS.
(…)
Com raras excepções, a
corte de Sócrates contava com muitos ardorosos apoiantes e financiadores das
actuais manobras da direita.
(…)
Na verdade, a corrupção em
Portugal sempre esteve centrada no acesso ao poder do PS e do PSD, com alguns
restos vultuosos para o
partido do “Jacinto Leite Capelo Rego” [leia-se CDS].
Pacheco Pereira,
Público (sem link)
O inquérito da OCDE
vem demonstrar a importância primordial que a saúde pública tem para os
portugueses, no momento em que o Parlamento discute a nova Lei de Bases da
Saúde.
(…)
Como é natural, são os que
mais recorrem ao SNS, os mais pobres, que mais se mostram disponíveis para
pagar mais impostos em nome de um melhor serviço público.
(…)
Mas o estudo mostra que,
de facto, em Portugal, há uma aceitação absoluta da necessidade de existência
de uma saúde pública.
(…)
A necessidade de investimento
na saúde pública é uma prioridade nacional.
São
José Almeida, Público (sem
link)
Quem sobrevive a uma
violação lida com os outros, com o nojo ao toque, com o medo dos gritos e da
força, com insinuações de culpa, com o pânico ao sítio, com choros e
memórias inusitadas.
Alice
A. Casimiro, Público (sem
link)
O pior [do massacre
racista da Austrália] é que o caldo de cultura em que o assassino cresceu é o mesmo
em que vivemos quase todos no Ocidente.
(…)
O racismo, ainda que sob a
roupagem do culturalismo, é hoje o cimento que cola a ampla frente neofascista
e antidemocrática que avança de um e outro lado do Atlântico.
(…)
O importante é negar que o
perpetrador matou em nome de princípios, narrativas e mitos que são partilhados
pela maioria.
Manuel Loff,
Público (sem link)
[Os fascistas que de novo estão a
emergir por cá trazem] o desejo de impor uma sociedade assente no ódio, na
defesa da desigualdade, no racismo, na homofobia, na perseguição da diferença,
no efetivo desprezo pelos mais desprotegidos, na defesa de uma cultura
passadista de ignorância e barbárie.
Rui
Bebiano, Diário as beiras